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O Homem do Norte – Crítica

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O Homem do Norte (The Northman) conta a história de Amleth (Alexander Skarsgard) príncipe de uma tribo de vikings nos anos 900 depois de Cristo. Quando criança, ele testemunha o assassinato do rei Aurvandil (Ethan Hawke) pelas mãos de seu tio Fjölnir (Claes Bang). Ao ser perseguido, consegue fugir para jurar retornar um dia e vingar seu pai e salvar sua mãe (Nicole Kidman).

Assim como todos os trabalhos anteriores do diretor Robert Eggers, a realidade se mistura com a fantasia e o horror. Sempre usando e abusando de uma fotografia soberba, Eggers conta uma história em que não é muito fácil discernir até onde foi a realidade e até onde tudo não é uma fantasia do protagonista, onde a bruxaria não passa de uma coincidência feliz ou infeliz.

4179_D026_00102_RC2 (ctr) Alexander Skarsgård stars as Amleth in director Robert Eggers’ Viking epic THE NORTHMAN, a Focus Features release. Credit: Aidan Monaghan / © 2022 Focus Features, LLC

Violento, cru, nojento, gráfico. As cenas de mortes são marcantes e por muitas vezes não poupam o espectador mais sensível. Em outros momentos percebe-se que o diretor queria ir mais longe mas foi segurado ou por uma auto-crítica ou por um estúdio zeloso. As atuações de todo o elenco estão incríveis. Além dos já citados, temos ainda Willem Dafoe, e Anya Taylor-Joy em papéis importantes.

Infelizmente, a coisa mais importante do filme não é tão forte assim: o roteiro. Com uma trama simples de vingança, o texto traz poucos pontos de virada e nenhuma surpresa para os espectadores mais vividos nesse tipo de história. Traições e decepções, redenções e sacrifícios são esperados e entregues de forma muito simples, sem nada de original. O filme vale mesmo é pelo espetáculo visual e pelas atuações.

Avaliação: 4 de 5.
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Ainda Estou Aqui – Crítica

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ainda estou aqui

Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.

Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.

Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.

Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.

Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.

O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.

Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.

Nota 5 de 5

Avaliação: 5 de 5.
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Burburinho

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