Reviews e Análises
Alerta Máximo – Crítica

Baita filmão de Tela quente ou Temperatura máxima. Enchendo você de adrenalina com uma história com profundidade de um prato de sopa, mas mostrando como as pessoas podem ser incríveis ou que “podem haver coisas boas onde não se espera”. Mas aqui se espera sim! E muito com essa dupla de protagonistas aí. Será que eu preciso dizer que forçaram a barra? Não, né? Que bom. Então vamos lá.

Direção de Jean-Fronçois Richet, conhecido por dirigir “Inimigo Público Nº1” de 2008 e “Herança de Sangue” de 2016, aqui mostra que manja dos paranuaês de fazer filme com adrenalina, tiro, porrada e míssil. E não decepcionou. Em alguns momentos os efeitos se fazem visíveis, mas a velocidade da cena não te deixa reparar muito não. As escolhas de cenas foram boas e, para um filme de ação, até que com baixa suspensão de descrença. O cara fez um bom trabalho. E elogio especial pra trilha sonora, que olhaaaaa.. tá de parabéns.
O roteiro tem a dupla J. P. Davis (“Luta e Glória” de 2004 e “Contato Perigoso” de 2022) e Charles Cumming, e aqui vou dizer: podia mais. O filme é bem bê-a-bá no que se refere ao esqueleto de roteiro e no desenvolvimento vão surgindo coisas que nos fazem lembrar que é um bom filme de ação com inspiração nos filmes da temperatura máxima. As falas das personagens não são pobres, mas tem horas que o desenrolar dos motivos são bem qualquer coisa. O diretor trabalhou bem pra amenizar isso. Mas ainda assim, passa. E nem tô falando de raiva.

Acho que aqui a gente fala uma outra ponta que segura muito bem o filme: elenco. Gerard Butler (“Um homem de Família” de 2016, “Covil de Ladrões” de 2018), como o piloto Broadie Torrance, Yosson An (“Máquinas mortais” de 2018 e “Mulan” 2020) como o copiloto Dele, Daniella Pineda (“Jurassic World: Reino ameaçado” de 2018 e “Jurassic World Domínio” de 2022) como a chefe de cabine Bonnie e Mike Colter (“Superação: O milagre da fé” de 2019 e “I’m Charlie Walker” de 2022) como o prisioneiro Louis Gaspare, que está sendo extraditado. Esses e o demais atores fizeram sim um trabalho muito bom. A tensão, as emoções, a identificação com o personagem acontece. Bom, os carinhas da quadrilha não foram tão bons, mas não estragam a experiência. SER FEIO, FAZER CARA FEIA E TER CARA DE POBRE DE PAÍS DE TERCEIRO MUNDO NÃO BASTA PRA CONVENCER COMO BANDINDINHU! Desabafei.

Mas você precisa saber do que se trata pra decidir se vai ou não ao cinema não é mesmo? Então… Um voo que está partindo de Cingapura em direção ao Japão, as vésperas do ano novo leva poucos passageiros, um policial que escolta um prisioneiro e um piloto que prometeu passar a virada com sua filha. Porém, em sua rota está passando uma boooa tempestade e ele diz: “vai dá merda isso aí”, ao que escuta “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Adivinha quem estava certo? Pois é. Depois de tomar uns bons sacodes da tempestade e uma faísca de mais 100 milhões de volts, o avião cai em uma ilha supimpa das Filipinas. O lugar paradisíaco é tão bom que o governo abandonou e não passa lá nem pra entregar correios. A ilha maravilhosa está entregue nas mãos de uma espécie de crime organizado. O prejuízo humano na queda é baixo, mas logo são levados pela quadrilha e o capitão, tomado por uma coragem que nem ele sabia que tinha e um censo de responsabilidade absurdo, se junta ao prisioneiro extraditado para enfrentar toda essa quadrilha e salvar seus 12 tripulantes. O como e se ele conseguiu você assiste, que vale a pena.
Essa crítica dá uma nota 3 de 5. Porque o roteiro pode ser fraco, mas a gente sabe que é entretenimento de qualidade.
Filme estreia 26 de Janeiro nos cinemas.
Reviews e Análises
Lispectorante – Crítica

Lispectorante de Renata Pinheiro, diferente de outras produções baseadas na obra de Clarice Lispector – A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral e A Paixão Segundo G.H. (2023) de Luiz Fernando Carvalho – não tem foco, especialmente, em nenhum texto da autora, mas consegue captar seu universo e soluciona o fluxo de consciência, característica primeira de sua literatura, através de cenas marcadas pelo fantástico.
Durante o longa acompanhamos Glória Hartman – uma artista plástica em crise, recém-divorciada e sem dinheiro – que retorna para sua terra natal, indo visitar sua tia Eva. Ao encontrar um guia de turismo com um grupo acaba interessando-se pelas informações sobre a casa de Clarice Lispector que, a partir daqui será o lugar do onírico e de profundas e solitárias discussões existenciais, preenchido por ruinas de um mundo apocalíptico.
Lispectorante, palavra inventada tradução do intraduzível, Oxe, pra mim listectorante é uma droga ilegal feita numa manhã de um Carnaval que se aproxima. Pra expectorar mágoas, prazeres, visgos e catarros num rio que vira charco
Entre o fazer artístico – sempre mostrado de forma fantástica, surrealista – e a necessidade de sustento, Glória se apaixona por Guitar, um artista de rua mais jovem com quem inicia um romance.
A escolha de Marcélia Cartaxo para viver Glória nos ajuda a encaixá-la no mundo de Clarice: é como se ela sempre tivesse estado ali, vivendo e sentindo todas aquelas subjetividades, mesmo sendo uma personagem de atitudes muito diferentes de Macabéa, que a atriz viveu em A Hora da Estrela. Glória é livre, mas seu momento de vida – uma mulher madura, recém-divorciada, sem dinheiro e em um “lance” com um homem mais jovem – nos remete as inseguranças de Macabéa – jovem, tímida e descobrindo o mundo. Ambas estão em transição!
Lispectorante é poético e tem um desfecho que não surpreende e nisso ele é excelente: não há outro caminho para o sentir do artista que as suas incertezas.
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