Reviews e Análises
Sing 2 – Crítica
Sing 2 é a continuação do filme de 2016 e segue a fórmula para não se perder. Depois de terem passado pela audições, agora o grupo chefiado pelo coala Buster Moon se prepara para conquistar os grandes teatros com um grande musical. Mas existem dois problemas, convencer um grande empresário inescrupuloso a bancar a empreitada e trazer para a equipe o grande astro da música, recluso por um trauma familiar, Clay. Daí pra frente passarão por uma jornada de confusões e aventuras, trapalhadas e músicas emocionantes para no final dar tudo certo.
O filme conta com a participação de vários artistas musicais famosos no Brasil, que fazem as vozes dos cantores do filme, mas que no fim das contas não cantam as músicas que estão todas no original em inglês. Sandy faz Meena, a elefante; Fiuk faz Johnny, o gorila; Wanessa faz Ash, a porco-espinho; Paulo Ricardo faz Clay, o leão; e Fábio Júnior faz Big Daddy, o pai de Johnny. Simplesmente algo meio inútil, já que não era necessário aos artistas cantarem. A versão original traz as vozes de Scarlett Johansson (Ash), Taron Egerton (Johnny), Tori Kelly (Meena) e Bono (Clay).
Mas o que poderia ser considerada uma aposta segura, também acaba sendo o calcanhar de Aquiles do filme. Ao trazer a mesma fórmula do primeiro filme, Sing 2 peca ao não parecer uma novidade como foi o primeiro filme. Então temos várias cenas deslumbrantes da montagem do musical, ao mesmo tempo em que uma história boba e simples que poderá no máximo atrair às crianças, sem apelo aos pais. Que talvez se interessem pela música, que apesar de ser muito boa, com boas escolhas, não trazem o mesmo impacto ou graça que o filme original.
Mas o filme vai cumprir o seu propósito, que é tirar as crianças de casa durante as férias escolares para que elas não destruam tudo ou fiquem o dia inteiro penduradas no videogame. Pipoca, música e animação. Essa é a fórmula de Sing.
Reviews e Análises
Lispectorante – Crítica

Lispectorante de Renata Pinheiro, diferente de outras produções baseadas na obra de Clarice Lispector – A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral e A Paixão Segundo G.H. (2023) de Luiz Fernando Carvalho – não tem foco, especialmente, em nenhum texto da autora, mas consegue captar seu universo e soluciona o fluxo de consciência, característica primeira de sua literatura, através de cenas marcadas pelo fantástico.
Durante o longa acompanhamos Glória Hartman – uma artista plástica em crise, recém-divorciada e sem dinheiro – que retorna para sua terra natal, indo visitar sua tia Eva. Ao encontrar um guia de turismo com um grupo acaba interessando-se pelas informações sobre a casa de Clarice Lispector que, a partir daqui será o lugar do onírico e de profundas e solitárias discussões existenciais, preenchido por ruinas de um mundo apocalíptico.
Lispectorante, palavra inventada tradução do intraduzível, Oxe, pra mim listectorante é uma droga ilegal feita numa manhã de um Carnaval que se aproxima. Pra expectorar mágoas, prazeres, visgos e catarros num rio que vira charco
Entre o fazer artístico – sempre mostrado de forma fantástica, surrealista – e a necessidade de sustento, Glória se apaixona por Guitar, um artista de rua mais jovem com quem inicia um romance.
A escolha de Marcélia Cartaxo para viver Glória nos ajuda a encaixá-la no mundo de Clarice: é como se ela sempre tivesse estado ali, vivendo e sentindo todas aquelas subjetividades, mesmo sendo uma personagem de atitudes muito diferentes de Macabéa, que a atriz viveu em A Hora da Estrela. Glória é livre, mas seu momento de vida – uma mulher madura, recém-divorciada, sem dinheiro e em um “lance” com um homem mais jovem – nos remete as inseguranças de Macabéa – jovem, tímida e descobrindo o mundo. Ambas estão em transição!
Lispectorante é poético e tem um desfecho que não surpreende e nisso ele é excelente: não há outro caminho para o sentir do artista que as suas incertezas.
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