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Gibiteca Refil

Nimona, a sidekick… de vilão!

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Enquanto a Marvel e a DC Comics fazem pela milésima vez seus reboots (ou seriam Rebirths?) o frescor da novidade fica com autores como Noelle Stevenson, criadora da graphic novel Nimona e da série ainda inédita no Brasil Lamberjanes.

Assim como muitas artistas independentes – só aqui, em terras tupiniquins, podemos citar Bianca Pinheiro e o seu fofo Bear e Rebeca Prado e o engraçadíssimo Navio Dragão – Stevenson dá vida a impulsiva Nimona em uma webcomic, que, se fosse uma personagem do universo DC, seria o Robin do Coringa – claro, se o vilão pudesse manter-se longe de um pé de cabra.

A sinopse desta história poderia ser assim: em um reino distante seu campeão, Sir Ambrosius Ouropelvis, luta ativamente contra seu arqui-inimigo e antigo amigo, Lorde Ballister Coração-Negro, que está mais perigoso que nunca, agora que tem como companheira de maldades a menina metamorfa Nimona. Poderia, mas…

Antes de encontrar Nimona, Ballister Coração-Negro era o que poderíamos chamar de um vilão medíocre: baseado em uma vingança pessoal contra Ouropelvis (o herói decepou seu braço direito após perder uma justa, prova do treinamento heróis, que fizeram juntos) e a instituição que quase serviu, mesmo rodeado de toda a ciência e tecnologia que pode conhecer, seus planos sempre são frustrados, resultado de sua obsessão por provar seu ponto de vista mantendo as regras. Nimona chega como o agente fora dessa equação, querendo apenas destruir a instituição que mantem o reino em um estado totalitário.

A cada batalha percebemos o que podemos chamar de verdade, mentira, vilão e herói em que a fórmula “o bem vence o mal” depende dos tons de cinza que se percebe do quão divertido pode ser descobrir. Se não acredita, você pode ter o gostinho, em português, no site da editora Intrínseca que liberou uma degustação um pouco antes do lançamento da graphic novel no Brasil, em setembro, ou no site da própria autora, com os três primeiros capítulos, só que em inglês. 

Título Original: Nimona
Autor: Noelle Stevenson
Tradução: Flora Pinheiro
Editora: Intrínseca
Ano: 2016
ISBN: 9780062278234
Ficha técnica completa no Skoob

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Gibiteca Refil

#MulherMaravilha80anos – Do Polígrafo ao Laço da Verdade

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“Bela como Afrodite; sagaz como Atena; dotada da velocidade de Mercúrio e da força de Hércules – nós a conhecemos como Mulher-Maravilha. Mas quem pode nos dizer quem é ela ou de onde ela veio?” – All-Star Comics, dezembro de 1941

A Mulher-Maravilha não foi a primeira super-heroína dos quadrinhos e definir esse posto é algo bastante complexo. Levando-se em conta o que entendemos como super-herói (ter uma identidade secreta, poderes e usar um uniforme) o consenso é que a primeira super-heroína dos quadrinhos é a Hawkgirl, conhecida por aqui como Mulher-Gavião. Como explicar, então, que tamanha popularidade de Diana faça com que nem cogitemos acreditar nisso? É simples: o conceito.

Muitas personagens femininas foram criadas a partir do clichê Ms. Male Character, isto é, a versão feminina de uma personagem masculina. Shiera era a versão feminina do Gavião Negro, além de sua parceira amorosa, assim como as primeiras concepções de Miss Marvel e Batwoman. A Mulher-Maravilha já foi criada como uma personagem independente, com seu próprio mundo fictício e histórias em consonância com as discussões do período.

A primeira aparição de Diana no universo DC se deu em dezembro de 1941 na All-Star Comics número 8. Essa ainda não contava a origem da personagem, mas a história das Amazonas e o motivo delas irem parar em Themyscira. A narrativa do nascimento de Diana, que permaneceria intacta até sua reformulação pós-Crise, seria apresentada apenas em Wonder Woman número 1: esculpida por Hipólita, a partir do barro de Themyscira, a escultura desperta na Rainha das Amazonas um sentimento profundamente maternal e o desejo de que a forma tome vida, em uma releitura do mito de Pigmaleão e Galatéia. Afrodite atende ao pedido de Hipólita, trazendo a criança à vida, dando-lhe o nome de Diana, em homenagem a irmã gêmea de Apolo, deusa da Lua e da caça. O que nos faz pensar: como seus criadores chegaram a essas referências?

“Sinceramente, a Mulher-Maravilha é propaganda psicológica com vistas ao novo tipo de mulher que, na minha opinião, deveria dominar o mundo.”  William Moulton Marston, março de 1945

A criação da personagem é atribuída ao roteirista Charles Moulton, pseudônimo do psicólogo William Moulton Marston, conhecido também como o inventor do polígrafo (a máquina da verdade). Já a concepção visual ficou a cargo de Harry G. Peter. Sempre esquecida nesta equação, porém, estava Elizabeth Holloway Marston esposa de William Marston e a quem o próprio se referia como coautora da personagem.

A luta pela igualdade feminina, presente nas primeiras histórias da Mulher-Maravilha – segundo Jill Lepore na biografia A história secreta da Mulher-Maravilha – remonta os primeiros anos de Marston em Harvard com o movimento pelo voto feminino e, principalmente, após ele ter ouvido a palestra da sufragista inglesa Emmeline Pankurst. Quase impedida de falar na universidade, simplesmente por ser mulher, Pankurst deixou Marston “fascinado, emocionado”. Já as referências gregas, possivelmente vieram de Holloway que amava a língua e as histórias que estudou em seus anos no ensino médio.

Desde a palestra de Emmeline Pankurst, a Mulher-Maravilha levou três décadas para aparecer, quando o seu principal idealizador já tinha 48 anos. Marston, após afirmar que via nos quadrinhos um grande potencial educacional, tornou-se uma espécie de psicólogo consultor da DC Comics. Foi aí que sugeriu ao editor Max Gaines uma super-heroína. A resposta inicial de Gaines foi dizer que personagens pulp e de quadrinhos femininas sempre eram um fracasso. Marston engendrou em argumento todos os anos em que defendeu os direitos das mulheres, recebendo a resposta “fiquei com o Superman depois que todo syndicate do país recusou. Vou dar uma chance a sua Mulher-Maravilha!”. Como condição o próprio Marston deveria escrever as histórias e se depois de seis meses os leitores não gostassem, essa seria descontinuada. Parece que acabou dando certo!

Como dito, Mulher-Maravilha não foi a primeira super-heroína, de fato, mas acredito que se tornou a primeira super-heroína por direito. Assim, convido você a comemorar durante os próximos meses os 80 anos de suas histórias e imaginário criados para a princesa amazona.

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