Connect with us

Reviews e Análises

Halloween (2018) – Review por Maria Eduarda Senna

Published

on



Halloween (2018) que é uma continuação direta do filme original, de 1978, dirigido e escrito por John Carpenter com a ajuda de Debra Hill (responsável não só pelo roteiro mas pela criação de um dos assassinos mais clássico do cinema) e começa depois dos eventos da fatídica noite de terror em que Michael Myers saiu cometendo os assassinatos que nos fãs já conhecemos de cor. Dezesseis anos se passaram e Michael permanece preso em uma instituição mental, até que uma dupla britânica de documentaristas vem aos Estados Unidos para gravar seu podcast em uma série de reportagens sobre Michael Myers e suas vítimas.


Depois de conseguirem chegar perto de Myers com a permissão de seu novo psiquiatra, Dr. Sartain (Haluk Bilginer – que assume os cuidados de Michael depois da morte do Dr. Loomis) e sem obter sucesso com esse “encontro” a dupla resolve entrevistar Laurie Strode (Jamie Lee Curtis). Depois de sobreviver ao ataque de Myers, Laurie desenvolveu uma paranoia que obviamente afetou, e ainda afeta, toda e qualquer forma de relacionamento, especialmente com sua filha Karen (Judy Greer) e neta Allyson (Andi Matichak). Laurie vive em sua casa cercada de armadilhas e armas, treinando dia e noite para estar preparada para enfrentar Michael caso algum dia ele consiga escapar.
Como era de se esperar, em pleno Dia das Bruxas, ( durante a noite obviamente), Michael Myers escapa da prisão e claro que vai atrás de Laurie, deixando uma boa quantidade de corpos pelo caminho. Agora, Laurie e sua família tem que encarar o seu maior medo, o retorno do bicho-papão em pessoa, Michael Myers, o monolítico psicopata silencioso com a sua máscara inexpressiva de William Shatner (nosso eterno Capitão Kirk).



A sequência desse filme, que pra mim é um dos clássicos do terror, que deu inicio a uma nova era do gênero,  já que antes de Halloween não conhecíamos o “Slasher”,  um subgênero do terror  (O Slasher basicamente envolve assassinos psicopatas que matam aleatoriamente, sempre usando uma máscara ou fantasia e vai coletando vítimas e mais vítimas ao longo do filme, até ser revelada sua identidade misteriosa), Halloween – A Noite do Terror de 1978 marcou uma nova geração e uma nova forma de reinventar o terror, hoje são filmes considerados “lado B” e já chegou a ser considerado Trash. Mas o Slasher é para mim um dos melhores jeitos de brincar com o medo de uma forma concreta e real (afinal são apenas pessoas loucas mascaradas, e isso pode acontecer com qualquer um). John Carpenter junto com a Debra Hill deram vida a Michael, de uma forma espetacular, conseguimos captar a essência psicótica e maníaca de Myers desde criança até a fatídica noite de 1978, onde ele mata 5 pessoas a sangue frio, persegue e traumatiza Laurie Strode.



O roteiro dessa continuação, claro que tem suas falhas, mas está longe de ser ruim e sinceramente eu mesma fiquei extremamente satisfeita com o enredo em si e a forma como os personagens se desenvolvem. Principalmente a forma que o roteiro nos mostra como eles foram afetados pelos acontecimentos do primeiro filme, a forma como a violência da noite de terror ainda é presente em cada uma das pessoas envolvidas.
O roteiro deixa claro para nós expectadores, num primeiro momento, que os crimes de Michael Myers não parece tão chocantes, 
através da própria ideia de que, para os “padrões atuais” como um dos personagens filme fala. em uma determinada cena.  Em 1978 por exemplo Myers mata cinco pessoas, e hoje em dia, 5 mortes não soam tão horripilantes para esses adolescentes, para uma geração que convivem com notícias em tempo real atreves de redes sociais, e presenciam situações onde seus próprios colegas entram armados invadindo salas de aula, cinemas e fuzilando dezenas de pessoas incluindo crianças de uma só vez. E é a partir desse pensamentos que começamos a questionar o filme, os tempos mudaram, ok. A violência mudou, mas e a maldade de Myers como prevalece ? O que motiva ele?



A direção de David Green (que também é responsável pelo roteiro juntamente com Jeff Fredley, Danny McBride e claro Carpenter e Debra Hill) está fantástica principalmente na forma como ele apresenta isso ao longo da história, e é nitidamente um deleite para os fãs do clássico de 78, dirigido pelo próprio Carpenter (O gênio), as referências de câmera, planos, o desenvolvimento e a atmosfera do filme nos fazem sentir aquele mesmo frio na barriga de anos atrás, quem é realmente fã de Halloween vai entender. Claro que a participação da Blumhouse nessa produção é definitivamente o que transforma essa sequência em algo incrível, a fotografia maravilhosa nos coloca dentro do longa de uma maneira impecável,
sem deixar é claro, de citar a trilha sonora clássica que todos conhecemos, o próprio John Carpenter, ao lado de seu filho, Cody Carpenter e de Daniel Davies, trazem novamente aquele arranjo que marcou uma geração, acrescentando e combinando novos arranjos, amplificando velhas partituras e criando algo espetacular e ainda mais aterrorizante e vivo. Os sintetizadores literalmente definem o tom do filme, fazendo o público vibrar e tremer na base só de escutar, sabendo que ele está ali, e a música está junto de volta com uma força absurda que cresce junto com a sede de sangue desse Michael Myers que está muito mais brutal.  A maquiagem do filme está nas mãos de Christopher Allen Nelson é uma equipe absurda que não deixa falha, e traz a brutalidade dos anos acumulados de Myers para as telas.



Em 78 vimos e conhecemos um assassino digamos até que contido, psicótico, maniaco porém seletivo diferente desse Michael Myers digamos que “mais maduro”, depois de passar anos preso numa prisão de psicóticos e doentes mentais seríssimos, com certeza a fez com que o ódio e a sede de matar crescesse de uma forma mais brutal mesmo em Myers, tudo isso é claro sem emitir um único som, sem falar absolutamente nada, com ninguém, no melhor estilo do “Mal e Velho Myers” (no sentido literal das palavras) o que continua sendo algo extremamente agonizante e assustador, porem uma característica fantástica do personagem.
Como fã de Halloween eu estou ainda em êxtase por ter assistido essa sequência maravilhosa, que de fato me satisfez e que me deixa com aquela sensação de “era isso que eu queria ver”.


Não posso deixar de falar de um grande amor meu chamada Jamie Lee Curtis, obviamente. Jamie já tinha dito em entrevistas não se orgulhava das varias sequências de Halloween depois de 1978, é não voltaria a viver Laurie Strode, até então. Ela mesmo entra como produtora executiva do filme e claro que esse envolvimento direto transforma tudo num resultado absurdamente incrível, ela consegue amadurecer a personagem a ponto de criar uma atuação magnífica, que eu poderia rever inúmeras vezes, como se fosse uma aula. Juntamente com Nick Castle que retorna no papel de Michael Myers, e faz novamente um trabalho brilhante, a inexpressividade, brutalidade e a calma com que Myers age é de deixar agoniado.


Halloween é a sequência que todo fã da franquia merecia a muito tempo.

NOTA: 5,0

Continue Reading
Click to comment

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Reviews e Análises

O Dublê – Crítica

Published

on

Estrelado por Ryan Gosling e Emily Blunt, O Dublê é uma comédia romântica pra macho. Sério, por ser a história de um dublê (Gosling) tentando reconquistar sua paixão, uma diretora em seu filme de estréia (Blunt), ele é repleto de cenas de ação e agrada a todos.

O filme circula a personagem Colt Stevens (Gosling) que é resgatado ao cargo de dublê e se mete em altas aventuras para resgatar Tom Ryder (Aaron Taylor-Johnson) que se meteu com uma turminha da pesada. E sim, essa descrição sessão da tarde define muito bem o filme: diversão garantida pro casal.

Ryan Gosling é Colt Seavers em O Dublê, dirigido por David Leitch

Dirigido por David Leitch (Trem Bala, Atômica) o filme já vem com um pedigree de filmes de ação de qualidade e é repleto de easter eggs para as séries de dublê dos anos 80 e 90. Fique atento para a trilha e efeitos sonoros! O roteiro é bem fechadinho, e encaixa bem cenas emotivas com perseguição de carro, explosões e até cachorros treinados.

Ryan Gosling carrega o filme nas costas (com uma grande ajuda da equipe de dublês), mas isso não ofusca as boas atuações do resto do elenco que em alguns lugares roubam merecidamente a cena. Emily Blunt dá a vida ao par romântico de Colt Stevens, Judy Moreno, e eleva o filme com uma personagem que todos amam já de início.

Hannah Waddingham como Gail Meyer está quase irreconhecível e entrega uma produtora de Hollywood fantástica. Já Tom Ryder é rapidamente odiado pela maravilhosa atuação de Aaron Taylor-Johnson. Não posso deixar de falar de Winston Duke (Pantera Negra, Nós) no papel de Dan Tucker que – além de distribuir bolachas – é um ótimo alívio cômico.

O Dublê é uma comédia romântica repleta de ação que vai agradar a todos os casais. Um filme divertido, leve, engraçado e emocionante na medida certa.

Avaliação: 5 de 5.
Continue Reading

Burburinho

Entretenimento que não acaba! Acompanhe nossos podcasts, vídeos e notícias.
Copyright © 2016-2023 Portal Refil — Todos os direitos reservados.
FullStack Dev: Andreia D'Oliveira. Design: Henrique 'Foca' Iamarino.
Theme by MVP Themes — WordPress.
Política de Privacidade