Reviews e Análises
Ela Disse – Crítica
Ela Disse (She Said) é a adaptação de um livro escrito pelas jornalistas do New York Times, Jodi Kantor e Megan Twohey, e conta a história dos bastidores da investigação que as duas realizaram para desvendar décadas de assédio e abuso sexual em Hollywood. Foi graças à essa reportagem, publicada em 2017, que começou por todo o mundo o movimento #meetoo em que mulheres que já haviam sido abusadas ou assediadas foram a público para falar e denunciar seus agressores.
O filme é simplesmente soberbo. Apesar de ser somente baseado em diálogos, a história é contada de uma maneira tão bem feita que não há momentos tediosos, não se perde a atenção do espectador em momento algum. Ajudam na receita as excelentes atuações de Carey Mulligan (Megan Twohey) e Zoe Kazan (Jodi Kantor). O elenco de apoio também entrega muito com as performances impecáveis de Patricia Clarkson (Rebecca Corbett), Andre Braugher (Dean Baquet), Jennifer Ehle (Laura Madden) e Ashley Judd como ela mesma.
A reportagem descobriu que Harvey Weinstein, produtor de Hollywood da empresa Miramax, assediava atrizes e funcionárias. Para poder fazer isso e sair incólume, Weinstein tinha uma rede de proteção de advogados que compravam o silêncio das vítimas com grana pesada. O filme, assim como o livro, conta a história de como foi feita a reportagem em questão. As dificuldades, as perseguições, o medo das vítimas em abrirem o jogo e deixarem seus nomes serem publicados.
O filme dá um foco muito bacana também na vida pessoal dessas jornalistas, que são pessoas comuns como eu e você, que têm filhos, maridos, outras questões cotidianas que precisam ser lidadas enquanto lutam por desvendar o mistério em jogo. O filme é feminista sem radicalismos. Ele mostra a realidade sem precisar diminuir ninguém para poder exaltar a força da mulher.
E a melhor parte de Ela Disse é quando o filme aborda a coragem feminina. O filme é sobre isso. Sobre como a mulher precisa ser corajosa em um mundo que a diminui o tempo todo. Seja no trabalho ou na vida pessoal, no enfrentamento às ameaças de morte ou encarando a possibilidade de toda uma investigação ir por água abaixo. Coragem em dizer o que precisa ser dito e enfrentar seus agressores de cabeça erguida. Um filme daqueles pra pendurar na parede.
Reviews e Análises
O Dublê – Crítica
Estrelado por Ryan Gosling e Emily Blunt, O Dublê é uma comédia romântica pra macho. Sério, por ser a história de um dublê (Gosling) tentando reconquistar sua paixão, uma diretora em seu filme de estréia (Blunt), ele é repleto de cenas de ação e agrada a todos.
O filme circula a personagem Colt Stevens (Gosling) que é resgatado ao cargo de dublê e se mete em altas aventuras para resgatar Tom Ryder (Aaron Taylor-Johnson) que se meteu com uma turminha da pesada. E sim, essa descrição sessão da tarde define muito bem o filme: diversão garantida pro casal.
Dirigido por David Leitch (Trem Bala, Atômica) o filme já vem com um pedigree de filmes de ação de qualidade e é repleto de easter eggs para as séries de dublê dos anos 80 e 90. Fique atento para a trilha e efeitos sonoros! O roteiro é bem fechadinho, e encaixa bem cenas emotivas com perseguição de carro, explosões e até cachorros treinados.
Ryan Gosling carrega o filme nas costas (com uma grande ajuda da equipe de dublês), mas isso não ofusca as boas atuações do resto do elenco que em alguns lugares roubam merecidamente a cena. Emily Blunt dá a vida ao par romântico de Colt Stevens, Judy Moreno, e eleva o filme com uma personagem que todos amam já de início.
Hannah Waddingham como Gail Meyer está quase irreconhecível e entrega uma produtora de Hollywood fantástica. Já Tom Ryder é rapidamente odiado pela maravilhosa atuação de Aaron Taylor-Johnson. Não posso deixar de falar de Winston Duke (Pantera Negra, Nós) no papel de Dan Tucker que – além de distribuir bolachas – é um ótimo alívio cômico.
O Dublê é uma comédia romântica repleta de ação que vai agradar a todos os casais. Um filme divertido, leve, engraçado e emocionante na medida certa.
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