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Crítica: Notre-Dame

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Maud Crayon (Valérie Donzelli) é uma arquiteta, mãe de duas crianças, que acaba de descobrir que está grávida novamente. E o pior, de seu ex-marido que ainda aparece, mesmo depois de separados há mais de 4 meses, para uma transa ocasional e filar um rango. Com todas as responsabilidades em suas costas, Maud ainda tem que se virar quando acidentalmente o seu projeto de maquete de um parquinho magicamente ganha asas e acaba sendo confundido com um projeto para reformular a esplanada de um dos maiores monumentos da França: a catedral de Notre-Dame.

Vendo-se com uma fama repentina, Maud tem que lidar com repórteres, lançamentos, a execução do projeto, uma gravidez indesejada, um ex-marido que não se toca e a aparição de um antigo interesse romântico. Com um ritmo bem interessante e momentos totalmente non-sense, a comédia leve agrada como uma boa sessão da tarde, mas sem nunca impactar emocionalmente. O filme traz claras referências ao clássico da Disney Mary Poppins, sem nunca se preocupar em explicar a magia. Simplesmente acontece. Isso pode causar um estranhamento no público mais exigente, mas ser relevado por quem estiver imerso na batalha e nas confusões que Maud enfrenta.

O roteiro coloca algumas reviravoltas no meio do caminho que são interessantes para o desenvolvimento da história, mas que no final das contas acabam sendo irrelevantes para o desfecho, pois a lição que fica ao final é que o importante é que a independência feminina pode superar qualquer dificuldade, por maior que ela seja. E que toda mulher tem o direito de ser bem-sucedida e viver um conto de fadas, mesmo que seja no meio de uma grande confusão.

Avaliação: 3 de 5.

O filme estreia nos cinemas no dia 11 de fevereiro.

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Ainda Estou Aqui – Crítica

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ainda estou aqui

Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.

Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.

Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.

Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.

Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.

O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.

Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.

Nota 5 de 5

Avaliação: 5 de 5.
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Burburinho

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