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Reviews e Análises

Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore – Crítica

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A série Animais Fantásticos começou com uma proposta interessante. Com o fim das adaptações para o cinema dos livros do universo de Harry Potter, era natural que o estúdio quisesse dar algum tipo de continuidade para a franquia nos cinemas. A escolha óbvia seria contar o que aconteceu naquele universo de magia antes do nascimento do bruxinho. Com a criadora do personagem no comando do roteiro, nada poderia dar errado, não é? Não é bem assim.

O novo filme pega a história de onde ela foi deixada no segundo filme e tenta amarrar as pontas soltas. Agora é necessário colocar o bruxo mais poderoso da Terra, Alvo Dumbledore (Jude Law) para enfrentar a grande ameaça do mundo bruxo, o terrível Grindewald (Mads Mikkelsen). Só que Dumbledore não pode se envolver no conflito por conta de um pacto realizado entre os dois. Mas esse não é o tal segredo que é revelado no filme.

Para impedir que Grindewald se torne algo como um rei dos bruxos, o ministro dos ministros da magia, Dumbledore monta um time de amigos, aurores e até mesmo trouxas para protegerem o último dos animais de uma espécie que consegue enxergar a alma das pessoas e decidir se elas são dignas do cargo.

Apesar do roteiro intrincado e cheio de pretensas revelações, nada é muito surpreendente de verdade. Fica aquele sentimento de que o roteiro está enjaulado, correndo o tempo todo dentro de uma daquelas rodinhas de hamster e que não vai se chegar a lugar nenhum. O que acaba acontecendo, já que o vilão precisa sobreviver para que haja mais um filme.

Com temas envolvendo diversidade, o destaque fica para as atuações de Jude Law, que faz um Dumbledore no auge, e de Mads Mikkelsen que parece que nasceu para interpretar vilões. Eddie Redmayne também tem uma boa participação e parece mais confortável no papel de Newt Scamander. O alívio cômico fica por conta de Dan Fogler como o trouxa Jacob, que continua apaixonado por Queenie (Alison Sudol) e decide embarcar na briga para trazê-la de volta ao lado do bem.

Em um filme mais movimentado do que o anterior, Os Segredos de Dumbledore escorrega ao criar mais uma ameaça que não se concretiza. Talvez fosse interessante deixar o mal vencer e ver para onde a história iria. Mas isso não pode ser feito para que Voldmort continue sendo a maior ameaça que o mundo bruxo já viu. Lembra o que eu falei de roda de hamster?

Se a franquia do mundo bruxo quer empolgar o público além dos fãs de Harry Potter, talvez seja a hora de ousar mais um pouco.

Avaliação: 3 de 5.
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1 Comment

1 Comment

  1. Rafael Beraldo Dourado

    3 de maio de 2022 at 16:36

    Uma decisão acertada: Ouvir o episódio ao invés de assistir ao filme (que, admito, eu já não assistiria de qualquer forma porque nem vi o último dessa franquia acreditando na recomendação do Brunão).

    Mas fico triste por não ser bom porque o universo de Harry Potter é bem legal, mesmo nessa versão do passado. Talvez se a história se distanciasse mais da galera de Hogwarts teria espaço pra ter segredos mais interessantes pra contar.

    E na época da divulgação da esnobada da Fernanda Montenegro ao convite de participar, quem poderia imaginar que ela tava só desviando de uma furada? Ok, todo mundo que já tinha visto o segundo filme, talvez…

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Lispectorante – Crítica

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Lispectorante de Renata Pinheiro, diferente de outras produções baseadas na obra de Clarice Lispector – A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral e A Paixão Segundo G.H. (2023) de Luiz Fernando Carvalho – não tem foco, especialmente, em nenhum texto da autora, mas consegue captar seu universo e soluciona o fluxo de consciência, característica primeira de sua literatura, através de cenas marcadas pelo fantástico.

Durante o longa acompanhamos Glória Hartman – uma artista plástica em crise, recém-divorciada e sem dinheiro – que retorna para sua terra natal, indo visitar sua tia Eva. Ao encontrar um guia de turismo com um grupo acaba interessando-se pelas informações sobre a casa de Clarice Lispector que, a partir daqui será o lugar do onírico e de profundas e solitárias discussões existenciais, preenchido por ruinas de um mundo apocalíptico.

Lispectorante, palavra inventada tradução do intraduzível, Oxe, pra mim listectorante é uma droga ilegal feita numa manhã de um Carnaval que se aproxima. Pra expectorar mágoas, prazeres, visgos e catarros num rio que vira charco
Entre o fazer artístico – sempre mostrado de forma fantástica, surrealista – e a necessidade de sustento, Glória se apaixona por Guitar, um artista de rua mais jovem com quem inicia um romance.

A escolha de Marcélia Cartaxo para viver Glória nos ajuda a encaixá-la no mundo de Clarice: é como se ela sempre tivesse estado ali, vivendo e sentindo todas aquelas subjetividades, mesmo sendo uma personagem de atitudes muito diferentes de Macabéa, que a atriz viveu em A Hora da Estrela. Glória é livre, mas seu momento de vida – uma mulher madura, recém-divorciada, sem dinheiro e em um “lance” com um homem mais jovem – nos remete as inseguranças de Macabéa – jovem, tímida e descobrindo o mundo. Ambas estão em transição!

Lispectorante é poético e tem um desfecho que não surpreende e nisso ele é excelente: não há outro caminho para o sentir do artista que as suas incertezas.

Avaliação: 3 de 5.
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Burburinho

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