Reviews e Análises
Medida Provisória – Crítica
Em um futuro não tão distópico, o governo brasileiro decreta uma medida provisória que obriga os cidadãos negros a migrarem para a África. A princípio uma sugestão, no melhor estilo “Brasil ame-o ou deixe-o”, e depois transformado em perseguição, o filme mostra o que pode acontecer quando o extremismo é levado a sério.
O argumento maravilhoso do roteiro de que a iniciativa seria uma forma de reparação ao nosso passado escravocrata e assassino é simplesmente genial. Pois é real. Principalmente nos dias de caquistocracia em que vivemos.
A obrigatoriedade de expulsão do país de cidadãos negros, que agora são chamados de melanina acentuada, em mais uma crítica ao politicamente correto que nos assola, afeta diretamente a vida do casal Capitú (Taís Araújo) e de Antonio (Alfred Enoch), assim como a do primo André (Seu Jorge), que divide apartamento com os dois.
Quando a coisa toda acontece e a polícia começa a arrastar as pessoas e levá-las contra a sua vontade para a deportação, vemos tudo o que pode acontecer em um futuro (ou presente) onde as regras são escritas de cabeça para baixo. Quilombos são reerguidos, os apartamentos se tornam os últimos refúgios das pessoas que ainda resistem, a tortura e o assassinato relembram o período mais obscuro de nossa história.
O filme é uma adaptação da peça “Namíbia, Não”, de Aldri Anunciação e dirigido por Lázaro Ramos. Com uma câmera leve, a história corre por nossos olhos como um prenúncio de um desastre. E nos sentimos impotentes, assim como os protagonistas. Que precisam lutar, mas são vencidos pelo sistema. Como resistir? Como lutar sem agredir? Questões como vingança e justiça olho por olho e dente por dente também são colocadas em pauta de forma brilhante.
Um filme mais do que necessário para tempos desnecessários. Um brado retumbante que precisa ser ouvido e interpretado. Até onde vamos?
Reviews e Análises
O Dublê – Crítica
Estrelado por Ryan Gosling e Emily Blunt, O Dublê é uma comédia romântica pra macho. Sério, por ser a história de um dublê (Gosling) tentando reconquistar sua paixão, uma diretora em seu filme de estréia (Blunt), ele é repleto de cenas de ação e agrada a todos.
O filme circula a personagem Colt Stevens (Gosling) que é resgatado ao cargo de dublê e se mete em altas aventuras para resgatar Tom Ryder (Aaron Taylor-Johnson) que se meteu com uma turminha da pesada. E sim, essa descrição sessão da tarde define muito bem o filme: diversão garantida pro casal.
Dirigido por David Leitch (Trem Bala, Atômica) o filme já vem com um pedigree de filmes de ação de qualidade e é repleto de easter eggs para as séries de dublê dos anos 80 e 90. Fique atento para a trilha e efeitos sonoros! O roteiro é bem fechadinho, e encaixa bem cenas emotivas com perseguição de carro, explosões e até cachorros treinados.
Ryan Gosling carrega o filme nas costas (com uma grande ajuda da equipe de dublês), mas isso não ofusca as boas atuações do resto do elenco que em alguns lugares roubam merecidamente a cena. Emily Blunt dá a vida ao par romântico de Colt Stevens, Judy Moreno, e eleva o filme com uma personagem que todos amam já de início.
Hannah Waddingham como Gail Meyer está quase irreconhecível e entrega uma produtora de Hollywood fantástica. Já Tom Ryder é rapidamente odiado pela maravilhosa atuação de Aaron Taylor-Johnson. Não posso deixar de falar de Winston Duke (Pantera Negra, Nós) no papel de Dan Tucker que – além de distribuir bolachas – é um ótimo alívio cômico.
O Dublê é uma comédia romântica repleta de ação que vai agradar a todos os casais. Um filme divertido, leve, engraçado e emocionante na medida certa.
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