Reviews e Análises
A Garota Invisível – Crítica
Sob a direção de Maurício Eça, A Garota Invisível é um filme adolescente que toca em pontos atuais como cyberbullying, a falsidade das redes sociais e os relacionamentos dos adolescentes de hoje. O filme foca na vida de Ariana (Sophia Valverde), uma nerd que é invisível para todos menos seu melhor amigo Téo (Matheus Ueta). Sua vida muda quando ela posta um vídeo seu se declarando pro seu crush Khaleb (Guilherme Brumatti) que acaba a chamando para sair com ele. Isso faz com que a ex-namorada dele e suas amigas façam de tudo pra acabar com o romance.
O filme chega a ser bobo em algumas partes, abusa de estereótipos e piadas bestas (até de peido), muitas sem nem necessidade de estarem no filme. O roteiro abusa da narração para contar ao público o que está acontecendo, chegando até a ter quebra da quarta parede para explicar o que não mostra. Todos os clichês de um filme adolescente de romance estão representados, mas a forma utilizada não ajuda o filme a andar. Com uma hora e vinte minutos, o filme se arrasta em momentos e se estica com trechos musicais visivelmente dublados.
Certamente não sou o público alvo para o filme, mas o cinema nacional tem feito películas melhores para esse público.
Reviews e Análises
Lispectorante – Crítica

Lispectorante de Renata Pinheiro, diferente de outras produções baseadas na obra de Clarice Lispector – A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral e A Paixão Segundo G.H. (2023) de Luiz Fernando Carvalho – não tem foco, especialmente, em nenhum texto da autora, mas consegue captar seu universo e soluciona o fluxo de consciência, característica primeira de sua literatura, através de cenas marcadas pelo fantástico.
Durante o longa acompanhamos Glória Hartman – uma artista plástica em crise, recém-divorciada e sem dinheiro – que retorna para sua terra natal, indo visitar sua tia Eva. Ao encontrar um guia de turismo com um grupo acaba interessando-se pelas informações sobre a casa de Clarice Lispector que, a partir daqui será o lugar do onírico e de profundas e solitárias discussões existenciais, preenchido por ruinas de um mundo apocalíptico.
Lispectorante, palavra inventada tradução do intraduzível, Oxe, pra mim listectorante é uma droga ilegal feita numa manhã de um Carnaval que se aproxima. Pra expectorar mágoas, prazeres, visgos e catarros num rio que vira charco
Entre o fazer artístico – sempre mostrado de forma fantástica, surrealista – e a necessidade de sustento, Glória se apaixona por Guitar, um artista de rua mais jovem com quem inicia um romance.
A escolha de Marcélia Cartaxo para viver Glória nos ajuda a encaixá-la no mundo de Clarice: é como se ela sempre tivesse estado ali, vivendo e sentindo todas aquelas subjetividades, mesmo sendo uma personagem de atitudes muito diferentes de Macabéa, que a atriz viveu em A Hora da Estrela. Glória é livre, mas seu momento de vida – uma mulher madura, recém-divorciada, sem dinheiro e em um “lance” com um homem mais jovem – nos remete as inseguranças de Macabéa – jovem, tímida e descobrindo o mundo. Ambas estão em transição!
Lispectorante é poético e tem um desfecho que não surpreende e nisso ele é excelente: não há outro caminho para o sentir do artista que as suas incertezas.
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