Reviews e Análises
Mentes Extraordinárias – Crítica

Mentes Extraordinárias é mais um daqueles filmes franceses que devem ganhar sua versão americanizada em breve, pois a mensagem presente no filme é tão forte que precisa chegar em todo mundo. Ainda bem que temos filmes como esses chegando por aqui, apesar de quase nunca atingirem o grande público como os filmes de Hollywood.
A história narra o encontro de Louis (Bernard Campan) e Igor (Alexandre Jollien) e como a relação dos dois se desenvolve em uma “road trip” em busca do fim da solidão. Louis é um solitário agente funerário, que um dia, distraído, se envolve em um acidente com Igor, um entregador de produtos orgânicos que também é portador de paralisia cerebral. Apesar de ser gentil com Igor, Louis o dispensa e segue sua vida. Ao ter que realizar o transporte para outra cidade, de uma mulher e seu filho, ambos mortos, Louis acaba percebendo que carrega outro passageiro clandestino no carro fúnebre: Igor.
A partir daí, o filme conta a jornada pela estrada dos dois homens solitários, explorando a evolução pessoal de cada um e mostrando como as pessoas precisam apenas praticar um pouco de gentileza, tolerância e desprendimento social para serem mais felizes.
Destaque para a atuação de Alexandre Jollien, que é na vida real um filósofo que também é portador de paralisia cerebral e que conseguiu incorporar ao seu personagem a sua experiência tanto como portador de deficiência, quanto como filósofo, ao abordar frases de pensadores durante todo o filme, que ajudam a desenvolver tanto a história, como seu personagem.
Mentes Extraordinárias é um filme leve, despretensioso, que não quer levantar a bandeira do movimento sobre portadores de deficiências e como elas devem ser tratadas, mas sim um filme que tem o intuito de mostrar que com um pouco de prática da nossa própria humanidade, todos podemos viver em um mundo melhor.
Reviews e Análises
Lispectorante – Crítica

Lispectorante de Renata Pinheiro, diferente de outras produções baseadas na obra de Clarice Lispector – A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral e A Paixão Segundo G.H. (2023) de Luiz Fernando Carvalho – não tem foco, especialmente, em nenhum texto da autora, mas consegue captar seu universo e soluciona o fluxo de consciência, característica primeira de sua literatura, através de cenas marcadas pelo fantástico.
Durante o longa acompanhamos Glória Hartman – uma artista plástica em crise, recém-divorciada e sem dinheiro – que retorna para sua terra natal, indo visitar sua tia Eva. Ao encontrar um guia de turismo com um grupo acaba interessando-se pelas informações sobre a casa de Clarice Lispector que, a partir daqui será o lugar do onírico e de profundas e solitárias discussões existenciais, preenchido por ruinas de um mundo apocalíptico.
Lispectorante, palavra inventada tradução do intraduzível, Oxe, pra mim listectorante é uma droga ilegal feita numa manhã de um Carnaval que se aproxima. Pra expectorar mágoas, prazeres, visgos e catarros num rio que vira charco
Entre o fazer artístico – sempre mostrado de forma fantástica, surrealista – e a necessidade de sustento, Glória se apaixona por Guitar, um artista de rua mais jovem com quem inicia um romance.
A escolha de Marcélia Cartaxo para viver Glória nos ajuda a encaixá-la no mundo de Clarice: é como se ela sempre tivesse estado ali, vivendo e sentindo todas aquelas subjetividades, mesmo sendo uma personagem de atitudes muito diferentes de Macabéa, que a atriz viveu em A Hora da Estrela. Glória é livre, mas seu momento de vida – uma mulher madura, recém-divorciada, sem dinheiro e em um “lance” com um homem mais jovem – nos remete as inseguranças de Macabéa – jovem, tímida e descobrindo o mundo. Ambas estão em transição!
Lispectorante é poético e tem um desfecho que não surpreende e nisso ele é excelente: não há outro caminho para o sentir do artista que as suas incertezas.
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