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Reviews e Análises

Os 30 anos de Bom Dia Vietnã

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Há trinta anos, exatamente em 23 de dezembro, Robin Williams nos saudava com um bom dia que entraria para a história.

Good Morning Vietnam, ou Bom Dia Vietnã, chegou às telas brasileiras em 12 de fevereiro do ano seguinte. O filme é baseado na história do militar e D.J. de rádio Adrian Cronauer, que atuou pela força aérea americana durante a guerra do Vietnã.

Adrian assumiu o posto de radialista da missão ianque e diversificou as transmissões do programa trazendo bom humor, descontração e muito rock and roll. Obviamente esse comportamento “diferenciado” gerou muita irritação por parte de seus superiores, tanto que após um ano em Saigon, Cronauer foi gentilmente convidado a voltar para o Estados Unidos.

Adrian Cronauer

Já no filme, além do trabalho como D.J., o filme retrata a amizade de Adrian com um jovem vietnamita e do relacionamento de Adrian com uma vietnamita que conhece durante as aulas de inglês ministradas por ele.

Como quase todos os filmes sobre o tema, esse também possui forte crítica ao confronto, principalmente por ter sido uma guerra “inventada” pelo governo americano e também por ser reconhecida como um grande fracasso das forças armadas americanas. A trama não se esquiva em mostrar a destruição e horrores provocados pelo conflito, enquanto a voz de Adrian leva um pouco de conforto e alegria aos soldados americanos.

Agora o grande destaque é a atuação do fantástico Robin Williams, que enriquece o personagem de brincadeiras, imitações e trejeitos, tudo isso sem perder a profundidade do contexto. Outro elemento que traz aquele sabor ao filme é a trilha sonora, recheada de “música moderna”.

O filme dirigido por Barry Levinson (Mera Coincidência, Sleepers e a Revolta dos Brinquedos), custou 13 milhões de dólares e só no Estados Unidos faturou quase 124 milhões. Além disso, Bom Dia Vietnã rendeu à Robin Williams uma indicação ao Oscar de melhor ator e garantiu o Globo de Ouro na categoria Melhor Ator Comédia/Musical.

Curiosidades. 

– Hoje Adrian é um sargento aposentado pela força aérea Americana, participa de eventos de veteranos onde conta sua aventura por Saigon. Em um dos eventos ele comentou sobre o filme:

 Aqueles que estiveram nas forças armadas sabem que se eu fizesse tudo aquilo que Robin Williams fez no filme, eu ainda estaria em Leavenworth (prisão militar em Washington).

 – O filme foi praticamente todo filmado em Banguecoque e os habitantes locais foram feitos em sua maioria pelos estudantes da International (American) School of Bangkok (ISB).

– O roteiro original foi desenvolvido pelo próprio Adrian e foi pensado para uma série, posteriormente foi transformado para um filme para televisão e por fim, para o cinema, mas somente após cair no colo do Robin Williams, que o reescreveu.

Para encerrar, recomendo que vejam Bom Dia Vietnã, está disponível no Netflix. E agora deixo vocês com duas aulas, uma de Robin Williams, um gênio, e outra de Garcia Júnior, um monstro da dublagem.

Atualização (15/08): infelizmente nosso querido filme foi removido do catálogo do Netflix. Me ajuda a te ajudar Netflix!

Obrigado e até a próxima.

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A Hora da Estrela – Crítica

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Quando se é aficionado por livros é comum alguma mania: ler a última página, tentar não “quebrar” a lombada de calhamaços enquanto se lê ou usar qualquer coisa que estiver a mão como marcador de páginas. Eu coleciono primeiros parágrafos: escrevo em pequenos cadernos que guardo na estante junto com os volumes que lhes deram origem. Claro que existem os favoritos como o de Orgulho e Preconceito (“É uma verdade universalmente conhecida que um homem solteiro, possuidor de uma boa fortuna, deve estar necessitado de uma esposa.”) e Anna Karenina (“Todas as famílias felizes são iguais, mas cada família infeliz é infeliz à sua maneira.”), mas nenhum fala tanto ao meu coração quanto o de “A Hora da Estrela”:

Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida. Mas antes da pré-história havia a pré-história da pré-história e havia o nunca e havia o sim. Sempre houve. Não sei o quê, mas sei que o universo jamais começou.

Agora, se você nunca leu “A Hora da Estrela”, pode dar uma chance a obra da autora ucrano-brasileira Clarice Lispector assistindo a adaptação realizada em 1985 pela cineasta Suzana Amaral, que voltou aos cinemas no último 16 de maio em cópias restauradas digitalmente em 4K.

O longa conta a história da datilógrafa Macabéa (vivida magistralmente por Marcélia Cartaxo, ganhadora do Urso de Prata de melhor atuação em Berlim) uma migrante vai do Nordeste para São Paulo tentar a vida. Órfã, a personagem parece pedir perdão o tempo todo por estar viva, quase se desculpando por ter sobrevivido a sina dos pais. Macabéa é invisível, invisibilizada e desencaixada do mundo.

A interação com as outras personagens acentua o caráter de estranheza que Macabéa sente de sua realidade (“O que você acha dessa Macabéa, hein?” “Eu acho ela meio esquisita”) onde a proximidade física reservada a ela é oferecida apenas pelas viagens de metrô aos domingos.

As coisas parecem mudar quando ao mentir ao chefe – copiando sua colega de trabalho Glória – dizendo que no dia seguinte irá tirar um dente para, na verdade, tirar um dia de folga. Passeia pela cidade e encontra Olímpico (José Dumont) a quem passa a ver com frequência. Infelizmente, mesmo ele, não entende a inocência e esse desencaixe de Macabéa, deixando-a.

“A Hora da Estrela” de Suzana Amaral traz a estética da fome tão cara ao Cinema Novo de Glauber Rocha não apenas na falta, ressaltada em oposição as personagens que orbitam a curta vida de Macabéa, mas no desalento, no desamparo e, principalmente, no abandono que, quando negado em certa altura pela mentira esperançosa da cartomante charlatã (vivida por Fernanda Montenegro), culmina na estúpida tragédia que ocorre com a protagonista.

Se no começo de tudo, como disse Clarice, sempre houve o nunca e o sim, para Macabéa e os seus “sim senhor” o universo reservou apenas o grande não que Suzana Amaral captou como ninguém.

Nota 5 de 5

Avaliação: 5 de 5.
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