Reviews e Análises
Alerta Vermelho – Crítica
Alerta Vermelho é a bobagem mais divertida de 2021. O filme conta a história de John Hartley (Dwayne Johnson), um agente do FBI que, com a ajuda da Interpol captura um dos maiores ladrões de arte do mundo, Nolan Booth (Ryan Reynolds). Hartley quer que Booth o ajude a encontrar a ladra Bispo (Gal Gadot), enquanto há uma corrida por reunir os três ovos de ouro que Cleópatra teria ganhado de Marco Antônio. O filme é dirigido por Rawson Marshall Thurber de Família do Bagulho e Um Espião e Meio.
A história do filme é simplesmente a maior sucessão de clichês de filmes de roubo/ação/comédia/aventura. Sim, é difícil encaixar esse filme em um gênero só, pois ele é tudo ao mesmo tempo. As cenas de ação são muito bem filmadas, as montagens envolvendo os roubos também. A comédia fica por conta de Ryan Reynolds, que, apesar de estar fazendo ele mesmo como sempre, dessa vez tinha um bom texto e seus improvisos casaram bem. A cena que ele zoa a careca do Dwayne Johnson é de rolar de rir. Por falar em Dwayne, ele cumpre bem o seu papel de sempre. E Gal Gadot, sempre lindíssima, continua uma péssima atriz.
Voltando ao roteiro, tudo é muito conveniente e dá para se contar as vezes em que há um plot twist previsível. Não há surpresa alguma pois o ponto de virada é coreografado para quem já assistiu a milhares de filmes de todos esses gêneros. Mas, por incrível que pareça, tudo funciona super bem. Não sei como. O que interessa é que, para poder curtir Alerta Vermelho, é importantíssimo desligar o cérebro. Só vai funcionar se for assim. Então assim é um filme horroroso, mas divertidíssimo. Confuso né? Pois é isso.
Reviews e Análises
Lispectorante – Crítica

Lispectorante de Renata Pinheiro, diferente de outras produções baseadas na obra de Clarice Lispector – A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral e A Paixão Segundo G.H. (2023) de Luiz Fernando Carvalho – não tem foco, especialmente, em nenhum texto da autora, mas consegue captar seu universo e soluciona o fluxo de consciência, característica primeira de sua literatura, através de cenas marcadas pelo fantástico.
Durante o longa acompanhamos Glória Hartman – uma artista plástica em crise, recém-divorciada e sem dinheiro – que retorna para sua terra natal, indo visitar sua tia Eva. Ao encontrar um guia de turismo com um grupo acaba interessando-se pelas informações sobre a casa de Clarice Lispector que, a partir daqui será o lugar do onírico e de profundas e solitárias discussões existenciais, preenchido por ruinas de um mundo apocalíptico.
Lispectorante, palavra inventada tradução do intraduzível, Oxe, pra mim listectorante é uma droga ilegal feita numa manhã de um Carnaval que se aproxima. Pra expectorar mágoas, prazeres, visgos e catarros num rio que vira charco
Entre o fazer artístico – sempre mostrado de forma fantástica, surrealista – e a necessidade de sustento, Glória se apaixona por Guitar, um artista de rua mais jovem com quem inicia um romance.
A escolha de Marcélia Cartaxo para viver Glória nos ajuda a encaixá-la no mundo de Clarice: é como se ela sempre tivesse estado ali, vivendo e sentindo todas aquelas subjetividades, mesmo sendo uma personagem de atitudes muito diferentes de Macabéa, que a atriz viveu em A Hora da Estrela. Glória é livre, mas seu momento de vida – uma mulher madura, recém-divorciada, sem dinheiro e em um “lance” com um homem mais jovem – nos remete as inseguranças de Macabéa – jovem, tímida e descobrindo o mundo. Ambas estão em transição!
Lispectorante é poético e tem um desfecho que não surpreende e nisso ele é excelente: não há outro caminho para o sentir do artista que as suas incertezas.
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