Reviews e Análises
7 dias em Entebbe (Entebbe) 2018 – Por Maria Eduarda Senna
O filme narra a história real do sequestro de um avião em 1976. O jato da Air France que voava de Tel Aviv para Paris foi sequestrado por três integrantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina e das Células Revolucionárias da Alemanha.
O longa de José Padilha (Tropa de Elite; O Mecanismo), apesar de um pouco arrastado, mostra uma personalidade bem concisa em relação aos demais filmes Brasileiros que vemos.
Na questão atuação, Daniel Brühl (Bastardos Inglórios) é a que mais chama a atenção, Daniel interpreta um dos seqüestradores e se deixa levar pela emoção, principalmente quando seu personagem surge com alguns questionamentos do tipo: “como que o mundo vai reagir, a alemães sequestrando um avião com israelenses judeus?” E nesse ponto a gente começa a perceber que ele tem um ponto fraco e que isso muda muita coisa.
Direção muito boa de Padilha, planos bem interessantes e bonitos, com bastante movimento ( O travelling às vezes rápido passa uma certa urgência e desespero que faz com que a gebte sinta o drama que cada um está vivendo naquela situação, temos , guerras, terroristas, sequestro, tentativa de resgate) e é isso que acaba contando de fato a história e nos mostram um pouco da personalidade de cada personagem, apesar de me incomodar um pouco com o excesso de câmera na mão, (o que acho até que é proposital para causar um desconforto até mesmo pelo rumo da narrativa. )
Eu como cineasta tenho uma opinião muito concreta sobre diretores brasileiros arriscarem mais e saírem do padrão Globo Filmes e novela. Temos tantos diretores bons e histórias boas só que mal colocadas e feitas de fato, pelo simples fato de não arriscarem a sair da mesmice onde cada plano, cada sequência, cada movimentação de câmera se transforma numa novela. Nesse filme podemos ver o desprendimento de Padilha ao ultilizar movimentações de câmeras, dinâmica de edição, fotografia e seus planos (muito bonitos por sinal) para criar uma narrativa que nos levam a estar assistindo um filme e não uma novela, esse é o ponto mais favorável é um marco para que nós brasileiros sejamos vistos lá fora como produtores da sétima arte tbm, nós sabemos fazer filmes só precisamos arriscar mais. Diretores como Padilha, Meirelles entenderam bem isso e estão ganhando do reconhecimento pelo talento e genialidade.
Apesar de ser um filme bom, que começa muito bem, a enrolação do tempo, sabemos que é uma história real mas demora tanto para coisas irem acontecendo que vai dando um pouco de cansaço de ficar sentada na sala de cinema, sem contar que Padilha erra feio, ao tirar do espectador a tensão necessária no final, o que faz com que o publico não sinta absolutamente nada. Nota-se que ele tentou através de uma dança, trazer uma ligação com a artística como forma de expressão, porém num filme de ação, a gente precisa da cena de ação. Apesar disso, o filme não é ruim e vale a pena ser visto.
Nota: 2,5
Reviews e Análises
Ainda Estou Aqui – Crítica
Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.
Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.
Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.
Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.
Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.
O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.
Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.
Nota 5 de 5
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