Reviews e Análises
Fé e Fúria – Crítica
Diga-me com quem tu andasss…. “fé cega, faca amolada” (Beto Guedes e Milton Nascimento) Pois é. E é assim que eu começo esse texto de um documentário que gera no mínimo um incômodo. E há de se esperar que não seja um incômodo religioso, mas filosófico e social. Como religião e política não se discutem, vamos falar da violência.
Dirigido por Marcus Pimentel (“Pele”, 2021, “A parte do mundo que me pertence”, 2017, “Sopro”, 2013), que fez um trabalho de pesquisa riquíssimo e com uma montagem maravilhosa, consegue trazer ao espectador um incômodo que é parte cotidiana às personas do filme. Matheus Rocha fez também um trabalho muito bem construído na fotografia, merece esse elogio. Lembrando como linguagem impar, documentários tem ritmo códigos próprios de execução, que quando bem executados, prendem o expectador. E aqui é o caso.
Para o caso de roteiro, sob os cuidados de Marcus Pimentel e Ivan Morales Jr (“Ossos da Saudade”, 2021, “A parte do mundo que me pertence”, 2017, “Sopro”, 2013), houve uma construção organizada de apresentação da questão e o escalonamento do problema apresentado de maneira clara e bem separada sobre as desigualdades e violências geradas a partir de um poder indireto. A estruturação do roteiro é clara e muito bem apresentada, embasada, inclusive com contrapontos, em todas as etapas. Sobre elenco não cabe falar, a não ser que todas as partes testemunhais tem propriedade para apresentar os pontos do filme.
Tudo muito bom, tudo não muito bem… mas do que se trata este documentário? Se trata de mostrar que não somos um estado laico. E mais do que isso: como existe um apoio de políticas públicas para privilegiar algumas religiões. E se isso não fosse o bastante, mostra que não só políticas públicas, mas também facções criminosas se aliam a grupos religiosos para obter vantagens e praticar intolerância religiosa. Sim, isso mesmo que você leu, de político a líder de morro propagando violências físicas, verbais, desapropriação de terras e etc, contra grupos religiosos. Problemas que se estendem desde sala de aula até atendimento em hospitais.
Tendo como referências bairros e comunidades do Rio de Janeiro e Belo Horizonte, o documentário mostra relatos colhidos entre 2016 e 2018, por pessoas que passam por situações de constrangimento ou violência por expressarem sua religiosidade. Ou para que justamente não expressem. O documentário não traz uma linguagem complexa e nem fatos secretos, muitas das situações são vistas claramente ou de fácil conferência e traz frases pungentes que facilmente nos atingem a reflexão.
Essa crítica dá um 3,5 para esse documentário, muito bem feito e tema importante de ser discutido. Tem uma boa qualidade e vale muito a pena assistir.
Filme estreia dia 12 de outubro de 2022.
Reviews e Análises
O Dublê – Crítica
Estrelado por Ryan Gosling e Emily Blunt, O Dublê é uma comédia romântica pra macho. Sério, por ser a história de um dublê (Gosling) tentando reconquistar sua paixão, uma diretora em seu filme de estréia (Blunt), ele é repleto de cenas de ação e agrada a todos.
O filme circula a personagem Colt Stevens (Gosling) que é resgatado ao cargo de dublê e se mete em altas aventuras para resgatar Tom Ryder (Aaron Taylor-Johnson) que se meteu com uma turminha da pesada. E sim, essa descrição sessão da tarde define muito bem o filme: diversão garantida pro casal.
Dirigido por David Leitch (Trem Bala, Atômica) o filme já vem com um pedigree de filmes de ação de qualidade e é repleto de easter eggs para as séries de dublê dos anos 80 e 90. Fique atento para a trilha e efeitos sonoros! O roteiro é bem fechadinho, e encaixa bem cenas emotivas com perseguição de carro, explosões e até cachorros treinados.
Ryan Gosling carrega o filme nas costas (com uma grande ajuda da equipe de dublês), mas isso não ofusca as boas atuações do resto do elenco que em alguns lugares roubam merecidamente a cena. Emily Blunt dá a vida ao par romântico de Colt Stevens, Judy Moreno, e eleva o filme com uma personagem que todos amam já de início.
Hannah Waddingham como Gail Meyer está quase irreconhecível e entrega uma produtora de Hollywood fantástica. Já Tom Ryder é rapidamente odiado pela maravilhosa atuação de Aaron Taylor-Johnson. Não posso deixar de falar de Winston Duke (Pantera Negra, Nós) no papel de Dan Tucker que – além de distribuir bolachas – é um ótimo alívio cômico.
O Dublê é uma comédia romântica repleta de ação que vai agradar a todos os casais. Um filme divertido, leve, engraçado e emocionante na medida certa.
-
QueIssoAssim2 semanas ago
QueIssoAssim 301 – Futuro do Pretérito (Fallout – A Série)
-
Notícias3 semanas ago
Todo mundo vai se sentir mal por essa menina doce… mas ela é muito mais do que isso”, afirma Alisha Weir sobre Abigail
-
Notícias2 semanas ago
As complicações de um relacionamento me fascinam”, diz Luca Guadagnino sobre trama de Rivais
-
Notícias2 semanas ago
Completando um mês em cartaz, Godzilla e Kong: O Novo Império já levou mais de 2 milhões de pessoas aos cinemas