Reviews e Análises
TOP 10: Grandes Personagens Femininas do Cinema
Se a maioria das personagens dos filmes parecem mais com uma galeria de esteriótipos, independente do gênero destas personagens, calcule o número destes destinados a mulheres? Então, para fechar a semana do Dia Internacional da Mulher e afirmar que a máxima “enquanto há vida, há esperança” está certa, que tal falarmos sobre as grandes personagens femininas do cinema?
Baseado no romance de Margaret Mitchell, publicado em 1936, … E o vento levou narra a trajetória de Scarlett O’Hara, filha de um latifundiário da Geórgia. A história tem como pano de fundo a Guerra Civil Americana.
O’Hara não é uma das heroínas mais palatáveis do cinema, principalmente para a época: ela é mimada, geniosa, egocêntrica e fútil e, assim como Rhett Butler (personagem de Clark Gable) vira uma pária social pelo comportamento impulsivo e fixação em suas paixões.
Parece inacreditável, mas é verdade: a atriz Vivien Leigh não foi a primeira escolha do estúdio para viver Scarlett. Foi contabilizado o absurdo número de cento e vinte e oito atrizes para viver o papel. Estavam entre elas nomes como Lucille Ball, Joan Crawford, Bette Davis, Gloria Stuart e Lana Turner.
Com Deus por testemunha, eu nunca mais passarei fome novamente!
Os longos alaranjados cachos da primeira protagonista feminina da Pixar possivelmente ficariam em pé ao saber todas as discussões das quais foi alvo desde sua estreia, em 2012. Muito diferente das princesas tradicionais dos Estúdios Disney, o conflito de Mérida é comportar-se como a família e o povo da Escócia esperam que uma princesa se comporte ou, como ela deseja, continuar livre, desbravando as Highlands sobre seu cavalo Angus, praticando arco e esgrima.
A aceitação da critica e o elogio de instituições que dedicam-se a cuidar de meninas parece não ter reflexo no grande público: em 2013 a Disney redefiniu as formas de Mérida , trazendo os tradicionais decotes, brilhos e cintura fina das demais princesas. A própria criadora e co-diretora da animação, Brenda Chapman, criticou a decisão que chamou de “atroz”, completando que “Mérida foi criada para quebrar esses moldes.”
Nosso destino vive dentro de nós. Você só tem que ser valente o suficiente para tê-lo.
A ficção científica sempre foi um gênero dominado pelos protagonistas masculinos e mesmo Jane Fonda dando vida a criação dos quadrinhos de Jean-Claude Forest como Barbarella, em 1968, a personagem ainda era hipersexualizada e com todas as características de uma femme fatale. A protagonista de Alien – O oitavo passageiro, Ellen Ripley, é uma mulher possível, membro de uma equipe de profissionais e que se vêem em uma situação limite tendo que lutar por suas vidas.
Sigourney Weaver, que vive Ripley, não era a primeira opção para o papel. Na verdade, o protagonista de Alien, antes da contratação da atriz, era um papel masculino. Parece que Ridley Scott gostou tanto da experiência que anos depois fez o mesmo com outro gênero: o road movie Thelma and Louise.
Ah, e se você é fã de games e tem mais de trinta anos possivelmente jogou Metroid no NES certo? Você sabia que Samus Aran, primeira protagonista feminina de um jogo eletrônico foi inspirada em Ellen Ripley?
Relatório final da espaçonave comercial Nostromo , terceiro relato oficial. Os outros membros da tripulação, Kane, Lambert, Parker, Brett, Ash e Capitão Dallas, estão mortos. A carga e navio destruídos. Devo atingir a fronteira em seis semanas. Com um pouco de sorte, a rede vai me pegar. Aqui é Ripley, última sobrevivente da Nostromo.
Elsa poderia estar nesta posição, é verdade. Quanto se ouviu de “Livre estou! Livre estou!” em festas infantis durante todos os anos de 2014 e 2015? Certamente se você tem muitas crianças na família passou por essa fase. Por mais que Elsa seja coroada rainha sem um consorte – um avanço – e que o maior sentimento do filme reflita na relação entre ela e sua irmã Anna, como competir com uma garotinha redonducha, havaiana e órfã que ensinou um alienígena, criado para matar, o que era amar e o significado de família?
Talvez Lilo não tenha problemas muito profundos, nem um vilão tão específico, para atrapalhar sua vida, mas as questões práticas como sua irmã mais velha “transformar-se” em sua mãe, a responsabilidade de cuidar de um novo bichinho e o papel dela nesta nova família a transformam em uma personagem menos rasa, que passa da menininha rebelde e briguenta a uma criança que começa tomar consciência das coisas ao seu redor.
Ohana quer dizer família. Família quer dizer nunca abandonar ou esquecer
A personagem vivida por Linda Hamilton poderia ser apenas o arquétipo da mulher que traz ao mundo seu salvador, mas – mesmo todos os cartazes do filme sendo figurados Arnold Schwarzenegger – protagoniza o longa de 1984, dirigido por James Cameron, em que precisa manter-se viva e fora da mira do androide T800, que veio do futuro para matá-la antes que ela dê à luz a John Connor, o líder rebelde contra as máquinas que dominaram a terra e subjugaram os seres humanos. A mudança mais radical da personagem, porém, pode ser notada no segundo filme da franquia (O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final). Após onze anos, encontramos um John Connor adolescente, pulando de lar em lar adotivo, enquanto sua mãe está internada em um manicômio psiquiátrico por afirmar lutar com robôs que vieram do futuro. Na fuga do manicômio vemos em que se tornou Sarah: a garçonete transformou-se em um soldado contra a Skynet.
O futuro desconhecido se aproxima de nós e pela primeira vez o encaro com alguma esperança. Porque se a máquina, um exterminador, pode aprender o valor da vida humana, talvez nós possamos também
A Noiva, Mamba Negra ou Beatrix Kiddo. Seja o nome – ou encarnação – que esta personagem tenha, esse sempre vem sujo de sangue, muito sangue. Dirigido por Quentin Tarantino e estrelado por Uma Turman, Kill Bill narra a trajetória de uma mulher que volta do coma após quase ter sido morta pelo ex-companheiro Bill que não a perdoou, mesmo estando grávida. Acreditando que perdeu a criança, Beatrix Kiddo lista todos os envolvidos no incidente e parte para seu projeto de vingança.
Se engana quem acha que Kill Bill tem apenas uma excelente personagem principal: o longa é um desfile de excelentes personagens femininas como O-Ren Ishii, Elle Driver e Gogo Yubari.
Você e eu temos contas a acertar… E nada do que você fez nesses malditos quatros anos, incluindo engravidar, vai mudar isso…”
O arco dramático de Dora, uma mulher que ganha dinheiro escrevendo cartas – que nunca chegarão aos seus destinatários – para analfabetos na Central do Brasil tornaria-se piegas se desempenhado por outra atriz que não Fernanda Montenegro. Ao decidir, depois que a mãe do menino Josué é atropelada, que levaria o menino recém conhecido ao seu pai no sertão nordestino, Dora encontra nesta road trip um amigo em Josué enquanto nos mostra a dura vida daqueles que decidem migrar pelo Brasil.
Dos doze prêmios a que foi indicada por Central do Brasil, Fernanda Montenegro ganhou oito e nos fez odiar a insosa Gwyneth Paltrow por não ter levado o Oscar de Melhor Atriz na premiação do Oscar em 1999.
Um dia você me manda uma fotografía, em que você esteja pensando em mim. Eu digo isso porque tenho medo que um dia você também me esqueça.
Trinity, assim como a maioria de seus companheiros e tripulantes da Nabucodonosor, é uma hacker que escapou da Matrix. Seu destino, revelado pela Oráculo, poderia limitá-la bastante: ela saberia quem seria o Escolhido – o homem que pode manipular a Matrix e acordar raça humana dos sonhos impostos pelas máquinas – pois iria apaixonar-se por ele. Longe disso, Trinity é quem nos apresenta – em uma sequência inicial de tirar o fôlego – este universo em que todos vivemos em um software simulado de computador e que pessoas como ela são bugs-invasores e devem ser destruídos.
É a pergunta que nos impele, Neo. Foi a pergunta que te trouxe aqui. Sabes a pergunta, assim como eu sei. A resposta está lá fora Neo.
Mesmo que a personagem tivesse uma descrição física clara nos livros, coisa que não tem, após quase onze anos Hermione entrou para o imaginário popular com as feições da atriz Emma Watson. Ainda refém da fórmula “dois caras e uma garota”, Hermione destaca-se por sua obsessão pelos estudos, coisa que sempre salva seus amigos Harry e Rony, fazendo com que muitos fãs da série enxerguem-na como a verdadeira protagonista. Também é ela que idealiza a Armada de Dumbledore, incitando Harry a ministrar as aula e funda a F.A.L.E. (Fundação de Apoio à Libertação dos Elfos-Domésticos) após ver Winky sendo maltratada por Bartolomeu Crouch.
Infelizmente, nem sendo considerada a segunda personagem mais querida da série – perdendo apenas para o professor Severo Snape segundo a pesquisa da organização FilmClub – Hermione conseguiu escapar de triângulos amorosos, muito comuns em filmes voltados para o público adolescente.
Espero que estejam satisfeitos com o que fizeram. Podíamos ter sido mortos, ou pior, expulsos
Em uma época em que ainda não existiam Katniss, Hermione, Elsa ou Anna, existiu a Princesa Leia. Nesse tempo as personagens eram rosas, cheirosas e doces como Moranguinho, Meu querido Poney e Jem. Quando não isso, todas elas eram o que eu comecei a chamar, mais tarde, de três efes: frágeis, fúteis e frescas. Entre essa paleta de tons pastéis, pela primeira vez foi entendido que, se fosse pra ser uma “princesinha” não era necessário ficar, simplesmente, esperando ser resgata e, se isso acontecesse, não precisaria esperar que os homens fizessem todo o trabalho. Era possível peitar o homem mais poderoso da galáxia pelo que se acreditava e não apaixonar-se pelo príncipe – o mocinho, neste caso – da história (não esqueça: na época ainda não se sabia que Luke era irmão de Leia). Talvez, Carrie Fisher tenha se unido a força sem ter ideia do quanto tocou meninas que como eu, viviam no que era considerada a periferia do mundo, em um pais latino com valores absurdamente machistas, e que entenderam que o mundo era muito mais do que esperavam delas.
Governador Tarkin. Eu deveria saber que era você segurando a coleira de Vader. Reconheci seu mau cheiro quando fui trazida para bordo.
Se existem confusões e controvérsias quando o assunto é o filme Batman versus Superman, essas não superam as dúvidas sobre o futuro das produções da DC/Warner. A única unanimidade em todo esse emaranhado de indecisões foi a excelente aparição de Diana no longa em que se deu mais importância aos nomes das mães dos protagonistas que a briga que deveria ser inesquecível entre os dois maiores ícones dos quadrinhos.
Mulher Maravilha, interpretada por Gal Gadot, terá a estreia de seu primeiro filme solo nos cinemas ainda este ano (2017) e deve seguir a origem dada a heroína por Brian Azzarello: esqueçam a criança moldada a partir do barro da Ilha Paraíso. A rainha das Amazonas, Hipólita, assim como grande parte das deusas, semideusas e mortais da Mitologia Grega, tem um romance com Zeus, que acaba como pai de Diana.
Então é verdade o que dizem sobre os garotos: já nascem sem inclinação para compartilhar.
O problema de listas como esta é que precisamos limitá-las e sempre fica coisa de fora. Algumas menções honrosas vão para Mulan (Mulan), Clara (Sônia Braga em Aquarius), Miranda Priestly (Meryl Strip em O Diabo Veste Prada), Clarice Starling (Jodie Foster em O silêncio dos inocentes), Dra. Ellie Sattler (Laura Dern em Jurassic Park), Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence da Saga Jogos Vorazes), Hit-Girl (Chloë Grace Moretz em Kick-Ass: Quebrando Tudo), Lisbeth Sallander (Rooney Mara de Os homens que não amavam as mulheres), Thelma e Louise (Geena Davis e Susan Sarandon em Thelma e Louise), Furiosa (Charlize Theron em Mad Max – A Estrada da Fúria), Moana (Moana), Elsa e Anna (em Frozen).
Qual seria a sua lista? Comente!
Reviews e Análises
Ainda Estou Aqui – Crítica
Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.
Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.
Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.
Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.
Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.
O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.
Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.
Nota 5 de 5
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