Reviews e Análises
Tô Ryca 2 – Crítica

Selminha está de volta, esbanjando dinheiro e diversão numa comédia que fala do que realmente importa: a amizade. Samantha Schmütz retorna como a pobretona que virou milionária e não sabe gastar o dinheiro que tem. Mas uma reviravolta traz uma homônima que poderia ser a real herdeira do dinheiro e Selminha agora tem que se virar sem dinheiro e duvidando se os amigos e o namorado estão com ela por causa do dinheiro ou não.
Samantha Schmütz está muito bem no papel, dando voz a muita reclamação da vida de quem depende de transporte público, vans e que, muitas vezes, tem o dinheiro da passagem contadinho. Junto no elenco estão Katiuscia Canoro, Evelyn Castro, Marcello Melo Jr e Raphael Portugal entregando muitas risadas para a plateia. É um filme “sessão da tarde” que tem o entretenimento e a risada como foco e junto fica leve, sem precisar recorrer a dramas extremos para criar um desfecho maior. Peca um pouco ao reutilizar jargões ao ponto de ficar repetitivo demais, mas em contraponto possui vários pequenos arcos de piadas que são muito bem utilizadas no decorrer do filme.

Reviews e Análises
Lispectorante – Crítica

Lispectorante de Renata Pinheiro, diferente de outras produções baseadas na obra de Clarice Lispector – A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral e A Paixão Segundo G.H. (2023) de Luiz Fernando Carvalho – não tem foco, especialmente, em nenhum texto da autora, mas consegue captar seu universo e soluciona o fluxo de consciência, característica primeira de sua literatura, através de cenas marcadas pelo fantástico.
Durante o longa acompanhamos Glória Hartman – uma artista plástica em crise, recém-divorciada e sem dinheiro – que retorna para sua terra natal, indo visitar sua tia Eva. Ao encontrar um guia de turismo com um grupo acaba interessando-se pelas informações sobre a casa de Clarice Lispector que, a partir daqui será o lugar do onírico e de profundas e solitárias discussões existenciais, preenchido por ruinas de um mundo apocalíptico.
Lispectorante, palavra inventada tradução do intraduzível, Oxe, pra mim listectorante é uma droga ilegal feita numa manhã de um Carnaval que se aproxima. Pra expectorar mágoas, prazeres, visgos e catarros num rio que vira charco
Entre o fazer artístico – sempre mostrado de forma fantástica, surrealista – e a necessidade de sustento, Glória se apaixona por Guitar, um artista de rua mais jovem com quem inicia um romance.
A escolha de Marcélia Cartaxo para viver Glória nos ajuda a encaixá-la no mundo de Clarice: é como se ela sempre tivesse estado ali, vivendo e sentindo todas aquelas subjetividades, mesmo sendo uma personagem de atitudes muito diferentes de Macabéa, que a atriz viveu em A Hora da Estrela. Glória é livre, mas seu momento de vida – uma mulher madura, recém-divorciada, sem dinheiro e em um “lance” com um homem mais jovem – nos remete as inseguranças de Macabéa – jovem, tímida e descobrindo o mundo. Ambas estão em transição!
Lispectorante é poético e tem um desfecho que não surpreende e nisso ele é excelente: não há outro caminho para o sentir do artista que as suas incertezas.
-
Livros em Cartaz3 semanas ago
Livros em Cartaz 074 – Pedro Páramo
-
QueIssoAssim2 semanas ago
QueIssoAssim 325 – Operação Documentário – Um papo com Rodrigo Astiz
-
CO22 semanas ago
CO2 358 – O Resgate Duplo e o Contrabando
-
Notícias3 semanas ago
Nova série do Disney+ sobre Jean Charles com participação de atriz paulistana Carolina Baroni