Reviews e Análises
O Filho da Mãe – Crítica

Pegue uma caixa de lenços pra assistir essa cinebiografia de Paulo Gustavo. Você vai chorar de rir e de emoção ao reencontrar um dos maiores comediantes brasileiros e adentrar não só a coxia de suas produções como sua vida.
O filme foi gravado durante a produção da peça O Filho da Mãe, idealizada como homenagem a Déa Lúcia, mãe do artista, que foi inspiração para a personagem de Dona Hermínia. Ele mostra não só a dinâmica entre mãe e filho, mas as amizades, os fãs e a família. E faz isso por meio de entrevistas muito bem montadas entre imagens dos bastidores do espetáculo, do dia-a-dia, dos ensaios e até dos raros momentos de descanso.
O que era pra ser um documentário sobre a ascensão de um artista e das origens de sua obra, das inspirações, da sua vida pessoal, casamento e filhos acabou se tornando uma biografia e uma homenagem extremamente sensível a pessoa que foi Paulo Gustavo.
Recomendo imensamente que assistam, está na Prime Video, e pode ser acessado aqui

Reviews e Análises
Lispectorante – Crítica

Lispectorante de Renata Pinheiro, diferente de outras produções baseadas na obra de Clarice Lispector – A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral e A Paixão Segundo G.H. (2023) de Luiz Fernando Carvalho – não tem foco, especialmente, em nenhum texto da autora, mas consegue captar seu universo e soluciona o fluxo de consciência, característica primeira de sua literatura, através de cenas marcadas pelo fantástico.
Durante o longa acompanhamos Glória Hartman – uma artista plástica em crise, recém-divorciada e sem dinheiro – que retorna para sua terra natal, indo visitar sua tia Eva. Ao encontrar um guia de turismo com um grupo acaba interessando-se pelas informações sobre a casa de Clarice Lispector que, a partir daqui será o lugar do onírico e de profundas e solitárias discussões existenciais, preenchido por ruinas de um mundo apocalíptico.
Lispectorante, palavra inventada tradução do intraduzível, Oxe, pra mim listectorante é uma droga ilegal feita numa manhã de um Carnaval que se aproxima. Pra expectorar mágoas, prazeres, visgos e catarros num rio que vira charco
Entre o fazer artístico – sempre mostrado de forma fantástica, surrealista – e a necessidade de sustento, Glória se apaixona por Guitar, um artista de rua mais jovem com quem inicia um romance.
A escolha de Marcélia Cartaxo para viver Glória nos ajuda a encaixá-la no mundo de Clarice: é como se ela sempre tivesse estado ali, vivendo e sentindo todas aquelas subjetividades, mesmo sendo uma personagem de atitudes muito diferentes de Macabéa, que a atriz viveu em A Hora da Estrela. Glória é livre, mas seu momento de vida – uma mulher madura, recém-divorciada, sem dinheiro e em um “lance” com um homem mais jovem – nos remete as inseguranças de Macabéa – jovem, tímida e descobrindo o mundo. Ambas estão em transição!
Lispectorante é poético e tem um desfecho que não surpreende e nisso ele é excelente: não há outro caminho para o sentir do artista que as suas incertezas.
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