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Reviews e Análises

Os Banshees de Inisherin – Crítica

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“As banshees provêm da família das fadas, e é a forma mais obscura delas. Eram como seres que previam a morte, seu grito poderia ser ouvido a quilômetros de distância, e poderia estourar até mesmo um crânio. As banshees resumidamente eram consideradas mensageiras da morte, algo sobrenatural.”

E é sob o olhar dessa fada mensageira da morte que o filme “Banshees de Inisherin” mostra uma luta brutal por uma amizade. Tem tretas de cidade pequena, tem guerra de plano de fundo, tem discussão sobre capacitismo. Ahh galera, filme de Oscar né. Chaaaato pra caramba? Sim. Mas se você calça seu All Star verde, esse é seu lugar.

Colm Doherty e Pádraic Súilleabháin, “Banshees de Inisherin”, Searchlight pictures, 2022

O filme é dirigido a 10km/h pelo cineasta Matin Mcdonagh, onde também dirigiu “Sete psicopatas e um Shit Tzu” de 2012 (adorei o nome), e “Três anúncios para um crime” de 2017. A fotografia do filme é maravilhosa, ele traz uma visão contemplativa. A lentidão mostra bem como o tempo passa ali, o tempo como as informações correm e chegam e inclusive como demora para haver mudanças por ali. Mas é chato pra caceta. Noooossssa.. Agora assim, não dá pra negar que isso valoriza muito a dramaticidade da trama. De resto, não tem o que dizer, o cara é um excelente diretor e sabe o que está fazendo.

O roteiro carrega também a assinatura do diretor. Então vamos lembrar que é filme pra Oscar. Isso quer dizer que vai ter que ter um questionamento sobre uma questão social ao menos. Precisa mostrar ter cenas conceituais ou contemplativas, e tem que brincar com técnicas do cinema. Double check em tudo. Mas os textos são muito bem escritos, o roteiro é bonito. A premissa é tocante e os motivos muito bem explorados. A trajetória dos personagens também é bem desenvolvida. Mas assim, é que nem assistir rinha de caramujo. A principio parece uma ideia legal, mas vai ficar chato bem ali.

Pádraic Súilleabháin e Siobhán Súilleabháin, “Banshees de Inisherin”, Searchlight pictures, 2022

Sobre o elenco.. ave. Realmente me impressionou. Temos Colin Farrell (“As viúvas” de 2018 e “Batman” de 2022) como Pádraic Súilleabháin, o nosso personagem principal e que não aceita o fim de sua amizade repentina com Colm Doherty, interpretado por Brendan Gleeson (“Hampstead: nunca é tarde para amar” de 2017 e “Calvário” de 2014). Como a irmã de Pádraic, temos Siobhán Súilleabháin, interpretada por Kerry Condon (“Três anúncios para um crime” de 2017 e “Dreamland: sonhos e ilusões” de 2019). E temos os demais trabalhando muito bem no elenco como Barry Keoghan (“Dunkirk” de 2017 e “A lenda do cavaleiro verde” de 2021), interpretando um jovem com deficiência intelectual e motora da cidade chamado Dominic Kearney, temos também Gary Lydon (“Cavalo de guerra” de 2011 e “A maldição da floresta” de 2015), interpretando o policial e pai abusador de Dominic chamado Peadar Kearney e por fim a Banshee da cidade, a velha bruxa Mrs McCormick interpretada por Sheila Flitton (“Conhecendo meu pai” de 1998 e “O homem do norte” de 2022). E todos dando um show de interpretação.

Pádraic Súilleabháin e Dominic Kearney, “Banshees de Inisherin”, Searchlight pictures, 2022

Mas e sobre o que é o filme? Vivendo em uma comunidade pequena, acabam que todos se conhecem. E por razões pessoais Colm resolve pôr um fim em uma amizade de anos apenas por ter novos objetivos de vida e cansar do pensamento limitado de Pádraic. Pádraic não aceita esse término e trava uma verdadeira guerra para ter seu amigo de volta. Mas o mundo muda, as pessoas mudam, e a mudança se mostra clara no pensamento das personagens e em suas atitudes. E com isso vem sua mudança de postura. Com direito a “Cada vez que você falar comigo eu arrancarei um dedo e jogarei em você.” Será que ele teve coragem de fazer isso? Assista e confira.

O filme enquanto obra é 5 de 5 e é essa que vai pras estrelinhas aqui embaixo. Mas como eu sei que vc não tem um all star verde, é bem um 2 de 5.

O filme estreia dia 02 de fevereiro nos cinemas brasileiros. Mas é possível achar ele em streaming, caso você não queira assistir em tela graande.

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O Dublê – Crítica

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Estrelado por Ryan Gosling e Emily Blunt, O Dublê é uma comédia romântica pra macho. Sério, por ser a história de um dublê (Gosling) tentando reconquistar sua paixão, uma diretora em seu filme de estréia (Blunt), ele é repleto de cenas de ação e agrada a todos.

O filme circula a personagem Colt Stevens (Gosling) que é resgatado ao cargo de dublê e se mete em altas aventuras para resgatar Tom Ryder (Aaron Taylor-Johnson) que se meteu com uma turminha da pesada. E sim, essa descrição sessão da tarde define muito bem o filme: diversão garantida pro casal.

Ryan Gosling é Colt Seavers em O Dublê, dirigido por David Leitch

Dirigido por David Leitch (Trem Bala, Atômica) o filme já vem com um pedigree de filmes de ação de qualidade e é repleto de easter eggs para as séries de dublê dos anos 80 e 90. Fique atento para a trilha e efeitos sonoros! O roteiro é bem fechadinho, e encaixa bem cenas emotivas com perseguição de carro, explosões e até cachorros treinados.

Ryan Gosling carrega o filme nas costas (com uma grande ajuda da equipe de dublês), mas isso não ofusca as boas atuações do resto do elenco que em alguns lugares roubam merecidamente a cena. Emily Blunt dá a vida ao par romântico de Colt Stevens, Judy Moreno, e eleva o filme com uma personagem que todos amam já de início.

Hannah Waddingham como Gail Meyer está quase irreconhecível e entrega uma produtora de Hollywood fantástica. Já Tom Ryder é rapidamente odiado pela maravilhosa atuação de Aaron Taylor-Johnson. Não posso deixar de falar de Winston Duke (Pantera Negra, Nós) no papel de Dan Tucker que – além de distribuir bolachas – é um ótimo alívio cômico.

O Dublê é uma comédia romântica repleta de ação que vai agradar a todos os casais. Um filme divertido, leve, engraçado e emocionante na medida certa.

Avaliação: 5 de 5.
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