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Mundo estranho – Crítica

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Hello Disney! Seja bem vinda e volte sempre viu. É um enorme prazer ser convidado pra uma cabine de imprensa de vocês aqui em Brasília. Sempre  que quiserem estamos dispostos.

Vamos falar de uma animação da Disney que parece uma viagem de ácido ou cogumelo. Estou falando de “Mundo Estranho”, uma animação bem viagem mesmo. Tem muita cor, tem inspiração pra vender bonecos e fazer montanha russa, mas não teve muita carisma no roteiro. Infelizmente.

“Mundo Estranho”, Disney, 2022

Dirigido por Don Hall (“Operação big hero”, 2014, e “Raya e o último dragão”, 2021) e também por Qui Nguyen, em sua primeira codireção, Conseguem trazer pra tela um estilo retrofuturista pra tela que é maravilhoso. De alguma maneira estranha o filme tem um visual interessante, apresenta uma sequência de estímulos visuais exóticos, mas que não tem ritmo. O filme não embala nem no emocional que ele tenta capturar, e a tensão fica aquém. Mas as crianças vão amar as bolhas coloridas e as figurinhas de gomas. 

E, bom, já adiantei um pouco do roteiro, que é assinado por Qui Nguyen, que aqui sim ele já tem uma boa experiência, mas muito pra série de TV. E desculpe, mas o roteiro é fraco. Tenta engajar numa causa e bater um monte de metas de agenda e de politicamente correto que esqueceu de pôr tempero nesse guisado. O filme fica sem atitude, com um conflito fraco, uma moral boba (e não venha justificar que o filme é para crianças). O clímax não atinge onde deveria. Não tem energia, como na cidade.

Ethan Clade, “Mundo estranho”, Disney, 2021

No elenco original tem as vozes de Jake Gyllenhaal como Searcher Glade, Jaboukie Young-white como Ethan Clade, Dennis Quaid como Jaeger Clade, que são Pai, neto e avô respectivamente e núcleo principal da trama. Gabrielle Union como Meridian Clade, esposa de Searcher. E Lucy Liu como Callisto Mal, aventureira e líder da cidade. Já na dublagem brasileira vou colocar os nomes na mesma ordem dos personagens apresentados anteriormente. E são: Marcelo Campos, Caio Freire e Luiz Antônio Lobue, Maria Mainarte e Carla Masumoto. A dublagem original pode estar muito boa, mas a brasileira ficou excelente e está impecável.

“Mundo estranho”, Disney, 2022

Mas e de que se trata o filme mesmo? Uma cidade simples e sem muita tecnologia possui um objetivo de descobrir o que há após as montanhas para que possam expandir recursos. Com isso muitos aventureiros surgem, mas ninguém é como Jaeger Clade, o grande explorador. Em uma expedição, seu filho ainda novo, Searcher, se rebela com o objetivo de seu pai e ao descobrir uma espécie peculiar de planta volta para a cidade. Jaeger segue seu objetivo e desaparece. Vinte anos depois, vemos que aquela planta fornece energia e trouxe um avanço tecnológico absurdo pra aquela sociedade. Mas por um problema com a raiz dessa planta, um grupo expedicionário vai precisar salvar sua fonte de energia. E aí se desenrola toda uma aventura com Callisto, a líder da cidade, a esposa e filho de Searcher acabam se metendo nessa alta aventura, que encontram o grande Jaeger perdido. O resto eu vou deixar pra você descobrir vendo o filme.

Essa crítica não se contentou muito com o filme e vai dedicar aqui um 1,5/5.

Avaliação: 1.5 de 5.

O filme estreia dia 24 de novembro nos cinemas

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Ainda Estou Aqui – Crítica

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ainda estou aqui

Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.

Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.

Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.

Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.

Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.

O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.

Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.

Nota 5 de 5

Avaliação: 5 de 5.
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