Reviews e Análises
Quem é a Mulher-Maravilha?
A Mulher-Maravilha está chegando aos cinemas em um filme próprio pela primeira vez em mais de 70 anos de existência (em 1970 teve um filme pra televisão, mas era um piloto de série que deu errado e acabou virando filme, então não conta). Mais do que nunca relevante nos dias de hoje, a heroína da DC Comics é um símbolo da força e superioridade feminina. E não tem nada de feminismo dos anos 2010 nisso não. A personagem já foi criada com esse ideais em mente.
Em 1941, o psicólogo William Moulton Marston teve a ideia de escrever a história de uma personagem feminina que seria uma guerreira natural da Ilha Paraíso, um lugar mágico habitado somente pelas amazonas, que teriam sido abençoadas pelo Olimpo para viver em um local puro, sem a presença do homem.
A Mulher-Maravilha apareceu pela primeira vez em dezembro de 1941 na revista All Star Comics 8 (publicada ainda pela editora All-American Pubications, mas que logo seria comprada pela DC). Nesta revista, Diana é apresentada e conhece Steve Trevor, um piloto da Força Aérea dos Estados Unidos que cai com seu avião por acidente na Ilha Paraíso.
É por meio de Steve que Diana acaba descobrindo sobre a Segunda Guerra Mundial e sai da proteção da Ilha rumo ao mundo do patriarcado para combater a ameaça nazista.
Na época de sua publicação, a Mulher Maravilha já foi um sucesso, conseguindo igualar as vendas de um certo super-herói de capa chamado Superman. Logo ela já fazia parte da Sociedade da Justiça (uma das primeiras equipes de Super-Heróis) e continuava combatendo o eixo do mal.
A primeira edição da revista da Mulher-Maravilha
A popularização do seriado
Com o fim da guerra, a heroína passou a lutar sempre com vilões mais locais em histórias mais simples, mas com um cunho feminista bem exacerbado. Nessa época também marca-se as aventuras da Mulher-Maravilha pelas mensagens subliminares, principalmente a questão do bondage com os homens amarrados e prontos para serem dominados por uma mulher mais forte e sensual. Fora que volta e meia os vilões também conseguiam prender a própria Mulher-Maravilha.
É pra criança, né?
Só que nos anos 50 surgiu o já famigerado livro Sedução do Inocente, do psiquiatra Frederic Wertham. Esse livro sugeria que os quadrinhos eram nocivos às crianças e adolescentes e várias revistas sofreram com isso. Não seria diferente com a revista da Mulher-Maravilha que, segundo o livro, insinuava que a personagem era lésbica e que incentivava relacionamentos homoafetivos.
é… então… tá bonito o dia hoje, né?
Nos anos 70 a Mulher-Maravilha alcançou o grande público com um seriado televisivo só seu. Sua figura ficou ainda mais icônica com a interpretação da belíssima Lynda Carter, que popularizou o laço da verdade, os braceletes, a calcinha de estrelas e até mesmo o avião invisível.
A mais icônica
A origem moderna
O tempo passou, o mundo mudou e os heróis e heroínas antigos precisavam mudar. Já falamos sobre a Crise nas Infinitas Terras em nosso podcast, mas foi nesse período (década de 80) que Diana teve sua origem reformulada por um quadrinista chamado George Pérez. Com roteiros de Greg Potter, as histórias passaram a ser mais focadas em questões relacionas à mitologia grega e o pano de fundo da Segunda Guerra foi deixado de lado.
Detalhe da icônica capa de Wonder Woman 1 depois da reformulação
Vários artistas passaram pelo título da Mulher-Maravilha, mas poucos conseguem deixar a personagem tão linda e clássica quanto José Luiz García-López
Linda e clássica
Os Novos 52
A partir de 2011, a origem de Diana mudou um pouco, com a princesa de Themyscira passando a ser considerada uma semideusa, filha da rainha Hipólita com Zeus. É essa a versão que será utilizada nos cinemas.
Guerreira amazona
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Reviews e Análises
Lispectorante – Crítica

Lispectorante de Renata Pinheiro, diferente de outras produções baseadas na obra de Clarice Lispector – A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral e A Paixão Segundo G.H. (2023) de Luiz Fernando Carvalho – não tem foco, especialmente, em nenhum texto da autora, mas consegue captar seu universo e soluciona o fluxo de consciência, característica primeira de sua literatura, através de cenas marcadas pelo fantástico.
Durante o longa acompanhamos Glória Hartman – uma artista plástica em crise, recém-divorciada e sem dinheiro – que retorna para sua terra natal, indo visitar sua tia Eva. Ao encontrar um guia de turismo com um grupo acaba interessando-se pelas informações sobre a casa de Clarice Lispector que, a partir daqui será o lugar do onírico e de profundas e solitárias discussões existenciais, preenchido por ruinas de um mundo apocalíptico.
Lispectorante, palavra inventada tradução do intraduzível, Oxe, pra mim listectorante é uma droga ilegal feita numa manhã de um Carnaval que se aproxima. Pra expectorar mágoas, prazeres, visgos e catarros num rio que vira charco
Entre o fazer artístico – sempre mostrado de forma fantástica, surrealista – e a necessidade de sustento, Glória se apaixona por Guitar, um artista de rua mais jovem com quem inicia um romance.
A escolha de Marcélia Cartaxo para viver Glória nos ajuda a encaixá-la no mundo de Clarice: é como se ela sempre tivesse estado ali, vivendo e sentindo todas aquelas subjetividades, mesmo sendo uma personagem de atitudes muito diferentes de Macabéa, que a atriz viveu em A Hora da Estrela. Glória é livre, mas seu momento de vida – uma mulher madura, recém-divorciada, sem dinheiro e em um “lance” com um homem mais jovem – nos remete as inseguranças de Macabéa – jovem, tímida e descobrindo o mundo. Ambas estão em transição!
Lispectorante é poético e tem um desfecho que não surpreende e nisso ele é excelente: não há outro caminho para o sentir do artista que as suas incertezas.
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