Reviews e Análises
Mundo estranho – Crítica

Hello Disney! Seja bem vinda e volte sempre viu. É um enorme prazer ser convidado pra uma cabine de imprensa de vocês aqui em Brasília. Sempre que quiserem estamos dispostos.
Vamos falar de uma animação da Disney que parece uma viagem de ácido ou cogumelo. Estou falando de “Mundo Estranho”, uma animação bem viagem mesmo. Tem muita cor, tem inspiração pra vender bonecos e fazer montanha russa, mas não teve muita carisma no roteiro. Infelizmente.

Dirigido por Don Hall (“Operação big hero”, 2014, e “Raya e o último dragão”, 2021) e também por Qui Nguyen, em sua primeira codireção, Conseguem trazer pra tela um estilo retrofuturista pra tela que é maravilhoso. De alguma maneira estranha o filme tem um visual interessante, apresenta uma sequência de estímulos visuais exóticos, mas que não tem ritmo. O filme não embala nem no emocional que ele tenta capturar, e a tensão fica aquém. Mas as crianças vão amar as bolhas coloridas e as figurinhas de gomas.
E, bom, já adiantei um pouco do roteiro, que é assinado por Qui Nguyen, que aqui sim ele já tem uma boa experiência, mas muito pra série de TV. E desculpe, mas o roteiro é fraco. Tenta engajar numa causa e bater um monte de metas de agenda e de politicamente correto que esqueceu de pôr tempero nesse guisado. O filme fica sem atitude, com um conflito fraco, uma moral boba (e não venha justificar que o filme é para crianças). O clímax não atinge onde deveria. Não tem energia, como na cidade.

No elenco original tem as vozes de Jake Gyllenhaal como Searcher Glade, Jaboukie Young-white como Ethan Clade, Dennis Quaid como Jaeger Clade, que são Pai, neto e avô respectivamente e núcleo principal da trama. Gabrielle Union como Meridian Clade, esposa de Searcher. E Lucy Liu como Callisto Mal, aventureira e líder da cidade. Já na dublagem brasileira vou colocar os nomes na mesma ordem dos personagens apresentados anteriormente. E são: Marcelo Campos, Caio Freire e Luiz Antônio Lobue, Maria Mainarte e Carla Masumoto. A dublagem original pode estar muito boa, mas a brasileira ficou excelente e está impecável.

Mas e de que se trata o filme mesmo? Uma cidade simples e sem muita tecnologia possui um objetivo de descobrir o que há após as montanhas para que possam expandir recursos. Com isso muitos aventureiros surgem, mas ninguém é como Jaeger Clade, o grande explorador. Em uma expedição, seu filho ainda novo, Searcher, se rebela com o objetivo de seu pai e ao descobrir uma espécie peculiar de planta volta para a cidade. Jaeger segue seu objetivo e desaparece. Vinte anos depois, vemos que aquela planta fornece energia e trouxe um avanço tecnológico absurdo pra aquela sociedade. Mas por um problema com a raiz dessa planta, um grupo expedicionário vai precisar salvar sua fonte de energia. E aí se desenrola toda uma aventura com Callisto, a líder da cidade, a esposa e filho de Searcher acabam se metendo nessa alta aventura, que encontram o grande Jaeger perdido. O resto eu vou deixar pra você descobrir vendo o filme.
Essa crítica não se contentou muito com o filme e vai dedicar aqui um 1,5/5.
O filme estreia dia 24 de novembro nos cinemas
Reviews e Análises
Lispectorante – Crítica

Lispectorante de Renata Pinheiro, diferente de outras produções baseadas na obra de Clarice Lispector – A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral e A Paixão Segundo G.H. (2023) de Luiz Fernando Carvalho – não tem foco, especialmente, em nenhum texto da autora, mas consegue captar seu universo e soluciona o fluxo de consciência, característica primeira de sua literatura, através de cenas marcadas pelo fantástico.
Durante o longa acompanhamos Glória Hartman – uma artista plástica em crise, recém-divorciada e sem dinheiro – que retorna para sua terra natal, indo visitar sua tia Eva. Ao encontrar um guia de turismo com um grupo acaba interessando-se pelas informações sobre a casa de Clarice Lispector que, a partir daqui será o lugar do onírico e de profundas e solitárias discussões existenciais, preenchido por ruinas de um mundo apocalíptico.
Lispectorante, palavra inventada tradução do intraduzível, Oxe, pra mim listectorante é uma droga ilegal feita numa manhã de um Carnaval que se aproxima. Pra expectorar mágoas, prazeres, visgos e catarros num rio que vira charco
Entre o fazer artístico – sempre mostrado de forma fantástica, surrealista – e a necessidade de sustento, Glória se apaixona por Guitar, um artista de rua mais jovem com quem inicia um romance.
A escolha de Marcélia Cartaxo para viver Glória nos ajuda a encaixá-la no mundo de Clarice: é como se ela sempre tivesse estado ali, vivendo e sentindo todas aquelas subjetividades, mesmo sendo uma personagem de atitudes muito diferentes de Macabéa, que a atriz viveu em A Hora da Estrela. Glória é livre, mas seu momento de vida – uma mulher madura, recém-divorciada, sem dinheiro e em um “lance” com um homem mais jovem – nos remete as inseguranças de Macabéa – jovem, tímida e descobrindo o mundo. Ambas estão em transição!
Lispectorante é poético e tem um desfecho que não surpreende e nisso ele é excelente: não há outro caminho para o sentir do artista que as suas incertezas.
-
QueIssoAssim2 semanas ago
QueIssoAssim 325 – Operação Documentário – Um papo com Rodrigo Astiz
-
CO22 semanas ago
CO2 358 – O Resgate Duplo e o Contrabando
-
Notícias3 semanas ago
Nova série do Disney+ sobre Jean Charles com participação de atriz paulistana Carolina Baroni
-
Reviews e Análises2 semanas ago
Lispectorante – Crítica