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Uma Pitada de Sorte – Crítica

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É na simplicidade que falo de “uma pitada de sorte”, o mais novo filme de Fabiana Karla. É um filme que promete pouco e entrega o que promete. Sem grandes firulas e nem grandes tentativas, apenas no simples. E isso de maneira alguma desmerece o filme, pelo contrário, oferece divertimento e humor para um programa em família.

Pérola, “Uma pitada de Sorte, 2022

O filme é dirigido por Pedro Antônio Paes que tem em sua trajetória Tô Ryca 2” (2022), “Um tio quase perfeito 2” (2021), “Um tio quase perfeito” e “Altas expectativas” (ambos de 2017). Aposta na simplicidade para fazer um trabalho que diverte. uma direção que denota ares de liberdade do processo criativo e de divertimento para a equipe.

Roteiro assinado por Regiana Antonini (“Doidas e santas”, 2016, “Me tira da mira”, 2022), Álvaro Campos (“Altas expectativas”, 2017, “Mundo Novo”, 2021) e o próprio diretor. Uma coisa que sempre me incomoda é a tentativa de tentar fazer algo grandioso sem grandes possibilidades. E aqui não é o caso. Eles apresentam um roteiro simples e direto. Divertido dentro de seu humor de situação. E apresenta pra Fabiana Karla uma proposta sem grandes exageros e nem um humor demasiado bobo.

O elenco conta com Fabiana Karla no papel de Pérola, Flávia Reis como Raylane, Regiane Alves como Margô, Iván Espeche como o apresentador Diego, e Mouhamed Harfouch como o taxista e indefinido caso amoroso de Pérola por nome Lugão. E mais um elenco com boa experiência em comédias para televisão.

Não vou me atentar a muitas características técnicas, porque… bom, você já sabe: é simples.

Uma pitada de sorte, 2022

Do que se trata a história? Uma mulher chamada Pérola que está dividida entre seu sonho de ser uma grande chef e o legado de sua família, que são animadores de festa. Ela, uma profissional competente, se vê dividida com sua jornada dupla, e pra completar morando em tão tão distante do Rio de janeiro. Um dia, no restaurante que trabalha, recebe a visita de um grande chef que apresenta um programa de televisão e sua produtora. A produtora sai desagradada e a reclamação que chega ao dono do restaurante faz com que ela perca seu emprego.

Desempregada e angustiada, ela tenta um contato com o apresentador de televisão para uma menção em suas redes sociais, para que assim ela consiga um novo emprego. E mas ele está em busca de uma ajudante para seu programa. Com isso ela consegue o emprego e “se mete em altas confusões”. A história fala de família, romance e determinação e vale a pena aquele passeio com a família.

Como o filme não veio com grandes pretensões e atendeu, essa crítica da 2,5 de 5. 

Avaliação: 2.5 de 5.

O filme estreia dia 15 de setembro nos cinemas.

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Ainda Estou Aqui – Crítica

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ainda estou aqui

Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.

Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.

Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.

Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.

Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.

O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.

Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.

Nota 5 de 5

Avaliação: 5 de 5.
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