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Reviews e Análises

Vidas Passadas – Crítica

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Vidas Passadas é daqueles filmes que pegam na nossa mão e dizem de mansinho em nosso ouvido: eu vou fazer você sofrer um pouco, mas é pro seu bem. E no final de nossa jornada, vai estar tudo bem de novo e você vai me agradecer.

O filme conta a história da Na Young e do Hae Sung, duas inseparáveis crianças de doze anos que se dão muito bem. Na infância, ela sonha com o momento em que ambos irão se casar e viver felizes para sempre. Isso acaba não acontecendo quando ela migra com os pais e a irmã para o Canadá. Consequências da vida, ela esquece dele.

Doze anos depois, já adulta, morando em Nova York, por curiosidade resolve procurar por ele na internet e acabam voltando a ter um contato à distância. Ambos passam a se falar diariamente e isso vai deixando angustiado o coração dela, que agora atende pelo nome americano de Nora. Como está focada na carreira, decide se afastar dele e param novamente de se falar.

Novo salto temporal, agora acompanhamos o reencontro físico dos dois, mais doze anos à frente. Ela, casada com um escritor americano. Ele, com o pretexto de visitar Nova York. Como lidar com um amor que nunca foi? Que existiu mas nunca se concretizou? Como lidar com aquela vida que não existe mais, mas que está ali na sua frente?

Impossível não se identificar com os momentos de silêncios constrangedores entre os dois. Com a vontade de se abraçar e dizer coisas que sempre quis mas que simplesmente não se pode mais, pois nada daquilo que houve existe mais. Parabéns para a diretora e roteirista Celine Song que consegue captar todas as nuances desse relacionamento que parece estar para sempre congelado no tempo, ao limiar de se concretizar, mas que não pode ser.

Sublimes também são as interpretações do trio principal. Greta Lee é adorável como Nora. Seus sorrisos, seus olhares, sua expressão corporal, ajudam a mostrar a angústia e o desejo. Já Teo Yoo no papel de Hae Sung tem aquela doçura e timidez de um oriental legítimo, com também uma carinha de cachorro perdido. E John Magaro faz o marido americano de Nora, Arthur, que também não quer ser o vilão que separa o casal que se reencontra depois de 24 anos, mas também não consegue não sentir aquela vontade de gritar e berrar com os dois, se sentindo traído. Até porque, realmente, nunca foi.

O roteiro também é uma brilhante peça de texto que passeia por argumentos que fazem a gente pensar não somente sobre o “e se…” das situações, mas também sobre como as nossas escolhas de cada dia também acabam gerando perdas irreparáveis, que depois podemos tentar consertar, mas que não serão mais a mesma coisa, por mais que nos esforcemos.

E a explicação do título “Vidas Passadas” é tão intrínseco a tudo o que acontece na história que eu prefiro não mencionar aqui, deixando para o espectador entender aos poucos o que é o fechamento de um filme que merece aquele lugarzinho no coração de todo mundo que já amou de verdade.

Um romance de fazer o coração ficar apertado e deixar a gente pensando por dias a fio na eterna questão: “e se…”

Nota 5 de 5

Avaliação: 5 de 5.

O filme está concorrendo a dois prêmios Oscar: Melhor Filme e Melhor Roteiro Original.

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Reviews e Análises

O Dublê – Crítica

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Estrelado por Ryan Gosling e Emily Blunt, O Dublê é uma comédia romântica pra macho. Sério, por ser a história de um dublê (Gosling) tentando reconquistar sua paixão, uma diretora em seu filme de estréia (Blunt), ele é repleto de cenas de ação e agrada a todos.

O filme circula a personagem Colt Stevens (Gosling) que é resgatado ao cargo de dublê e se mete em altas aventuras para resgatar Tom Ryder (Aaron Taylor-Johnson) que se meteu com uma turminha da pesada. E sim, essa descrição sessão da tarde define muito bem o filme: diversão garantida pro casal.

Ryan Gosling é Colt Seavers em O Dublê, dirigido por David Leitch

Dirigido por David Leitch (Trem Bala, Atômica) o filme já vem com um pedigree de filmes de ação de qualidade e é repleto de easter eggs para as séries de dublê dos anos 80 e 90. Fique atento para a trilha e efeitos sonoros! O roteiro é bem fechadinho, e encaixa bem cenas emotivas com perseguição de carro, explosões e até cachorros treinados.

Ryan Gosling carrega o filme nas costas (com uma grande ajuda da equipe de dublês), mas isso não ofusca as boas atuações do resto do elenco que em alguns lugares roubam merecidamente a cena. Emily Blunt dá a vida ao par romântico de Colt Stevens, Judy Moreno, e eleva o filme com uma personagem que todos amam já de início.

Hannah Waddingham como Gail Meyer está quase irreconhecível e entrega uma produtora de Hollywood fantástica. Já Tom Ryder é rapidamente odiado pela maravilhosa atuação de Aaron Taylor-Johnson. Não posso deixar de falar de Winston Duke (Pantera Negra, Nós) no papel de Dan Tucker que – além de distribuir bolachas – é um ótimo alívio cômico.

O Dublê é uma comédia romântica repleta de ação que vai agradar a todos os casais. Um filme divertido, leve, engraçado e emocionante na medida certa.

Avaliação: 5 de 5.
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Burburinho

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