Reviews e Análises
A Mãe – Crítica
Filme nacional de novo na área e mostrando aqui um problemão social enfrentado no Brasil heim. E assim vai uma hora e vinte minutos desse drama com uma premissa pesada, bonita, mas que na prática não embala. Chato e pesado. Mas que pra festivais tênis verde é um êxtase.
O filme tem a direção de Cristiano Burlan, que tem em sua trajetória “Sinfonia de um homem só” de 2012 e “Antes do fim” de 2017. Nessa montagem ele traz alguns planos muito interessantes e explora bem a colagem como uma cena continuada. Apesar de entender que a proposta é imergir e ver mais de perto a situação ao usar o recurso do zoom in, ele fica um bocado cansativo e em alguns momentos não prende. Tem muita cara de experimentação do diretor na montagem, o que cansa ao ver as sequências das cenas.
Já o roteiro, que é de autoria de Burlan junto com Ana Carolina Marinho (“Fome”, 2015, “Antes do fim”, 2017), pegam uma premissa pesaaada, ampla e complexa, apresentam um bom esqueleto, mas na hora que essas partes viraram cena o angu desandou. O texto soa fraco e sem força, o que é uma pena. Como se argumento puxasse a narrativa num reboque.
No elenco temos Marcelia Cartaxo (“Quanto vale ou é por quilo?”, 2005, “A praia do fim do mundo”, 2021) no papel de Maria (Mãe) e Dustin Farias no papel de Valdo (Filho desaparecido). Claro que sim, tem outros personagens na trama mas de menor peso. E sobre o elenco. Sabe quando é tão bom em ficar ruim que te convence que é ruim? Pois é. Talvez porque o filme caminhou para um realismo tão extremo que colocou em algum momento você se pergunta se o elenco sabe atuar. Ainda mais considerando a presença de pessoas com causas sociais importantes pra testemunhar, mas que não são exatamente atores.
O que é o Filme mesmo? Conta a história de uma mãe que trabalha como ambulante e mora na periferia de São Paulo. Ao sair para o trabalho, seu filho adolescente mata aula (novamente) para sair com um amigo e tentar um teste numa escolinha de futebol. Na volta de Maria pra casa, Valdo não está e não retorna. O filme relata a busca dessa mãe, e inclusive mostrando omissões e limitações do estado. Para saber como se desenrola essa história recomendo assistir ao filme.
Esta crítica dá generosamente 1,5 de 5 para esse filme.
“A mãe” estreia dia 10 de novembro nos cinemas.
Reviews e Análises
Ainda Estou Aqui – Crítica
Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.
Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.
Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.
Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.
Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.
O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.
Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.
Nota 5 de 5
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