Connect with us

Reviews e Análises

Crítica – O Som do Silêncio

Published

on

O nome original de O Som do Silêncio faz mais sentido, apesar da tradução não ser ruim. The Sound of Metal conta a história de um baterista chamado Rubem, interpretado com ódio e torpor por Riz Ahmed, que de um dia para outro acaba perdendo mais de 80% da audição dos dois ouvidos. Um tormento real para alguém que trabalha com música e precisa escutar bem para poder garantir o seu sustento. O filme então entra em um drama pesado para mostrar as agruras de você do nada se ver tanto sem um dos cinco sentidos humanos, quanto ver a sua vida toda perder o sentido e tentar reconstruí-la a duras penas. E ainda mete aí um histórico de drogas para apimentar a coisa toda.

O filme aborda a discussão filosófica sobre o porque coisas ruins acontecem com a gente e o quanto somos responsáveis por elas. E joga uma luz no tema de que até onde a gente tem que aceitar as coisas ruins que acontecem e nos adaptarmos a elas, ou até quando dá para a gente tentar reverter a situação. O drama vivido por Rubem em muitos momentos nos é empático, pois todo mundo já passou por momentos de dificuldades onde achou que tudo estava perdido. A história do filme adiciona camadas de drama com a responsabilidade de Rubem aumentada por conta da interdependência com sua parceira de banda e namorada Louise (interpretada pela ótima Olivia Cooke).

Destaca-se no filme a fotografia que dá um tom documental à obra, que faz com que tudo seja muito real. Também é imperativo comentar o brilhante trabalho de mixagem e edição de som do filme, que volta e meia nos coloca dentro da cabeça de Rubem e nos faz ouvir como ele escuta, muitas vezes um silêncio abafado, em outros tantos um silêncio completo e em determinados pontos com um som metalizado, aí a referência do título. Um filme dramático, pesado, monótono em alguns momentos, mas com excelentes atuações.

Avaliação: 3 de 5.
Continue Reading
Click to comment

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Reviews e Análises

Ainda Estou Aqui – Crítica

Published

on

By

ainda estou aqui

Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.

Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.

Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.

Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.

Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.

O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.

Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.

Nota 5 de 5

Avaliação: 5 de 5.
Continue Reading

Burburinho

Entretenimento que não acaba! Acompanhe nossos podcasts, vídeos e notícias.
Copyright © 2016-2023 Portal Refil — Todos os direitos reservados.
FullStack Dev: Andreia D'Oliveira. Design: Henrique 'Foca' Iamarino.
Theme by MVP Themes — WordPress.
Política de Privacidade