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Reviews e Análises

Eternos – Crítica

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Eternos (Eternals -2021) é o mais novo filme do Universo Cinematográfico da Marvel. E só isso é o bastante hoje em dia para trazer público para o cinema. Baseado no grupo de personagens criados nos quadrinhos nos anos 70 pelo inigualável Jack Kirby, o filme conta a história de como esses seres que possuem poderes de Deuses, foram colocados aqui na Terra por entidades chamadas de Celestiais, para proteger a humanidade de inimigos chamados de Deviantes. Na verdade Kirby se baseou na própria Bíblia. Os Celestiais seriam Deus, os Eternos seriam anjos e os Deviantes, demônios.

O grande problema de se inserir uma história como essa, que mexe com o passado de um universo como o da Marvel no cinema, que já possui uma história coesa e integrada de pelo menos dez anos, é que algo vai soar como desculpa esfarrapada. Ao tentar justificar porque os Eternos não se meteram na luta contra Thanos, os roteiristas criam um subterfúgio de argumento na base do “vamos ver se cola”. A desculpa é elaborada, gerando até um desdobramento para dentro da própria história do filme. Mas para fazer parecer que a ameaça de Eternos é maior do que a de Vingadores Ultimato, o roteiro acaba desmerecendo toda a parte épica que foi acompanhar os últimos anos de Universo Marvel, principalmente tudo o que aconteceu envolvendo o Titã Louco. E o pior, para que tudo seja resolvido em um piscar de olhos, ao invés de um estalar de dedos.

O roteiro se esforça, mas ainda assim é difícil acompanhar tantos personagens a serem desenvolvidos. O grupo, formado de heróis/deuses/anjos possui uns dez membros, que apesar de passarmos o filme inteiro na busca pelo retorno de cada um deles para que ajudem no enfrentamento da ameaça Deviante, não são aprofundados como deveriam ou poderiam. A sensação é que o roteiro quis abraçar toda a diversidade étnica, cultural, sexual e politica e incluir todo mundo, mas esqueceu de dar profundidade e, principalmente, carisma aos personagens. Parece que a gente tá vendo um filme sobre a Liga da Justiça, só que quem está vestindo a roupa dos heróis é o pessoal da Carreta Furacão.

Apesar de seu elenco robusto, a história fica focada principalmente nos personagens de Sersi (Gemma Chan), Ikaris (Richard Madden) e Sprite (Lia McHugh). O elenco ainda conta com Angelina Jolie, Salma Hayek, Kumail Nanjiani, Bryan Tyree Henry, Lauren Ridloff, Barry Keoghan, Ma Dong-seok, Harish Patel e Kit Harrington. Com tanto personagem pra apresentar e desenvolver, não dá para se identificar com nenhum deles, mesmo que já fossem conhecidos do grande público. Diferente de Guardiões da Galáxia, que também era um grupo de super-heróis desconhecidos do grande público, naquela oportunidade houve um desenvolvimento de cada um deles. Além de serem somente cinco. O roteiro faz você se relacionar e entender como é cada um. Em Eternos, o roteiro parece jogar cada um à sua própria sorte e espera que você se identifique com eles, baseado na relação com que cada um tem de “diverso”. Por exemplo: o filme tem o primeiro herói gay do universo Marvel. Mas isso é jogado somente dessa forma, sem desenvolvimento. Outro exemplo é a personagem surda-muda, que poderia ter sido mais explorada, mas só serve para agregar ao grupo da diversidade, sem nunca mostrar ao que realmente veio. Isso sem contar os personagens que literalmente só estão no filme com o propósito de alcançar bilheteria em determinados países como China e Índia, e os alívios cômicos que são tão necessários para a história quanto remédio para verme contra Covid-19.

Apesar disso, o filme ainda é um bom entretenimento. As cenas de ação são bem empolgantes, principalmente as que envolvem a Angelina Jolie. Pena que o papel dela tenha sido sub-aproveitado. A fotografia do filme é muito boa, com as cenas de ação sendo realizadas de forma clara e limpa, dando para o espectador a chance de compreender tudo o que está acontecendo. Além disso, a história traz algumas viradas interessantes e que, em uma sequência podem ser exploradas, caso não tenha tanto personagem para aparecer. O filme traz duas cenas pós-créditos, como todo filme do MCU, uma no meio e outra no final. Ambas trazem personagens quaternários da Marvel e que somente fã casca-grossa vai saber do que se trata.

No fim das contas, Eternos consegue ser um filme mediano, mas ainda assim melhor do que vários filmes anteriores da produtora. É melhor do que Capitã Marvel, Homem de Ferro 3 e Thor 1 e 2. Mas ainda fica longe de ser um dos melhores. Se bem que para o público que fez Venom: Tempo de Carnificina ser um enorme sucesso, Eternos vai ser o melhor filme de super-heróis de todos os tempos da última semana. Até a chegada de Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa. E assim caminha Hollywood com o nosso dinheiro.

Avaliação: 3 de 5.
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O Dublê – Crítica

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Estrelado por Ryan Gosling e Emily Blunt, O Dublê é uma comédia romântica pra macho. Sério, por ser a história de um dublê (Gosling) tentando reconquistar sua paixão, uma diretora em seu filme de estréia (Blunt), ele é repleto de cenas de ação e agrada a todos.

O filme circula a personagem Colt Stevens (Gosling) que é resgatado ao cargo de dublê e se mete em altas aventuras para resgatar Tom Ryder (Aaron Taylor-Johnson) que se meteu com uma turminha da pesada. E sim, essa descrição sessão da tarde define muito bem o filme: diversão garantida pro casal.

Ryan Gosling é Colt Seavers em O Dublê, dirigido por David Leitch

Dirigido por David Leitch (Trem Bala, Atômica) o filme já vem com um pedigree de filmes de ação de qualidade e é repleto de easter eggs para as séries de dublê dos anos 80 e 90. Fique atento para a trilha e efeitos sonoros! O roteiro é bem fechadinho, e encaixa bem cenas emotivas com perseguição de carro, explosões e até cachorros treinados.

Ryan Gosling carrega o filme nas costas (com uma grande ajuda da equipe de dublês), mas isso não ofusca as boas atuações do resto do elenco que em alguns lugares roubam merecidamente a cena. Emily Blunt dá a vida ao par romântico de Colt Stevens, Judy Moreno, e eleva o filme com uma personagem que todos amam já de início.

Hannah Waddingham como Gail Meyer está quase irreconhecível e entrega uma produtora de Hollywood fantástica. Já Tom Ryder é rapidamente odiado pela maravilhosa atuação de Aaron Taylor-Johnson. Não posso deixar de falar de Winston Duke (Pantera Negra, Nós) no papel de Dan Tucker que – além de distribuir bolachas – é um ótimo alívio cômico.

O Dublê é uma comédia romântica repleta de ação que vai agradar a todos os casais. Um filme divertido, leve, engraçado e emocionante na medida certa.

Avaliação: 5 de 5.
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Burburinho

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