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Reviews e Análises

Noites de Paris – Crítica

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Todo recomeço é difícil, mas é necessário um dia de cada vez. Ora a vida põe alguém no seu caminho. Ora ele te dá a oportunidade de estender a mão. E é nessa pegada que acompanhamos a jornada de Elisabeth Davies nesse Drama francês que apesar de bem sentido, e com pitadas de intensidade, soube se fazer leve. Mas já vou avisando: é tênis verde.

Dirigido por Mikhaël Hers que tem em sua história “Aquele sentimento de verão”, 2015, e “Amanda”, de 2018, tem um trabalho que às vezes busca um tom tênis verde pra explorar as tomadas contemplativas de paris dos anos 80. E que apesar de dar umas boas misturadas nos formatos de tela, acaba, no todo, tendo uma boa montagem. O trabalho de fotografia e condução do processo está excelente e muito bem explorado.

Elisabeth Davis e Talulah, Noites de Paris, Vitrine Films, 2022

Mikhaël também assina o roteiro, mas tem em parceria Maud Ameline (“Se eu fosse um homem”, 2017, “Amanda”, 2018) e Mariette Désert (“Suzanne”, 2013, e “Jessica forever”, 2018). O roteiro tem uma boa construção e prende. Os diálogos são ricos e muito bem amarrados. Como já dito: ele soube ser leve na medida. Mas isso não tira a intensidade do drama da história.

Quanto ao elenco que surpresa interessante ao ver o rosto de Charlotte Gainsburg (“Ninfomaniaca I e II”, 2013, “Crimes Obscuros”, 2016), aqui no papel de Elisabeth. Temos também Quito Rayon Richter no papel de Mathias e Megan Northan como Judith, Ambos filhos de Elisabeth Davies. E ainda no núcleo principal Noée Abita na personagem da Talulah, uma jovem cheia de vivência nas ruas. 

Noites de Paris, Vitrine Films, 2022

Vamos para o que de fato se trata esse filme. Depois de uma fase dificil, Elisabeth vive o fim do seu casamento e nossa história começa com essa jovem se reerguendo dois anos depois. Com dois filhos jovens, mas já começando a se reerguer de uma fase difícil, ela começa um novo trabalho em uma rádio, no turno da madrugada. Assume um emprego de telefonista em um programa e ali conhece Talulah, que acaba por criar uma conexão quase materna e oferece um suporte a jovem que não tem um lar. O que eram pra ser uns dias, acaba sendo um processo bem mais longo, e conseguimos acompanhar o crescimento de cada uma das personagens e como avançam nos seus conflitos pessoais. Eu diria que é um filme que claramente mostra uma jornada de evolução pessoal em meio a dificuldades da vida.

Mathias Davis e Talulah, Noites de Paris, Vitrine Films, 2022

Um filme linear e bem cadenciado com cenas boas e uma histórias interessantes. Mas isso não faz essa crítica dar muito mais do que um 3 de 5 estrelas.

Avaliação: 3 de 5.

O filme estreia dia 20 de outubro nos cinemas.

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Reviews e Análises

Lispectorante – Crítica

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Lispectorante de Renata Pinheiro, diferente de outras produções baseadas na obra de Clarice Lispector – A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral e A Paixão Segundo G.H. (2023) de Luiz Fernando Carvalho – não tem foco, especialmente, em nenhum texto da autora, mas consegue captar seu universo e soluciona o fluxo de consciência, característica primeira de sua literatura, através de cenas marcadas pelo fantástico.

Durante o longa acompanhamos Glória Hartman – uma artista plástica em crise, recém-divorciada e sem dinheiro – que retorna para sua terra natal, indo visitar sua tia Eva. Ao encontrar um guia de turismo com um grupo acaba interessando-se pelas informações sobre a casa de Clarice Lispector que, a partir daqui será o lugar do onírico e de profundas e solitárias discussões existenciais, preenchido por ruinas de um mundo apocalíptico.

Lispectorante, palavra inventada tradução do intraduzível, Oxe, pra mim listectorante é uma droga ilegal feita numa manhã de um Carnaval que se aproxima. Pra expectorar mágoas, prazeres, visgos e catarros num rio que vira charco
Entre o fazer artístico – sempre mostrado de forma fantástica, surrealista – e a necessidade de sustento, Glória se apaixona por Guitar, um artista de rua mais jovem com quem inicia um romance.

A escolha de Marcélia Cartaxo para viver Glória nos ajuda a encaixá-la no mundo de Clarice: é como se ela sempre tivesse estado ali, vivendo e sentindo todas aquelas subjetividades, mesmo sendo uma personagem de atitudes muito diferentes de Macabéa, que a atriz viveu em A Hora da Estrela. Glória é livre, mas seu momento de vida – uma mulher madura, recém-divorciada, sem dinheiro e em um “lance” com um homem mais jovem – nos remete as inseguranças de Macabéa – jovem, tímida e descobrindo o mundo. Ambas estão em transição!

Lispectorante é poético e tem um desfecho que não surpreende e nisso ele é excelente: não há outro caminho para o sentir do artista que as suas incertezas.

Avaliação: 3 de 5.
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Burburinho

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