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Reviews e Análises

Herói de Sangue – Crítica

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Filmes de guerra são sempre muito emocionantes e densos. Herói de Sangue (Tirailleurs – 2022) não é uma exceção à regra. O filme francês conta a história de Bakary (Omar Sy), pai de Thierno (Alassane Diong). Durante a Primeira Guerra Mundial, Bakary se alista no exército francês para poder ficar perto de seu filho que foi recrutado contra sua vontade. Ambos são enviados para o front e enfrentam a guerra na colônia francesa de Senegal.

Um ponto interessante do filme é poder conhecer um pedaço da guerra no qual nós normalmente não temos muita familiaridade, que no caso é a luta francesa no Senegal contra os alemães. O estilo da guerra, de trincheiras, não muda aqui, mas é interessante ver que a metralhadora foi realmente uma peça chave na definição do conflito.

Outro ponto interessante é a relação entre pai e filho que se desenrola na história. O pai quer tirar o filho daquela situação e retornar para sua pacata vila, enquanto que o filho acaba se envolvendo em situações e crescendo dentro do exército e aquilo acaba entrando dentro de seu ego e ele bate de frente com o pai. Isso gera situações de dar aquele nó na garganta e de pensar até que ponto devemos ouvir nossos pais ou seguir em frente com nossas convicções.

O filme tem uma produção muito bem feita, com um orçamento alto para um filme fora de Hollywood. A fotografia e o figurino decente ajudam a compor a realidade que é necessária para um filme histórico. O final traz pelo menos uma surpresa que vai fazer o espectador refletir sobre como uma história pode ser contada de forma a ser original sem muita firula de roteiro. Simples e competente, Herói de Sangue é sobre o amor paternal e incondicional, e o quanto estamos dispostos a lutar por esse amor e pela vida dos nossos filhos.

Avaliação: 3 de 5.
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Reviews e Análises

Lispectorante – Crítica

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Lispectorante de Renata Pinheiro, diferente de outras produções baseadas na obra de Clarice Lispector – A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral e A Paixão Segundo G.H. (2023) de Luiz Fernando Carvalho – não tem foco, especialmente, em nenhum texto da autora, mas consegue captar seu universo e soluciona o fluxo de consciência, característica primeira de sua literatura, através de cenas marcadas pelo fantástico.

Durante o longa acompanhamos Glória Hartman – uma artista plástica em crise, recém-divorciada e sem dinheiro – que retorna para sua terra natal, indo visitar sua tia Eva. Ao encontrar um guia de turismo com um grupo acaba interessando-se pelas informações sobre a casa de Clarice Lispector que, a partir daqui será o lugar do onírico e de profundas e solitárias discussões existenciais, preenchido por ruinas de um mundo apocalíptico.

Lispectorante, palavra inventada tradução do intraduzível, Oxe, pra mim listectorante é uma droga ilegal feita numa manhã de um Carnaval que se aproxima. Pra expectorar mágoas, prazeres, visgos e catarros num rio que vira charco
Entre o fazer artístico – sempre mostrado de forma fantástica, surrealista – e a necessidade de sustento, Glória se apaixona por Guitar, um artista de rua mais jovem com quem inicia um romance.

A escolha de Marcélia Cartaxo para viver Glória nos ajuda a encaixá-la no mundo de Clarice: é como se ela sempre tivesse estado ali, vivendo e sentindo todas aquelas subjetividades, mesmo sendo uma personagem de atitudes muito diferentes de Macabéa, que a atriz viveu em A Hora da Estrela. Glória é livre, mas seu momento de vida – uma mulher madura, recém-divorciada, sem dinheiro e em um “lance” com um homem mais jovem – nos remete as inseguranças de Macabéa – jovem, tímida e descobrindo o mundo. Ambas estão em transição!

Lispectorante é poético e tem um desfecho que não surpreende e nisso ele é excelente: não há outro caminho para o sentir do artista que as suas incertezas.

Avaliação: 3 de 5.
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Burburinho

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