Reviews e Análises
Ruby Marinho – Monstro adolescente – Crítica

Que filme difícil de falar bem. Quanta dificuldade em olhar pra esse filme e conseguir discorrer com paciência. Olha que nem é porque o filme é sobre adolescente. O filme parte da premissa de que ser adolescente é difícil, mas um adolescente Kraken é muito mais. O filme é da Dreamworks, mas parece que é da concorrência. Não se espante se essa crítica for mais curta. Mas bom… pelo menos o filme é muito colorido e visualmente bonito e tem músicas boas.

O filme tem a direção de Kirk DeMicco (“Space Chimps: Micos no Espaço” de 2008 e “Os Croods” de 2013) e Faryn Pearl (em sua primeira direção). Nesse ponto realmente temos que elogiar, visualmente o filme é muito atrativo, colorido, vivo, e poucas coisas se questiona da parte técnica e de direção. A trilha sonora está muito presente e atrativa também. Até consigo dizer que os diretores conseguiram conduzir bem a estrutura desses personagens. Ansiedade ali é mato.
O roteiro de Pam Brady (“South Park: Maior, melhor e sem cortes” de 1999), Brian C. Brown (“Lucy in the Sky” de 2019) e Elliotti DiGuiseppi (“Lucy in the sky” de 2019). O filme realmente ele se divide entre muito bom tecnicamente de escrita e ruim como desenrolar da temática. A premissa do filme, considerando que é para criança, é razoável. O desenvolvimento das cenas já começam a dar problema e desandar. Apesar de uma estética bem infantil, a estrutura das cenas já traz um pensamento mais amadurecido. Enfim, o roteiro está bem mediano.

O elenco já chama bem a atenção. Na versão americana temos Jane Fonda como a avó Rainha, Lana Condor como Ruby, Toni Collette como Agatha, Colman Domingo como Arthur e Annie Murphy como Chelsea. Na versão brasileira temos Agatha Paulita como Ruby, Patricia Scalvi como Avó Rainha, Adriana Pissardini de Ágatha, Mauro Ramos como Arthur e Giovanna Lancellotti como Chelsea. E já é sabido que somos bem fãs da dublagem brasileira e está de muita qualidade. Dão uma personalidade absurda pra caracterização.

A história é sobre uma família de Krakens que se disfarçam muito bem em uma cidade do litoral. Bom, fora dá água eles ficam na altura de um humano médio, porém azuis. Já dentro dá água eles viram grandes monstros dos mares. Quer dizer, apenas as mulheres crescem. Eles tem apenas que se disfarçar na cidade, e daria certo se não fosse uma adolescente que se junta com outros adolescente (que precisam de uns remedinhos), e resolvem desobedecer os pais. A Ruby faz uma sequência de escolhas que gera uma serie de problemas pra cidade e pra família, e aparentemente todo mundo acha que está tudo bem no final. Porque afinal de contas ser adolescente é difícil, né. Tem namorico adolescente, tem crise de ansiedade, ataque de pânico, versão vilã da pequena sereia, tem tio bobo do pavê, e etc. Se for analisar pelo ponto educacional ou a moral da história, os exemplos não são lá muito bons não.
Essa crítica da 1,5 de 5 para esse filme. Porque ele é realmente visualmente bonito.
O filme estreia dia 29 de Junho nos cinemas
Reviews e Análises
Lispectorante – Crítica

Lispectorante de Renata Pinheiro, diferente de outras produções baseadas na obra de Clarice Lispector – A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral e A Paixão Segundo G.H. (2023) de Luiz Fernando Carvalho – não tem foco, especialmente, em nenhum texto da autora, mas consegue captar seu universo e soluciona o fluxo de consciência, característica primeira de sua literatura, através de cenas marcadas pelo fantástico.
Durante o longa acompanhamos Glória Hartman – uma artista plástica em crise, recém-divorciada e sem dinheiro – que retorna para sua terra natal, indo visitar sua tia Eva. Ao encontrar um guia de turismo com um grupo acaba interessando-se pelas informações sobre a casa de Clarice Lispector que, a partir daqui será o lugar do onírico e de profundas e solitárias discussões existenciais, preenchido por ruinas de um mundo apocalíptico.
Lispectorante, palavra inventada tradução do intraduzível, Oxe, pra mim listectorante é uma droga ilegal feita numa manhã de um Carnaval que se aproxima. Pra expectorar mágoas, prazeres, visgos e catarros num rio que vira charco
Entre o fazer artístico – sempre mostrado de forma fantástica, surrealista – e a necessidade de sustento, Glória se apaixona por Guitar, um artista de rua mais jovem com quem inicia um romance.
A escolha de Marcélia Cartaxo para viver Glória nos ajuda a encaixá-la no mundo de Clarice: é como se ela sempre tivesse estado ali, vivendo e sentindo todas aquelas subjetividades, mesmo sendo uma personagem de atitudes muito diferentes de Macabéa, que a atriz viveu em A Hora da Estrela. Glória é livre, mas seu momento de vida – uma mulher madura, recém-divorciada, sem dinheiro e em um “lance” com um homem mais jovem – nos remete as inseguranças de Macabéa – jovem, tímida e descobrindo o mundo. Ambas estão em transição!
Lispectorante é poético e tem um desfecho que não surpreende e nisso ele é excelente: não há outro caminho para o sentir do artista que as suas incertezas.
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