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Reviews e Análises

A Cor Púrpura – Crítica

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Em um universo cinematográfico saturado de remakes e adaptações, surge uma obra que vai muito além de simplesmente recontar uma história!

Sob a direção de Blitz Bazawule (Black is King e O Enterro de Kojo), A Cor Púrpura ressurge como uma celebração da força feminina e explora temas complexos, como opressão, injustiça, a busca pela liberdade e o racismo. O filme se destaca pela notável ênfase na sororidade e resiliência, conferindo à narrativa uma camada mais atual e universal. Pode-se afirmar com segurança: a nova versão da obra emana vida e humanidade em cada frame.

Sinopse: Separada da irmã e filhos, Celie enfrenta muitas dificuldades na vida, incluindo um marido abusivo. Com o apoio da cantora Shug Avery e sua enteada, Celie encontra uma força extraordinária nos laços inquebráveis de um novo tipo de sororidade.

https://youtu.be/lXm6xyiQ7a4?si=cKIBsyi84tz_PUuv

Para aqueles que não apreciam musicais, pode haver certa decepção. No entanto, a decisão de transformar a narrativa em um musical não apenas se mostra acertada, mas também infunde vitalidade, cores e intensidade à trama, preservando a essência e a profundidade do original. As canções originais desempenham um papel crucial ao expressar os sentimentos e sonhos dos personagens, elevando a experiência cinematográfica a um patamar mais vibrante e emocionante.

A atuação de Fantasia Barrino, no papel central como Celie, retrata com maestria a evolução da personagem de uma jovem assustada para uma mulher resiliente e independente. Ao seu lado, um elenco repleto de rostos conhecidos, como Danielle Brooks (de Orange is the New Black e Clemência) e Taraji P. Henson (de O Curioso Caso de Benjamin Button e Estrelas Além do Tempo), enriquece emocionalmente o filme. Todos os atores e atrizes destacam-se em seus papéis e adicionam camadas realistas de humanidade aos personagens. No entanto, como em toda obra, há sempre um aspecto que poderia ser mais explorado, como o romance entre as personagens Celie e Shug. Apesar de impactante, essa relação poderia enriquecer ainda mais a trama.

Vale mencionar que a participação especial de Whoopi Goldberg, mesmo em poucos minutos de tela, vai além de uma simples homenagem ao passado; é um gesto que continua e reconhece a jornada da personagem ao longo do tempo. Essa ligação entre as duas versões proporciona uma profundidade nostálgica à experiência, ao mesmo tempo que abraça a evolução da narrativa.

A direção de Bazawule é marcada por uma sensibilidade visual que capta a essência da narrativa, utilizando ângulos e movimentos de câmera que não apenas contam a história, mas também nos fazem sentir parte dela. A fotografia, com suas cores vivas e contrastes marcantes, é uma paleta visual que transcende a tela e mergulha o espectador na atmosfera do sul dos Estados Unidos no início do século XX.

A Cor Púrpura não apenas respeita o clássico original, mas o reinventa, tornando-o uma experiência cinematográfica que ultrapassa limites temporais e geográficos, conectando-se profundamente com a essência humana. Vale a pena assistir para presenciar não apenas uma recriação magistral, mas uma celebração poderosa da força, esperança e união das mulheres negras. 

Cabe ressaltar que este não é apenas um filme para assistir; é uma experiência que certamente será tema de muitos bate-papos apaixonados entre amigos que apreciam não apenas a sétima arte, mas também a profundidade das narrativas que desafiam e inspiram. Prepare-se para se perder nas notas cativantes, nos rostos envolventes e nas mensagens atemporais de A Cor Púrpura. É uma jornada cinematográfica que promete tocar o coração e despertar conversas significativas sobre as complexidades da vida, do amor e da resiliência.

Curiosidades

Indicações ao Oscar: Em 1986, A Cor Púrpura dirigido por Steven Spielberg recebeu 11 indicações ao Oscar, incluindo categorias como Melhor Filme, Melhor Atriz (Whoopi Goldberg), Melhor Atriz Coadjuvante (Oprah Winfrey e Margaret Avery), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Trilha Sonora Original e Melhor Canção Original.

Whoopi Goldberg e o Oscar: Whoopi Goldberg foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz por sua impressionante interpretação como Celie, mas surpreendentemente não levou a estatueta nessa ocasião.

Inspiração literária: O filme é baseado no romance epistolar homônimo de Alice Walker, lançado em 1982. O livro foi altamente aclamado, rendendo a Walker o Prêmio Pulitzer de Ficção em 1983.

Quincy Jones como produtor musical: O lendário produtor musical Quincy Jones desempenhou um papel crucial na versão de 1985, contribuindo para a trilha sonora marcante do filme, que se tornou um componente essencial da experiência cinematográfica.

Oprah Winfrey no papel de Sofia: Antes de se tornar uma ícone da mídia e empresária de sucesso, Oprah Winfrey fez sua estreia no cinema no papel de Sofia, uma atuação que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante.

Impacto cultural: A Cor Púrpura não apenas recebeu reconhecimento da crítica e do público, mas também teve um impacto cultural significativo, destacando questões de raça, gênero e empoderamento feminino.

Histórico nas premiações: Apesar das múltiplas indicações ao Oscar, o filme não ganhou em nenhuma categoria. No entanto, a performance poderosa e a história impactante deixaram uma marca duradoura no cenário cinematográfico.

Adaptação teatral: Antes de se tornar um musical da Broadway em 2005, A Cor Púrpura já havia passado pela transformação teatral. A adaptação teatral também recebeu aclamação e prêmios.

Legado de empoderamento: Tanto o livro quanto o filme se tornaram símbolos de empoderamento para muitos espectadores, destacando a resiliência e a força das mulheres negras em face de adversidades.

Elenco:

O elenco ainda conta com Colman Domingo (“A Voz Suprema do Blues”), Elizabeth Marvel (“Amor e Morte”), Aunjanue Ellis-Taylor (“King Richard: Criando Campeãs”), Corey Hawkins (“A Tragédia de Macbeth”), Louis Gossett Jr. (“Watchmen”), H.E.R. (“Dia do Sim”), Danielle Brooks (“Pacificador”), e outros.

Nota 5 de 5

Avaliação: 5 de 5.
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O Dublê – Crítica

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Estrelado por Ryan Gosling e Emily Blunt, O Dublê é uma comédia romântica pra macho. Sério, por ser a história de um dublê (Gosling) tentando reconquistar sua paixão, uma diretora em seu filme de estréia (Blunt), ele é repleto de cenas de ação e agrada a todos.

O filme circula a personagem Colt Stevens (Gosling) que é resgatado ao cargo de dublê e se mete em altas aventuras para resgatar Tom Ryder (Aaron Taylor-Johnson) que se meteu com uma turminha da pesada. E sim, essa descrição sessão da tarde define muito bem o filme: diversão garantida pro casal.

Ryan Gosling é Colt Seavers em O Dublê, dirigido por David Leitch

Dirigido por David Leitch (Trem Bala, Atômica) o filme já vem com um pedigree de filmes de ação de qualidade e é repleto de easter eggs para as séries de dublê dos anos 80 e 90. Fique atento para a trilha e efeitos sonoros! O roteiro é bem fechadinho, e encaixa bem cenas emotivas com perseguição de carro, explosões e até cachorros treinados.

Ryan Gosling carrega o filme nas costas (com uma grande ajuda da equipe de dublês), mas isso não ofusca as boas atuações do resto do elenco que em alguns lugares roubam merecidamente a cena. Emily Blunt dá a vida ao par romântico de Colt Stevens, Judy Moreno, e eleva o filme com uma personagem que todos amam já de início.

Hannah Waddingham como Gail Meyer está quase irreconhecível e entrega uma produtora de Hollywood fantástica. Já Tom Ryder é rapidamente odiado pela maravilhosa atuação de Aaron Taylor-Johnson. Não posso deixar de falar de Winston Duke (Pantera Negra, Nós) no papel de Dan Tucker que – além de distribuir bolachas – é um ótimo alívio cômico.

O Dublê é uma comédia romântica repleta de ação que vai agradar a todos os casais. Um filme divertido, leve, engraçado e emocionante na medida certa.

Avaliação: 5 de 5.
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