Reviews e Análises
Jogador Nº 1 ( Ready Player One) 2018 – Por Maria Eduarda Senna
Então vamos falar de Steven Spielberg e a sua aula de: “Como se fazer filmes”, Porque é exatamente o que eu sinto TODAS as vezes que eu assisto um filme dele.
Desde criança me lembro de assistir E.T na sessão da tarde e pedir pro meu pai gravar no VHS pra mim (essa fita eu tenho até hoje), e principalmente de assisti-la muitas e muitas vezes até decorar cada fala e momento vivido pelo Elliot e pelo ET. Aos 10 anos de idade eu decidi que queria fazer cinema, viver de disso e criar sonhos. Porque é isso que o cinema faz, ele é a junção de absolutamente tudo que vivemos, tudo que queremos viver, dos medos, dos desejos, de absolutamente TUDO. E um dos diretores que mais me inspira para que isso exista cada dia mais em mim, é o Spielberg, e em “Ready Player One”, não é diferente.
Com sua direção inovadora (como sempre) Spielberg é capaz de transformar qualquer evento em algo gigante e nostálgico, sem se perder em nenhuma cena, planos incríveis e repletos de ação, do início ao fim do filme. Quando a tela do cinema se apaga vemos a logo da Amblin (uma das produtoras do Spielberg, aquela que é a cena mais emblemática do ET) e as outras produtoras associadas, aparecendo na tela, tudo em silêncio, como se tivéssemos sendo levados novamente para a abertura de “De Volta Para o Futuro” e então, a trilha surge, com Van Halen, e “Ready Player One” começa, já fazendo o publico pular das cadeiras ao som de “JUMP” (Foi exatamente o que eu fiz).
“Jogador Nº 1” (Ready Player One) conta a história de Wade Watts (Tye Sheridan), que vive num futuro distópico, em 2045, e como o resto da humanidade, Watts, prefere a realidade virtual do jogo OASIS (um mundo virtual, onde você pode ser quem quiser e conforme vai avançando e subindo de nível, o seu avatar pode ter a o visual que quiser e o carro ou o que quiser ter, ou seja: você pode ser o Batman e dirigir a moto do Tron ou pode ser o Jason de Sexta-Feita 13 e pilotar a Millenium Falcon) ao mundo real. O jogo foi criado por James Halliday (Mark Rylance), que morre e deixa um desafio aos jogadores, achar 3 chaves escondidas, que fazem parte de um quebra- cabeças. O jogador que conseguir reunir essas 3 chaves, ganha o controle do OASIS e herda toda a fortuna de Halliday.
O filme se desenrola, mostrando um pouco da vida de Wade, e sua paixão pela cultura pop, que está presente em praticamente o filme todo. Não quero entrar em muitos detalhes sobre essas referências, porque tudo acaba sendo um spoiler. A trama é muito bem amarrada e os personagens são incríveis, é impressionante a forma que Spielberg consegue apresentar cada um deles e fazer com que você torça, sofra, sorria e vibre com cada um dessas personagens (até quando são apenas avatares ). Além da excelente atuação de Tye Sheridan (Como Sobreviver a um Ataque de Zumbi) temos atores jovens que conseguem sustentar de uma maneira fantástica o “Filmão da Porra” que é Ready Player One, ao contrario de Circulo de Fogo – A Revolta, o elenco jovem funciona muito bem e presenteia com atuações incríveis e leves.
Em resumo, o filme é o verdadeiro crossover de absolutamente TUDO de mais incrível que marcou os anos 80 e 90, desde as músicas até – principalmente – as referências de jogos de videogame como: Overwatch, Call of Duty, Street Fighter, Super Mario, Space Inveders, Adventure…) e de filmes incríveis como, “O Iluminado (Kubrick)”, “De Volta para o Futuro” ( Zemeckis e Spielberg), Star Wars (George Lucas), “The Breakfast Club; “Curtindo a Vida a Doidado” (John Hughes), –é realmente impossível citar todos- passando inclusive por Batman e o Batmóvel dos anos 60 de Adam West, esse filme é um presente nostálgico que com certeza, vai entrar pra história do cinema e ensinar a geração futura o que é um “Easter Egg” bem feito.
Com uma trilha sonora IMPECAVEL recheada de clássicos dos anos 80 como, Van Halen, Rush, DEPECHE MODE, A-Ha, Hall & Oates (e muito mais…), o filme é adptado do livro de Ernest Cline, e nos apresenta um roteiro incrível, sem erros e furos na história. Dirigido por um dos caras que eu mais admiro na história do cinema, Steven Spielberg, acompanhado de um elenco sensacional que inclui: Tye Sheridan (Como Sobreviver a um Ataque Zumbi), Olivia Cooke (Eu,Você e a Garota que Vai Morrer), Ben Mendelsohn (Rouge One), Lena Waithe – que além de estrar como atriz, está INCRIVEL e é uma pesonagem demais – O filme estreia dia 29/03 e VALE MUITO A PENA!! Va ao cinema e se divirta caçando Easter Eggs!! 1,2,3,4 …quantas vezes você precisar até conseguir encontrar todos!!!
NOTA: 5
Reviews e Análises
Lispectorante – Crítica

Lispectorante de Renata Pinheiro, diferente de outras produções baseadas na obra de Clarice Lispector – A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral e A Paixão Segundo G.H. (2023) de Luiz Fernando Carvalho – não tem foco, especialmente, em nenhum texto da autora, mas consegue captar seu universo e soluciona o fluxo de consciência, característica primeira de sua literatura, através de cenas marcadas pelo fantástico.
Durante o longa acompanhamos Glória Hartman – uma artista plástica em crise, recém-divorciada e sem dinheiro – que retorna para sua terra natal, indo visitar sua tia Eva. Ao encontrar um guia de turismo com um grupo acaba interessando-se pelas informações sobre a casa de Clarice Lispector que, a partir daqui será o lugar do onírico e de profundas e solitárias discussões existenciais, preenchido por ruinas de um mundo apocalíptico.
Lispectorante, palavra inventada tradução do intraduzível, Oxe, pra mim listectorante é uma droga ilegal feita numa manhã de um Carnaval que se aproxima. Pra expectorar mágoas, prazeres, visgos e catarros num rio que vira charco
Entre o fazer artístico – sempre mostrado de forma fantástica, surrealista – e a necessidade de sustento, Glória se apaixona por Guitar, um artista de rua mais jovem com quem inicia um romance.
A escolha de Marcélia Cartaxo para viver Glória nos ajuda a encaixá-la no mundo de Clarice: é como se ela sempre tivesse estado ali, vivendo e sentindo todas aquelas subjetividades, mesmo sendo uma personagem de atitudes muito diferentes de Macabéa, que a atriz viveu em A Hora da Estrela. Glória é livre, mas seu momento de vida – uma mulher madura, recém-divorciada, sem dinheiro e em um “lance” com um homem mais jovem – nos remete as inseguranças de Macabéa – jovem, tímida e descobrindo o mundo. Ambas estão em transição!
Lispectorante é poético e tem um desfecho que não surpreende e nisso ele é excelente: não há outro caminho para o sentir do artista que as suas incertezas.
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