Reviews e Análises
A Garota Invisível – Crítica
Sob a direção de Maurício Eça, A Garota Invisível é um filme adolescente que toca em pontos atuais como cyberbullying, a falsidade das redes sociais e os relacionamentos dos adolescentes de hoje. O filme foca na vida de Ariana (Sophia Valverde), uma nerd que é invisível para todos menos seu melhor amigo Téo (Matheus Ueta). Sua vida muda quando ela posta um vídeo seu se declarando pro seu crush Khaleb (Guilherme Brumatti) que acaba a chamando para sair com ele. Isso faz com que a ex-namorada dele e suas amigas façam de tudo pra acabar com o romance.
O filme chega a ser bobo em algumas partes, abusa de estereótipos e piadas bestas (até de peido), muitas sem nem necessidade de estarem no filme. O roteiro abusa da narração para contar ao público o que está acontecendo, chegando até a ter quebra da quarta parede para explicar o que não mostra. Todos os clichês de um filme adolescente de romance estão representados, mas a forma utilizada não ajuda o filme a andar. Com uma hora e vinte minutos, o filme se arrasta em momentos e se estica com trechos musicais visivelmente dublados.
Certamente não sou o público alvo para o filme, mas o cinema nacional tem feito películas melhores para esse público.
Reviews e Análises
Ainda Estou Aqui – Crítica
Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.
Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.
Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.
Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.
Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.
O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.
Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.
Nota 5 de 5
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