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The Batman – Crítica SEM SPOILERS

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O Homem-Morcego está de volta aos cinemas. Em sua sétima encarnação, The Batman chega agora pelas mãos e mente de Matt Reeves e pela interpretação de Robert Pattinson. Com foco no segundo ano de atuação de Bruce Wayne como o vigilante mascarado, o filme tem uma intrincada história de detetive, aonde Batman persegue um assassino em série autoproclamado de Charada (Paul Dano), enquanto ainda entende como sua atuação defendendo Gotham City da bandidagem está impactando a sociedade como um todo. Para isso contará com a ajuda do incorruptível Tenente James Gordon (Jeffrey Wright), Alfred (Andy Serkis) e de Selina Kyle (Zoë Kravitz). O filme conta ainda com a participação de diversos personagens importantes para a história como o Pinguim (Colin Farrell), Carmine Falcone (John Turturro), entre outros.

A primeira coisa que precisa ser dita: The Batman é um filme tenso do começo ao fim. Da cena inicial à sequência final, o espectador fica na ponta da cadeira, seja tentando desvendar qual será o próximo passo do Charada, quanto torcendo para que o Batman resolva a situação. A fotografia, junto com o design de produção e a trilha sonora ajudam muito a compor todo esse clima de tensão. A trilha inclusive é um caso à parte. Talvez seja o tema mais icônico do morcegão desde a trilha sonora do Batman de 1989. E agora o tema é tão tenso que parece inspirado em Tubarão, pois são duas notas repetidas de forma que mostram que “ele” está vindo te pegar. Sensacional, Michael Giacchino.

O elenco está muito bem em todos os seus papéis. Robert Pattinson faz um Batman sisudo, raivoso, detetivesco e sem conversa mole. Já o seu Bruce Wayne é o mais atormentado de todos os já levados ao cinema, pois ele ainda está no começo da carreira como vigilante. O seu foco ainda está na parte da vingança, mais do que entender qual o seu papel como Batman, ele ainda não entendeu que também precisa ser Bruce Wayne. A jornada dele nesse filme também acaba sendo sobre isso e deverá trazer desdobramentos nas inevitáveis sequências. E para quem fica com medo se o filme é sobre o Charada, mais do que tudo o filme tem Batman. E Pattinson vestindo a roupa. Acho que 80% do filme ele está de Batman.

Já o Charada de Paul Dano é assustador. Nada do Charada bobalhão dos quadrinhos ou do Jim Carrey. Aqui o Charada é um psicopata inteligente e que não tem medo de ir às últimas consequências para atingir seus objetivos. Aposto que Paul Dano será muito considerado para novos papéis daqui pra frente em Hollywood. Outro que está muito legal como James Gordon é Jeffrey Wright. Parece que ele interpreta o papel já há anos, tamanho o seu conforto. Fora que é o melhor Gordon em tela desde sempre. Zöe Kravitz é muito linda e inteligente, alcança bem o nível dramático, assim como Collin Farrell que está irreconhecível como Pinguim.

A trama intrincada lembra algumas das melhores histórias em quadrinhos em que o Batman precisa usar seus dotes detetivescos para resolver a situação. Já as cenas de ação estão de deixar qualquer fã de Arkham City maluco, com o Batman utilizando elementos do cenário para desarmar e bater nos oponentes. É definitivamente o Batman mais bruto do cinema. Tudo isso sem precisar matar ninguém. Talvez aleijar, mas não se pode fazer omeletes sem quebrar algumas caras, digo, ovos. A cena do batmóvel é de arrepiar cabelos do nosso corpo que a gente nem sabia que tinha. Por falar nisso, o som desse filme é incrível. Assista na maior tela e no melhor som possível!

No fim das contas, é tudo o que a gente queria de um filme do Batman e talvez até um pouco mais. Pelo menos o que Hollywood consegue nos entregar. Ainda gostaria de que fosse um uniforme menos armadura e um mundo menos realista, com possibilidade da gente poder ver o Batman enfrentando vilões como Cara de Barro e Crocodilo no futuro. Mas não se pode ser exigente demais. Afinal de contas, a gente já sofreu muito em outras oportunidades. Então, faça o que quiser, mas não perca esse filme.

Avaliação: 4.5 de 5.

PS: não fique para a “cena” pós-créditos. Não tem nada ali.

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Ainda Estou Aqui – Crítica

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ainda estou aqui

Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.

Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.

Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.

Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.

Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.

O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.

Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.

Nota 5 de 5

Avaliação: 5 de 5.
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