Reviews e Análises
Freaky: No Corpo de um Assassino – Crítica
Dirigido e co-escrito por Christopher Landon (A Morte Te Dá Parabéns 1 e 2), Freaky: No Corpo de um Assassino mistura terror adolescente com comédia e uma pitadinha de horror. Produzido por Jason Blum, CEO e Fundador da Blumhouse Productions, o filme faz a velha troca de corpos entre um assassino em série (Vince Vaughn) e uma adolescente tímida (Kathryn Newton).
Vince Vaughn está perfeito tanto enquanto assassino em série quanto sendo uma adolescente no corpo de um homem “velho e fedorento”. O ator conduz a plateia por um texto cheio de piadas bem boladas, tensão, sustos e carnificina. Ver um homem de 1,96m de altura correr como uma adolescente que não gosta de esportes já vale o ingresso, e o ator mostra seu alcance cômico e dramático no filme. Kathryn Newton (Detetive Pikachu) faz muito bem o papel de adolescente tímida, mas a atuação tende a ficar meio robótica quando “veste a alma” do assassino. Não sei se foi opção do diretor/roteiro ou a atriz chegando ao seu limite. O elenco de apoio conta com Nyla (Celeste O’Connor) e Josh Detmer (Misha Osherovich) que ajudam muito nas piadas e tiradas sacaneando os excessos do politicamente correto nos dias de hoje.
O filme começa como um belo filme de terror, com assassinatos logo de cara e desenvolve em uma comédia com terror digna da produtora. Algumas cenas até remetem aos games da série Mortal Kombat de tão sangrentas, o que valeu o horror na descrição. Clichês não deixam de pontuar o roteiro aqui e ali, mas não são tão ruins como poderiam. Assusta, diverte e entretém.
Reviews e Análises
Ainda Estou Aqui – Crítica
Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.
Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.
Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.
Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.
Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.
O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.
Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.
Nota 5 de 5
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