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Um Lugar Bem Longe Daqui – Crítica

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Um verdadeiro pantanal da Carolina do Norte, onde a menina do brejo não se chama Juma, mas sim Kya Clark. E assim estamos falando de “Um Lugar bem longe daqui” da diretora Olivia Newman, que é um drama Intenso e bem emocionante. “Araaaa!”

Kya Clark, Um lugar bem longe daqui, sony pictures, 2022

Um filme tecnicamente muito delicado com uma imagem incrível. Fotografia belíssima, e uma sonoplastia gostosa e a direção fez ótimas escolhas em toda sua condução. E apesar de ser uma diretora com uma carreira sem grandes destaques, tem uma boa experiência em series, o que justifica a fluidez do filme.

Já o elenco consegue traduzir muito bem a visão do roteiro e direção, passeando um desfile de emoções que jogam a delicadeza do filme em um lugar de tensão impressionante. Com Michael Hyatt como Mabel (“Os pequenos vestígios”, 2021, “Crazy ex girlfriend”, 2021, e “O preço”, 2018), Daysi Edgar Jones como Kya Clark (“Gentleman Jack”, 2019), Taylo John Smith como Tate (“Posto de combate”, 2022, “Fica comigo” 2020, e “Furia em alto mar” 2018) e Harrys Dickinson como Chase Andrews (“Kingsman: a origem”, 2022, “Malevola, a dona do mal” 2019). Impressionante o frescor também desse elenco.

Daisy Edgar Jones como Kya Clark, Um lugar bem longe daqui, Sony Pictures, 2022

E bom, o roteiro… muito bem construído e amarrado, com uma pitada de suspense que te prende maravilhosamente bem. Lucy Alibar consegue prender o espectador e gerar uma empatia como um verdadeiro super bonder extra forte. Aqui o filme começa a perder a delicadeza, afinal estamos falando de falar sobre humanos. Mas araaaaa, deixemo de arrudeio e conta do trata o filme!

O filme conta a história de Kya Clark, em um julgamento onde está sendo acusada de assassinato. Ela é uma jovem, com o apelido peculiar de “Garota do brejo”, e que vive excluída de sua comunidade. Durante as etapas do processo e julgamento, vamos revivendo fases da história de amadurecimento dessa jovem mulher, que de delicada não tem nada. Abandonos, violências, decepções e destratos fazem parte da jornada dessa jovem artista que não deixa que ela chegue na vida adulta sem marcas. E ela aprendeu uma coisa vivendo no brejo: As criaturas fazem o que precisam para sobreviver. E eu deixo uma pergunta pra você: Ela é culpada ou inocente no assassinato?

Um lugar bem longe daqui, Sony Pictures, 2022

O filme estreia dia 01 de setembro, nos cinemas.

Avaliação: 4.5 de 5.

E essa crítica da 4,5 de 5 estrelas para essa obra.

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Ainda Estou Aqui – Crítica

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ainda estou aqui

Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.

Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.

Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.

Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.

Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.

O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.

Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.

Nota 5 de 5

Avaliação: 5 de 5.
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