Reviews e Análises
Paris, 13º Distrito – Crítica

Paris, 13º Distrito (Les Olympiades) é um filme francês sobre relações humanas modernas. Sobre como a tecnologia afeta nossas vidas amorosas e amizades e como lidamos com isso hoje em dia. o filme conta a história de Émilie (Lucie Zhang), Camille (Makita Samba) e Nora (Noémie Merlant) e do relacionamento entre os três e como as vidas são entrelaçadas por nossas situações do cotidiano.
O filme traz questões interessantes como o amor e o sexo, as relações humanas, o cancelamento virtual e como ele pode afetar a vida de uma pessoa fora das redes sociais, entre outras questões mais profundas e dramas psicológicos. Tudo isso de uma forma leve, moderna e bem-humorada, sem perder o charme de filme francês.
A fotografia contribui muito para esse charme europeu, pois é toda em preto e branco e extremamente bem realizada. A direção de Jacques Audiard está bem precisa e o roteiro, que também é seu, se em algum momento não empolga demais, pelo menos consegue carregar o nosso interesse pelos desdobramentos até o fim da história.
Paris, 13º Distrito é um filme divertido, interessante, que vai interessar tanto a um público geral que gosta de filmes românticos, quanto quem gosta de um filme mais artístico.
Reviews e Análises
Lispectorante – Crítica

Lispectorante de Renata Pinheiro, diferente de outras produções baseadas na obra de Clarice Lispector – A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral e A Paixão Segundo G.H. (2023) de Luiz Fernando Carvalho – não tem foco, especialmente, em nenhum texto da autora, mas consegue captar seu universo e soluciona o fluxo de consciência, característica primeira de sua literatura, através de cenas marcadas pelo fantástico.
Durante o longa acompanhamos Glória Hartman – uma artista plástica em crise, recém-divorciada e sem dinheiro – que retorna para sua terra natal, indo visitar sua tia Eva. Ao encontrar um guia de turismo com um grupo acaba interessando-se pelas informações sobre a casa de Clarice Lispector que, a partir daqui será o lugar do onírico e de profundas e solitárias discussões existenciais, preenchido por ruinas de um mundo apocalíptico.
Lispectorante, palavra inventada tradução do intraduzível, Oxe, pra mim listectorante é uma droga ilegal feita numa manhã de um Carnaval que se aproxima. Pra expectorar mágoas, prazeres, visgos e catarros num rio que vira charco
Entre o fazer artístico – sempre mostrado de forma fantástica, surrealista – e a necessidade de sustento, Glória se apaixona por Guitar, um artista de rua mais jovem com quem inicia um romance.
A escolha de Marcélia Cartaxo para viver Glória nos ajuda a encaixá-la no mundo de Clarice: é como se ela sempre tivesse estado ali, vivendo e sentindo todas aquelas subjetividades, mesmo sendo uma personagem de atitudes muito diferentes de Macabéa, que a atriz viveu em A Hora da Estrela. Glória é livre, mas seu momento de vida – uma mulher madura, recém-divorciada, sem dinheiro e em um “lance” com um homem mais jovem – nos remete as inseguranças de Macabéa – jovem, tímida e descobrindo o mundo. Ambas estão em transição!
Lispectorante é poético e tem um desfecho que não surpreende e nisso ele é excelente: não há outro caminho para o sentir do artista que as suas incertezas.
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