Reviews e Análises
Bela Vingança – Crítica
Dirigido e escrito por Emerald Fennell, Bela Vingança (Promising Young Woman) segue a vida de Cassie (Carey Mulligan), uma ex-estudante de medicina que hoje trabalha em um café. Uma mulher inteligente, bela e vingativa; leva uma vida dupla até reencontrar com um antigo colega da faculdade.
A estória do filme é cativante e segura o público logo no início e vai revelando a trama e as personagens de forma sutil, inteligente e até cômica. O título em inglês é uma afronta ao termo “promising young men” – jovens adultos promissores – muito usado para identificar homens universitários acusados de estupro nos EUA. E é sobre esse tema que o filme circula.
Carey Mulligan carrega o filme nas costas muito bem com uma atuação que vai até a sutileza na mudança de postura ou feição. O elenco conta também com Laverne Cox e Bo Burnham como Gail, a melhor amiga, e Ryan a nova paixão de Cassie. Temos ainda presenças ilustres como Adam Brody, Clancy Brown, Jennifer Coolidge e Alison Brie.
Um suspense de vingança que, em alguns momentos pode ser confundido com uma comédia romântica e que toca na ferida de uma forma precisa. Um ponto onde o filme se ressalta, em minha humilde opinião, é no uso de músicas pop rearranjadas para que soem sinistras. Não é a toa que foi indicado ao Oscar nas categorias de melhor filme, direção, atriz, roteiro e montagem.
Reviews e Análises
Ainda Estou Aqui – Crítica
Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.
Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.
Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.
Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.
Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.
O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.
Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.
Nota 5 de 5
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