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Reviews e Análises

A Noite Do Jogo (Game Night) 2018 – Por Maria Eduarda Senna

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A Noite de Jogo é um longa que conta a história de Max (Jason Bateman) e Annie (Rachel McAdams) um casal que que participa de um grupo de casais que organizam noites de jogos. Quando o irmão de de Max, Brooks (Kyle Chandler), chega, ele pede ao Irmão para que dessa vez a noite de jogos seja em sua casa e organiza um jogo de assassinato e mistério. Só que Brooks é sequestrado de verdade, mas eles acreditam que tudo faz parte da misteriosa brincadeira. Os seis amigos competitivos precisam resolver o caso para vencer o jogo, cujo rumo vai se tornando cada vez mais inesperado.


O filme já começou me ganhando com a abertura, as logos das produtoras se transformando em peças de jogos de tabuleiro, a corda que enforcou a Dona Branca na Biblioteca, pelo Coronel Mostarda caindo na tela…. tudo isso já me empolgou, ainda mais se tratando de um filme da Warner, que sempre presenteia a gente com essas aberturas que eu mesma amo, e acho que por mais que ninguém repare tanto, faz diferença. Mas vamos ao que interessa…

A direção de John Francis Daley e Jonathan Goldstein é bastante dinâmica e ousada, com planos de ponta cabeça e sequências muito bem feitas, que te fazem ter a sensação de estar na trama, jogando com as personagens. Planos abertos com o cenário feito em maquete imitando jogos de tabuleiros, que brincam o tempo todo com a proposta do filme, como se o espectador estivesse sentado numa mesa realmente jogando “Detetive”, “Jogo da Vida”, “Clue” ou “Scotland Yard”.

O roteiro é um dos pontos chave dessa produção, ele é muito bem amarrado e cheio de reviravoltas, levando o espectador a se questionar muito, com vários momentos que brincam inclusive com outro gênero de film, o suspense e o terror com Jump Scare, de uma maneira muito bem feita (mais até do que alguns filmes que de terror que só jogam essas cenas para preencher espaço). Mark Perez consegue com um roteiro super ágil nos apresentar os personagens logo de cara e criar uma empatia por todos. Cheio de piadas com referências incríveis a filmes como: “O Incrível Hulk”, “Harry Potter”, “Busca Implacável” e todos aqueles filmes com o Mark Wahlberg (segura essa referência), um roteiro bastante inteligente, conciso, bem estruturado 




A muito tempo não via uma comédia que me fizesse rir mesmo no cinema e escutar as gargalhadas das outras pessoas ou escutar alguns “meu deus o que tá acontecendo?” sempre seguido de uma risada.

O elenco conta com Jason Bateman (“Eu Queria Ter a Sua Vida”, “Como Matar Meu Chefe” e “Coincidências do Amor”) e Rachel McAdams (“Meninas Malvadas”, “Diário de Uma Paixão” e “Para Sempre”) como protagonistas. Eu particularmente AMO o Bateman e até hoje nenhum filme dele que eu tenha visto foi ruim, ele tem um carisma e a comédia está no rosto dele de uma forma muito natural, mas o ponto mais alto de tudo que falamos até agora é a Rachel sem sombra de dúvidas, ela está incrivelmente engraçada e a química dos dois funciona muito bem. Ainda no elenco temos, Lamorne Morris, Kylie Bunbury, Billy Magnussen, Sharon Horgan, Jesse Plemons (que inclusive é uma personagem incrível apesar de “creep”) e Kyle Chandler, que constroem de uma forma natural esse grupo de amigos que acabam se metendo numa roubada juntos (leia-se com voz de narrador da sessão da tarde). Algumas participações especiais como a de Michael C Hall ( O FUCKING DEXTER) que pelo menos me deixou pulando na cadeira, com sentimento de saudade e desejando mais uma temporada de Dexter (talvez para um final melhor…).


Uma Noite de Jogo é uma comédia inteligente, dinâmica e muito boa de ir para espairecer, comer uma pipoca e sair leve do cinema já ligando pros amigos para marcar uma noite de vinhos e jogos…. mas cuidado com a competitividade haha


NOTA: 4,5

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A Hora da Estrela – Crítica

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Quando se é aficionado por livros é comum alguma mania: ler a última página, tentar não “quebrar” a lombada de calhamaços enquanto se lê ou usar qualquer coisa que estiver a mão como marcador de páginas. Eu coleciono primeiros parágrafos: escrevo em pequenos cadernos que guardo na estante junto com os volumes que lhes deram origem. Claro que existem os favoritos como o de Orgulho e Preconceito (“É uma verdade universalmente conhecida que um homem solteiro, possuidor de uma boa fortuna, deve estar necessitado de uma esposa.”) e Anna Karenina (“Todas as famílias felizes são iguais, mas cada família infeliz é infeliz à sua maneira.”), mas nenhum fala tanto ao meu coração quanto o de “A Hora da Estrela”:

Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida. Mas antes da pré-história havia a pré-história da pré-história e havia o nunca e havia o sim. Sempre houve. Não sei o quê, mas sei que o universo jamais começou.

Agora, se você nunca leu “A Hora da Estrela”, pode dar uma chance a obra da autora ucrano-brasileira Clarice Lispector assistindo a adaptação realizada em 1985 pela cineasta Suzana Amaral, que voltou aos cinemas no último 16 de maio em cópias restauradas digitalmente em 4K.

O longa conta a história da datilógrafa Macabéa (vivida magistralmente por Marcélia Cartaxo, ganhadora do Urso de Prata de melhor atuação em Berlim) uma migrante vai do Nordeste para São Paulo tentar a vida. Órfã, a personagem parece pedir perdão o tempo todo por estar viva, quase se desculpando por ter sobrevivido a sina dos pais. Macabéa é invisível, invisibilizada e desencaixada do mundo.

A interação com as outras personagens acentua o caráter de estranheza que Macabéa sente de sua realidade (“O que você acha dessa Macabéa, hein?” “Eu acho ela meio esquisita”) onde a proximidade física reservada a ela é oferecida apenas pelas viagens de metrô aos domingos.

As coisas parecem mudar quando ao mentir ao chefe – copiando sua colega de trabalho Glória – dizendo que no dia seguinte irá tirar um dente para, na verdade, tirar um dia de folga. Passeia pela cidade e encontra Olímpico (José Dumont) a quem passa a ver com frequência. Infelizmente, mesmo ele, não entende a inocência e esse desencaixe de Macabéa, deixando-a.

“A Hora da Estrela” de Suzana Amaral traz a estética da fome tão cara ao Cinema Novo de Glauber Rocha não apenas na falta, ressaltada em oposição as personagens que orbitam a curta vida de Macabéa, mas no desalento, no desamparo e, principalmente, no abandono que, quando negado em certa altura pela mentira esperançosa da cartomante charlatã (vivida por Fernanda Montenegro), culmina na estúpida tragédia que ocorre com a protagonista.

Se no começo de tudo, como disse Clarice, sempre houve o nunca e o sim, para Macabéa e os seus “sim senhor” o universo reservou apenas o grande não que Suzana Amaral captou como ninguém.

Nota 5 de 5

Avaliação: 5 de 5.
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