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Reviews e Análises

9 verdades e 1 mentira sobre Sherlock Holmes

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Há 130 anos, em 1887, era publicado na revista Beeton’s Christmas Annual o romance Um Estudo em Vermelho que iniciava a longa carreira do detetive mais famoso do mundo: Sherlock Holmes. Desde então nunca mais paramos de ler, ouvir ou assistir histórias baseadas em suas astuciosas deduções.

Abaixo, parodiando a brincadeira que encheu as redes sociais “9 verdades e 1 mentira”, vamos entender um pouquinho mais desta personagem, no mínimo, curiosa:

Sherlock Holmes foi inspirado em uma pessoa real.

VERDADE! O escritor e médico Arthur Conan Doyle inspirou-se em um dos seus professores do curso de medicina, chamado Joseph Bell, conhecido por conseguir traçar o perfil psicológico de qualquer paciente, muitas vezes diagnosticando-os antes mesmo de examiná-los com mais calma, apenas pela observação. O autor Robert Louis Stevenson (O Médico e o Monstro e A Ilha do Tesouro) em uma carta para Doyle escreveu “Meus parabéns às geniais e interessantes aventuras de Sherlock Holmes… Seria este meu velho amigo Joe Bell?”. 

Sherlock Holmes foi parar no Guinness Book.

VERDADE!  Há alguns anos, para coroar toda essa popularidade, Holmes foi parar no Guinness Book como a personagem humana mais retratada ao redor do mundo no cinema e na TV, perdendo apenas para a personagem não-humana Drácula, que foi parar nas telonas e telinhas 272 vezes. Holmes foi encarnado por 75 atores em 254 produções. Estão entre eles: Sir Christopher Lee, Charlton Heston, Peter O’Toole, Christopher Plummer, Peter Cook, Roger Moore, John Cleese, Benedict Cumberbatch e Robert Downey Jr.

Arthur Conan Doyle matou Sherlock Holmes, mas teve que ressuscitá-lo.

VERDADE! Cansado e querendo dedicar-se a outros escritos, Arthur Conan Doyle matou Sherlock no conto  O Problema Final que está na coletânea Memórias de Sherlock Holmes. O hiato demorou dez anos e Sherlock, no melhor estilo Marvel e DC, voltou à vida no conto A casa vazia, da coletânea A volta de Sherlock Holmes.

Sherlock Holmes não é o primeiro detetive da Literatura.

VERDADE! A primeira história policial da Literatura – e por consequência do primeiro detetive – é atribuída a Edgar Alan Poe pelo seu Assassinatos da Rua Morgue. Nele podemos encontrar a mesma estrutura que Doyle utilizou em suas histórias: Auguste Dupin, um detetive de pensamento admirável, tem suas aventuras contadas por um narrador anônimo (no caso de Doyle, Dr. Watson), que mora com ele nos arredores de Paris.

Nos livros, Sherlock fazia uso de drogas como sua encarnação vivida por Jonny Lee Miller em Elementary.

VERDADE! Nos livros, Holmes é usuário de morfina e cocaína. Doyle abre a narrativa de O signo dos quatro, com John descrevendo minuciosamente a forma como Sherlock faz uso de uma das substâncias, ponderando se deveria questioná-lo sobre a prática, até que decide interpolar o amigo:

“O que é hoje”, perguntei, “morfina ou cocaína?”
Ele levantou os olhos languidamente do velho volume em caracteres góticos que abrira.
“É cocaína”, disse “uma solução de sete por cento. Gostaria de experimentar?”

Guy Ritchie aproveitou uma faceta pouco explorada de Sherlock: a de boxeador.

VERDADE! Sherlock, um sujo porradeiro e não um engomadinho do século XIX? Foi assim que Guy Ritchie nos apresentou seu Sherlock. De onde diabos ele tirou isso? Elementar meu caro leitor: do cânone. Em O signo dos quatro, quando Sherlock, Dr. Watson e outras personagens estão na porta da casa do irmão de um cliente, o seu porteiro, McMurdo, não quer deixá-los entrar por não conhecer ninguém da pequena comitiva, Holmes o corrige:

Sim, você conhece, McMurdo”, exclamou Sherlock Holmes jovialmente. “Acho que não pode ter se esquecido de mim. Não se lembra daquele amador que lutou três rounds com você nos salões de Alison na noite em seu benefício, quatro anos atrás?
Ora, mas é Mr. Sherlock Holmes!
[…]
Ah, o senhor desperdiçou seus talentos! Se tivesse tido ambição, tinha feito carreira no boxe.


Nos livros, Holmes tocava violino como em Sherlock da BBC.

VERDADE! A linda cena de transição do episódio A Scandal in Belgravia da série Sherlock da BBC – em que a passagem de tempo é marcada por Holmes tocando seu violino – poderia, sim, ter saído de uma das páginas das muitas histórias de Doyle sobre a personagem. O capítulo oito de O signo dos quatro termina com Dr. Watson compartilhando mais um das habilidades de Sherlock:

Pegou o violino num canto e, enquanto eu me esticava, pôs-se a tocar uma ária suave, sonhadora e melodiosa – dele mesmo, sem dúvida, pois tinha notável talento para a improvisação. Tenho uma vaga lembrança de seus membros, de seu semblante sério e do subir e descer do arco. Depois tive a impressão de flutuar serenamente num manso mar de som, até que me encontrei na terra dos sonhos, com a meiga fisionomia de Mary Morstan olhando para mim.

Irene Adler apareceu apenas uma vez em todo o cânone.

VERDADE! A cantora de ópera americana Irene Adler é citada nos contos Um Caso de Identidade, O Carbúnculo Azul, As Cinco Sementes de Laranja e Seu Último Adeus, mas aparece apenas em Um Escândalo na Boêmia, que pertence a coletânea Aventuras de Sherlock Holmes. No conto, diferente de suas adaptações modernas, ela consegue enganar o detetive utilizando a mesma arma que ele: a inteligência.

Para Sherlock Holmes, ela é sempre a mulher. Raras vezes o ouvi mencioná-la usando outro nome. Aos seus olhos, ela ofuscava todas as outras mulheres, sobressaindo entre elas. Não porque sentisse por Irene Adler algo parecido com o amor. Sua inteligência fria e precisa, porém admiravelmente equilibrada, abominava todas as emoções, em especial o amor. […] Todavia, uma mulher o impressionou: a mulher, Irene Adler, que deixou uma lembrança duvidosa e discutível.


O número 221B da rua Baker nem sempre existiu.

VERDADE! O número 221B na rua Baker, segundo mapas do período em que as histórias de Sherlock Holmes foram escritas, não existia até o ano de 1930, quando houve uma renumeração da rua, por essa aumentar sua extensão. O endereço era da sociedade Abbey Road Building que, automaticamente, começou a receber cartas de todo mundo endereçadas ao detetive. Hoje o endereço abriga um museu da personagem.

Toda vez que Sherlock explica como solucionou o caso para seu amigo exclama: “Elementar, meu caro Watson!”.

MENTIRA! Sherlock Holmes nunca falou a famosa frase em nenhuma de suas histórias escritas por seu criador, Arthur Conan Doyle. A criação da frase e o uso do chapéu ficaram são atribuídas ao ator William Gillette, que interpretou Sherlock numa peça de teatro, aprovada pelo próprio Conan Doyle, em 1899

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Reviews e Análises

O Dublê – Crítica

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Estrelado por Ryan Gosling e Emily Blunt, O Dublê é uma comédia romântica pra macho. Sério, por ser a história de um dublê (Gosling) tentando reconquistar sua paixão, uma diretora em seu filme de estréia (Blunt), ele é repleto de cenas de ação e agrada a todos.

O filme circula a personagem Colt Stevens (Gosling) que é resgatado ao cargo de dublê e se mete em altas aventuras para resgatar Tom Ryder (Aaron Taylor-Johnson) que se meteu com uma turminha da pesada. E sim, essa descrição sessão da tarde define muito bem o filme: diversão garantida pro casal.

Ryan Gosling é Colt Seavers em O Dublê, dirigido por David Leitch

Dirigido por David Leitch (Trem Bala, Atômica) o filme já vem com um pedigree de filmes de ação de qualidade e é repleto de easter eggs para as séries de dublê dos anos 80 e 90. Fique atento para a trilha e efeitos sonoros! O roteiro é bem fechadinho, e encaixa bem cenas emotivas com perseguição de carro, explosões e até cachorros treinados.

Ryan Gosling carrega o filme nas costas (com uma grande ajuda da equipe de dublês), mas isso não ofusca as boas atuações do resto do elenco que em alguns lugares roubam merecidamente a cena. Emily Blunt dá a vida ao par romântico de Colt Stevens, Judy Moreno, e eleva o filme com uma personagem que todos amam já de início.

Hannah Waddingham como Gail Meyer está quase irreconhecível e entrega uma produtora de Hollywood fantástica. Já Tom Ryder é rapidamente odiado pela maravilhosa atuação de Aaron Taylor-Johnson. Não posso deixar de falar de Winston Duke (Pantera Negra, Nós) no papel de Dan Tucker que – além de distribuir bolachas – é um ótimo alívio cômico.

O Dublê é uma comédia romântica repleta de ação que vai agradar a todos os casais. Um filme divertido, leve, engraçado e emocionante na medida certa.

Avaliação: 5 de 5.
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Burburinho

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