Reviews e Análises
Bob Cuspe: Nós Não Gostamos de Gente – Crítica
“Punk is not dead!” Morando nos esgotos num futuro pós apocalíptico, um Bob Cuspe velho luta para sobreviver a morte do ataque do pop, representado por vários “Elton Johns”. Junto com os irmãos Kowalski, nosso herói vai em busca do criador e o filme vira um road movie. Encontrando vários outros personagens do autor, como Rhalah Rikota, Rê Bordosa, e os Skrotinhos.
Bob Cuspe: Nós Não Gostamos de Gente é um misto de entrevista biográfica do Angeli e uma aventura do Bob Cuspe. As duas estórias se entrelaçam e se conectam já a partir do momento em que o autor descreve a personagem como uma representação de si mesmo. O filme é uma animação em stop-motion extremamente bem realizada e muito no estilo das obras do autor.
A animação por si só é uma obra de arte, tirando do papel as personagens de Angeli e trazendo para o mundo da massinha pessoas reais. Com cenários que nos fazem duvidar se é cenário ou foi filmado em locação, a produção é primorosa e já ganhou diversos prêmios pelo mundo, um deles o prêmio principal do Festival Internacional de Animação de Ottawa.
É um filme para quem curte as obras do autor, principalmente o Bob Cuspe, pois não perde tempo em introduzir qualquer personagem, situação do mundo ou até mesmo explicar o que está acontecendo. Mas tudo se resolve no final na mesma forma dos quadrinhos do Chiclete com Banana: com muita loucura, reflexões sobre a vida, a morte e a velhice. O filme estreia dia 11 de Novembro nos cinemas.
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Ainda Estou Aqui – Crítica
Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.
Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.
Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.
Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.
Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.
O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.
Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.
Nota 5 de 5
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Andreia D'Oliveira
11 de novembro de 2021 at 09:44
Olá seus lindos!
Pra mim, Angeli é uma visão, uma entidade da HQ nacional: ele sempre esteve na cena e sempre vai estar. Assim como seus companheiros de Chiclete com Banana (a revista, não o grupo), ele é uma espécie de herdeiro bastardo dos cartunistas d’O Pasquim: enquanto os seus antecessores criavam suas histórias no Rio de Janeiro, o cartunista calcou as suas em uma realidade bem paulistana, com generosas pitadas de sexo, drogas e Rock and Roll.
Se o longa – Bob Cuspe: Nós Não Gostamos de Gente – tiver a qualidade do antecessor Dossiê Rê Bordosa (destaque para Grace Gianoukas que faz a voz da porraloca mais amada dos quadrinhos) já estou feliz!
Angeli é o autor de quadrinhos nacionais que mais li na vida, ao lado da Laerte. Sou assim, nos quadrinhos e na vida: entre o Rock e a Poesia!
Um beijo (porque de longe pode!)
Andreia