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Mentes Extraordinárias – Crítica

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Mentes Extraordinárias é mais um daqueles filmes franceses que devem ganhar sua versão americanizada em breve, pois a mensagem presente no filme é tão forte que precisa chegar em todo mundo. Ainda bem que temos filmes como esses chegando por aqui, apesar de quase nunca atingirem o grande público como os filmes de Hollywood.

A história narra o encontro de Louis (Bernard Campan) e Igor (Alexandre Jollien) e como a relação dos dois se desenvolve em uma “road trip” em busca do fim da solidão. Louis é um solitário agente funerário, que um dia, distraído, se envolve em um acidente com Igor, um entregador de produtos orgânicos que também é portador de paralisia cerebral. Apesar de ser gentil com Igor, Louis o dispensa e segue sua vida. Ao ter que realizar o transporte para outra cidade, de uma mulher e seu filho, ambos mortos, Louis acaba percebendo que carrega outro passageiro clandestino no carro fúnebre: Igor.

A partir daí, o filme conta a jornada pela estrada dos dois homens solitários, explorando a evolução pessoal de cada um e mostrando como as pessoas precisam apenas praticar um pouco de gentileza, tolerância e desprendimento social para serem mais felizes.

Destaque para a atuação de Alexandre Jollien, que é na vida real um filósofo que também é portador de paralisia cerebral e que conseguiu incorporar ao seu personagem a sua experiência tanto como portador de deficiência, quanto como filósofo, ao abordar frases de pensadores durante todo o filme, que ajudam a desenvolver tanto a história, como seu personagem.

Mentes Extraordinárias é um filme leve, despretensioso, que não quer levantar a bandeira do movimento sobre portadores de deficiências e como elas devem ser tratadas, mas sim um filme que tem o intuito de mostrar que com um pouco de prática da nossa própria humanidade, todos podemos viver em um mundo melhor.

Avaliação: 3.5 de 5.
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Ainda Estou Aqui – Crítica

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ainda estou aqui

Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.

Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.

Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.

Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.

Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.

O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.

Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.

Nota 5 de 5

Avaliação: 5 de 5.
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Burburinho

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