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Gibiteca Refil

#Batman80Anos – Dos loucos anos 60 à Feira da Fruta

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Em 12 de janeiro de 1966 estreava no canal ABC a série Batman tendo Adam West como o Cruzado Encapuzado e Burt Ward na pele do menino-prodígio Robin. A produção teve 3 temporadas, divididas em 120 episódios, chegando ao fim em 14 de março de 1968. Quem não conhece essa música de abertura?

Talvez, você não goste da série, coisa que é completamente compreensível: as personagens são nos apresentadas como uma bobagem infantiloide, a estrutura nos remete aos moldes das produções camp, com tramas e interpretações artificiais, baseadas em uma teatralidade simulada,  além das relações entre as personagens flertarem com as ideias que Frederic Wertham tinha dos heróis, mas (sempre tem um “mas), os fãs do Homem-Morcego devem algumas coisas a este clássico da TV:

A retomada da popularidade – e das vendas! – dos quadrinhos do Batman

Em entrevista o criador do Batman, Bob Kane, disse que a série de TV salvou os quadrinhos do Homem-Morcego do cancelamento, mesmo a maioria dos fãs não gostando do que viam na telinha.

O retorno da Mulher-Gato aos quadrinhos

Batman sem seu principal interesse amoroso? Sim, isso aconteceu: com o surgimento do Comics Code Authorithy a sensualidade e a tensão sexual entre Mulher-Gato e Batman fez com que a personagem fosse deixada de lado nas histórias. 

Selina só volta para os quadrinhos nos anos 60 com a popularidade da série de TV, em que foi interpretada por Julie Newmar, Lee Meriwether e Eartha Kitt

A (re)criação da Batgirl

Durante a Era de Ouro, Betty Kane ostentava o título de Batgirl, com o objetivo único e exclusivo de ser o interesse amoroso de Robin. Foi assim, até o editor Julius Schwartz acabar com a bat-família, por esse achar que as personagens (Batgirl, Batwoman…) tiravam o caráter heroico de Batman.

Com a intenção de atrair o público feminino para a série, os produtores pediram para Julius Schwartz uma versão feminina de Batman. Foi aí que o editor mudou não só o nome como as motivações da personagem, surgindo assim Bárbara Gordon, a bibliotecária e filha do famoso Comissário de Polícia de Gotham que é, de longe, a Batgirl mais lembrada.

A Ressurreição de Alfred

No ano em que a série foi veiculada na TV, fazia quase dois anos que o fiel mordomo da família Wayne tinha sido soterrado na história Gotham Gang Line-Up!, publicada na Detective Comics #328 de 1964.

A morte de Alfred segue o “plano” do editor da época, Julius Schwartz, de acabar com a Bat-família. Além de Alfred, também desapareceram dos quadrinhos no período: Batwoman, Batgirl, Bat-Mite (Batmirim) e Ace (Batcão).

Com o sucesso da série, e da interpretação de Alan Napier, Alfred acaba retornando aos quadrinhos no mesmo ano.

Bátima Feira da Fruta

Nos anos 80 algumas coisas podiam ser feitas com dois videocassetes: desde cópias de filmes, passando pelo trabalho de legendagem dos fansubs (muitos dos animes que assisti, de Akira a Serial Experients Lain, vieram de fansubs) e, claro, as redublagens cômicas. Bátima Feira da Fruta foi feito em 1981 por Fernando Pettinati e Antônio Camano e ficou conhecida por esse nome por causa da música de fundo homônima, interpretada pelo grupo Capote.

O ápice da “obra”, no entanto, viria quase vinte anos mais tarde, em 2003, quando os diálogos recheados de palavrões e frases de duplo sentido foram digitalizados e colocados na internet, onde viralizou.

O sucesso foi tanto que alguns anos mais tarde, em 2012, o vídeo ganhou uma versão em quadrinhos produzida por Mario Cau, Roger Cruz, Julia Bax, Cris Peter, entre outros artistas, tendo Eduardo Ferigato como organizador. As páginas podem ser lidas no site http://batimahq.blogspot.com/

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Gibiteca Refil

#MulherMaravilha80anos – Do Polígrafo ao Laço da Verdade

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“Bela como Afrodite; sagaz como Atena; dotada da velocidade de Mercúrio e da força de Hércules – nós a conhecemos como Mulher-Maravilha. Mas quem pode nos dizer quem é ela ou de onde ela veio?” – All-Star Comics, dezembro de 1941

A Mulher-Maravilha não foi a primeira super-heroína dos quadrinhos e definir esse posto é algo bastante complexo. Levando-se em conta o que entendemos como super-herói (ter uma identidade secreta, poderes e usar um uniforme) o consenso é que a primeira super-heroína dos quadrinhos é a Hawkgirl, conhecida por aqui como Mulher-Gavião. Como explicar, então, que tamanha popularidade de Diana faça com que nem cogitemos acreditar nisso? É simples: o conceito.

Muitas personagens femininas foram criadas a partir do clichê Ms. Male Character, isto é, a versão feminina de uma personagem masculina. Shiera era a versão feminina do Gavião Negro, além de sua parceira amorosa, assim como as primeiras concepções de Miss Marvel e Batwoman. A Mulher-Maravilha já foi criada como uma personagem independente, com seu próprio mundo fictício e histórias em consonância com as discussões do período.

A primeira aparição de Diana no universo DC se deu em dezembro de 1941 na All-Star Comics número 8. Essa ainda não contava a origem da personagem, mas a história das Amazonas e o motivo delas irem parar em Themyscira. A narrativa do nascimento de Diana, que permaneceria intacta até sua reformulação pós-Crise, seria apresentada apenas em Wonder Woman número 1: esculpida por Hipólita, a partir do barro de Themyscira, a escultura desperta na Rainha das Amazonas um sentimento profundamente maternal e o desejo de que a forma tome vida, em uma releitura do mito de Pigmaleão e Galatéia. Afrodite atende ao pedido de Hipólita, trazendo a criança à vida, dando-lhe o nome de Diana, em homenagem a irmã gêmea de Apolo, deusa da Lua e da caça. O que nos faz pensar: como seus criadores chegaram a essas referências?

“Sinceramente, a Mulher-Maravilha é propaganda psicológica com vistas ao novo tipo de mulher que, na minha opinião, deveria dominar o mundo.”  William Moulton Marston, março de 1945

A criação da personagem é atribuída ao roteirista Charles Moulton, pseudônimo do psicólogo William Moulton Marston, conhecido também como o inventor do polígrafo (a máquina da verdade). Já a concepção visual ficou a cargo de Harry G. Peter. Sempre esquecida nesta equação, porém, estava Elizabeth Holloway Marston esposa de William Marston e a quem o próprio se referia como coautora da personagem.

A luta pela igualdade feminina, presente nas primeiras histórias da Mulher-Maravilha – segundo Jill Lepore na biografia A história secreta da Mulher-Maravilha – remonta os primeiros anos de Marston em Harvard com o movimento pelo voto feminino e, principalmente, após ele ter ouvido a palestra da sufragista inglesa Emmeline Pankurst. Quase impedida de falar na universidade, simplesmente por ser mulher, Pankurst deixou Marston “fascinado, emocionado”. Já as referências gregas, possivelmente vieram de Holloway que amava a língua e as histórias que estudou em seus anos no ensino médio.

Desde a palestra de Emmeline Pankurst, a Mulher-Maravilha levou três décadas para aparecer, quando o seu principal idealizador já tinha 48 anos. Marston, após afirmar que via nos quadrinhos um grande potencial educacional, tornou-se uma espécie de psicólogo consultor da DC Comics. Foi aí que sugeriu ao editor Max Gaines uma super-heroína. A resposta inicial de Gaines foi dizer que personagens pulp e de quadrinhos femininas sempre eram um fracasso. Marston engendrou em argumento todos os anos em que defendeu os direitos das mulheres, recebendo a resposta “fiquei com o Superman depois que todo syndicate do país recusou. Vou dar uma chance a sua Mulher-Maravilha!”. Como condição o próprio Marston deveria escrever as histórias e se depois de seis meses os leitores não gostassem, essa seria descontinuada. Parece que acabou dando certo!

Como dito, Mulher-Maravilha não foi a primeira super-heroína, de fato, mas acredito que se tornou a primeira super-heroína por direito. Assim, convido você a comemorar durante os próximos meses os 80 anos de suas histórias e imaginário criados para a princesa amazona.

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