Reviews e Análises
Halloween Ends – Crítica

O terceiro e último episódio da nova série de filmes da franquia Halloween chega aos cinemas com a promessa de ser o capítulo final do embate entre Laurie Strode (Jamie Lee Curtis), a cidade de Hadonfield e o psicopata Michael Myers. Mas será que dá para acreditar nisso? O filme original de 1978 teve várias sequências entre os anos 80, 90 e 2000, passou por um remake em 2007 com mais dois filmes e em 2018 resolveu ignorar tudo isso e traz agora o seu já terceiro capítulo para de vez sepultar Michael Myers. Ou até alguém resolver fazer um novo remake.
O filme tem início na festa de Dia das Bruxas de 2019, um ano depois dos acontecimentos de Halloween (2018) e Halloween Kills (2021). Acompanhamos o jovem Corey Cunningham (Rohan Campbell) passar por uma situação traumática enquanto cuidava de uma criança na noite de Halloween. Corta para quatro anos depois e reencontramos Laurie (Jamie Lee) e sua neta Alysson (Andy Matichak) seguindo com suas vidas. Já faz um tempo que Michael Myers desapareceu e Laurie resolveu exorcizar seus fantasmas escrevendo um livro sobre a história toda, enquanto Alysson trabalha como enfermeira em um hospital.
No desenrolar dos acontecimentos, o tal do Corey conhece Laurie e Alysson, com quem começa a ter um relacionamento. Ao mesmo tempo, ele encontra Michael Myers vivendo em um esgoto e, perturbado da cabeça desde o acontecimento com a criança, começa a ter a ajuda de Myers para assassinar seus desafetos.
E daí para frente o que eu contar pode estragar qualquer experiência que você tenha com o filme. O importante é saber que foi uma mistura de sensações. Eu sou muito fã da franquia e ao ver que a história rodava mais ao redor desse tal de Corey do que de Myers eu fiquei bem decepcionado. Mas lá pelas tantas o próprio filme parece perceber a besteira que fez e volta aos trilhos nos minutos finais, dando ao público o embate que todos queriam ver.
Ao subir dos créditos, fica aquela sensação de que o dever foi cumprido, mas que tivemos que aturar algo que não estava nos nossos planos para poder receber a recompensa. E nem sempre isso é legal. Infelizmente.
Reviews e Análises
Lispectorante – Crítica

Lispectorante de Renata Pinheiro, diferente de outras produções baseadas na obra de Clarice Lispector – A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral e A Paixão Segundo G.H. (2023) de Luiz Fernando Carvalho – não tem foco, especialmente, em nenhum texto da autora, mas consegue captar seu universo e soluciona o fluxo de consciência, característica primeira de sua literatura, através de cenas marcadas pelo fantástico.
Durante o longa acompanhamos Glória Hartman – uma artista plástica em crise, recém-divorciada e sem dinheiro – que retorna para sua terra natal, indo visitar sua tia Eva. Ao encontrar um guia de turismo com um grupo acaba interessando-se pelas informações sobre a casa de Clarice Lispector que, a partir daqui será o lugar do onírico e de profundas e solitárias discussões existenciais, preenchido por ruinas de um mundo apocalíptico.
Lispectorante, palavra inventada tradução do intraduzível, Oxe, pra mim listectorante é uma droga ilegal feita numa manhã de um Carnaval que se aproxima. Pra expectorar mágoas, prazeres, visgos e catarros num rio que vira charco
Entre o fazer artístico – sempre mostrado de forma fantástica, surrealista – e a necessidade de sustento, Glória se apaixona por Guitar, um artista de rua mais jovem com quem inicia um romance.
A escolha de Marcélia Cartaxo para viver Glória nos ajuda a encaixá-la no mundo de Clarice: é como se ela sempre tivesse estado ali, vivendo e sentindo todas aquelas subjetividades, mesmo sendo uma personagem de atitudes muito diferentes de Macabéa, que a atriz viveu em A Hora da Estrela. Glória é livre, mas seu momento de vida – uma mulher madura, recém-divorciada, sem dinheiro e em um “lance” com um homem mais jovem – nos remete as inseguranças de Macabéa – jovem, tímida e descobrindo o mundo. Ambas estão em transição!
Lispectorante é poético e tem um desfecho que não surpreende e nisso ele é excelente: não há outro caminho para o sentir do artista que as suas incertezas.
-
Livros em Cartaz3 semanas ago
Livros em Cartaz 074 – Pedro Páramo
-
QueIssoAssim2 semanas ago
QueIssoAssim 325 – Operação Documentário – Um papo com Rodrigo Astiz
-
CO22 semanas ago
CO2 358 – O Resgate Duplo e o Contrabando
-
Notícias3 semanas ago
Nova série do Disney+ sobre Jean Charles com participação de atriz paulistana Carolina Baroni