Reviews e Análises
Noite Infeliz – Crítica

Dá para contar nos dedos os filmes realmente bons de Natal. A lista quase nunca é atualizada. São sempre os mesmos que são mencionados: Esqueceram de Mim, Férias Frustradas de Natal… E no topo da lista da maioria das pessoas sempre está o clássico Duro de Matar. Pois venho com boas novas. Pode atualizar essa lista. Noite Infeliz já nasce clássico. Até porque ele pega exatamente a mesma premissa de Duro de Matar e substitui John Mclane por ninguém mais ninguém menos que o próprio Papai Noel.
É véspera de Natal e a casa da família ricaça Lightstone é invadida por bandidos que querem a senha do cofre para roubar mais de 300 milhões de dólares. Só que eles não contavam que o Papai Noel estava na casa entregando os presentes quando tudo acontece. E aí amigo, o velho vai atualizando a lista dos meninos maus e acabando com eles um a um no melhor estilo porrada bruta e sangue voando na tela.
David Harbour está excelente como um Papai Noel literalmente de saco cheio da profissão. Bêbado e guloso, Noel quer que aquela véspera de Natal acabe logo, pois ele não quer mais viver aquilo ali. Mas os acontecimentos daquela noite vão conseguir transformar seu coração, principalmente ao ser salvo pela fofíssima Trudy (Leah Brady), a neta da família Lightstone, que é a única que ainda acredita no bom velhinho.
Aí segue uma série dos melhores clichês de filmes de ação, comédia e Natal, com momentos específicos para homenagear outros filmes clássicos. Noite infeliz é um prato cheio para quem quer ver cenas de ação violentas, comédia sarcástica e sentir aquele quentinho no coração. Um dos mais divertidos de 2022, com certeza!
Reviews e Análises
Lispectorante – Crítica

Lispectorante de Renata Pinheiro, diferente de outras produções baseadas na obra de Clarice Lispector – A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral e A Paixão Segundo G.H. (2023) de Luiz Fernando Carvalho – não tem foco, especialmente, em nenhum texto da autora, mas consegue captar seu universo e soluciona o fluxo de consciência, característica primeira de sua literatura, através de cenas marcadas pelo fantástico.
Durante o longa acompanhamos Glória Hartman – uma artista plástica em crise, recém-divorciada e sem dinheiro – que retorna para sua terra natal, indo visitar sua tia Eva. Ao encontrar um guia de turismo com um grupo acaba interessando-se pelas informações sobre a casa de Clarice Lispector que, a partir daqui será o lugar do onírico e de profundas e solitárias discussões existenciais, preenchido por ruinas de um mundo apocalíptico.
Lispectorante, palavra inventada tradução do intraduzível, Oxe, pra mim listectorante é uma droga ilegal feita numa manhã de um Carnaval que se aproxima. Pra expectorar mágoas, prazeres, visgos e catarros num rio que vira charco
Entre o fazer artístico – sempre mostrado de forma fantástica, surrealista – e a necessidade de sustento, Glória se apaixona por Guitar, um artista de rua mais jovem com quem inicia um romance.
A escolha de Marcélia Cartaxo para viver Glória nos ajuda a encaixá-la no mundo de Clarice: é como se ela sempre tivesse estado ali, vivendo e sentindo todas aquelas subjetividades, mesmo sendo uma personagem de atitudes muito diferentes de Macabéa, que a atriz viveu em A Hora da Estrela. Glória é livre, mas seu momento de vida – uma mulher madura, recém-divorciada, sem dinheiro e em um “lance” com um homem mais jovem – nos remete as inseguranças de Macabéa – jovem, tímida e descobrindo o mundo. Ambas estão em transição!
Lispectorante é poético e tem um desfecho que não surpreende e nisso ele é excelente: não há outro caminho para o sentir do artista que as suas incertezas.
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