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Reviews e Análises

Os Fabelmans – Crítica

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Ahh velho… Esse carinha sabe ganhar nosso coração né. Bendita seja a jornada de Steven Spielberg e aliás, o filme mostra um pouquinho dessa jornada para nós. Um baita filme que mostra a difícil vida de alguém com um coração de artista e o seu sofrimento num mundo “normal”. E é possível sentir quando uma coisa é feita com carinho e cuidado, assim como este filme. Mas vamos lá.

Mitz e Sammy, “Os Fabelmans”, Universal Pictures, 2023

O comandante dessa viagem maravilhosa é ninguém menos que o Senhor Steven Spielberg e sinceramente dispensa apresentação. Se você não sabe quem é, sugiro já jogar no google, puxar a lista e fazer o desafio de um filme por dia e seja feliz pelo próximo mês. E como um diretor premiado e com uma qualidade inquestionável, aqui não deixa a desejar, ainda mais quando vem com tanto coração. Inclusive o filme tem um quê de biográfico e segundo uma entrevista dada, o diretor se emocionou várias vezes no set. Tem qualidade comercial, com técnicas de cinema conceitual. Cenas belas, fotografias emocionantes e uma metalinguagem que amplia o universo das personagens de maneira lindíssima.

Sammy, “Os Fabelmans”, Universal Pictures, 2023

O roteiro é de Spielberg junto com Tony Kushner (“Lincoln” de 2012 e “Amor, sublime amor” de 2021). E assim… não existe a menor forma desse roteiro não ter saído redondinho. Tanto a premissa e esqueleto do roteiro, quanto a construção das falas foram todas muito bem construídas e executadas. Não, não tô bajulando. É realmente um bom trabalho de roteiro. E tem uma coisa que a gente sempre fala e aqui vale reforçar: Não cai o ritmo, não tem barriga, e prende seu interesse de forma maravilhosa. E o melhor, sendo um filme leve com problemas que poderiam ser chamados de cotidianos. Mas o simples sendo bem executado encanta demais.

“Os Fabelmans”, Universal Pictures, 2023

Quem dá vida a essas personas são também atores com peso. Temos aí Michelle Williams (“O rei do show” de 2017 e “Manchester à beira mar” de 2016) como Mitz Fabelman e Paul Dano (“Batman” de 2022 e “Okja” de 2017) como Burt Fabelman, o casal Fabelman em toda a jornada e que trabalho maravilhoso. Temos Seth Rogan (“Vizinhos 2” de 2016 e “Artista do desastre” de 2017) como Bennie Loewy, um amigo da família… Muuuuito amigo mesmo.

Já no núcleo infanto-juvenil temos as Birdie Borria como a Jovem Reggie Fabelman e Julia Butters como a adolescente/jovem. Keeley Karsten como Natalie Fabelman. E por fim Mateo Zoryan como jovem Sammy Fabelman e o Gabriel LaBelle como o jovem Sammy. E esse núcleo faz um trabalho maravilhoso, cativante. 

Burt, Mitz e Bennie, “Os Fabelmans”, Universal Pictures, 2023

Acho que você já entendeu que o filme é bom, mas vou te contar um pouco mais sobre ele pra poder aumentar a sua vontade de assistir também. Burt é um promissor desenvolvedor de software em uma época onde a coisa está em ascensão e trabalha com seu melhor amigo Bennie. Burt é casado com Mitz, uma excelente pianista que por motivos familiares abandonou sua carreira, e tem quatro filhos. Um deles é Sammy, que descobre um fascínio especial por fazer pequenas filmagens, e isso vai tomando proporções maiores até o rumo do desejo profissional. A família passa por mudança de cidades e com isso se depara com o preconceito por suas origens em um EUA preconceituoso. Sofre com desalinhos familiares não só pela rotina e a presença de quatro adolescentes, mas também com sentimentos conflituosos sobre o querer e o precisar fazer. Mas todo esse desalinho de horizonte tem um porquê: Horizonte alinhado é desinteressante. Não vou falar mais, vá viver a experiência desse filme.

Essa crítica não poderia dar outra senão 5 de 5. Garanto que é realmente uma experiência.

Avaliação: 5 de 5.

O filme estreia dia  de Janeiro nos cinemas.

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Lispectorante – Crítica

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Lispectorante de Renata Pinheiro, diferente de outras produções baseadas na obra de Clarice Lispector – A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral e A Paixão Segundo G.H. (2023) de Luiz Fernando Carvalho – não tem foco, especialmente, em nenhum texto da autora, mas consegue captar seu universo e soluciona o fluxo de consciência, característica primeira de sua literatura, através de cenas marcadas pelo fantástico.

Durante o longa acompanhamos Glória Hartman – uma artista plástica em crise, recém-divorciada e sem dinheiro – que retorna para sua terra natal, indo visitar sua tia Eva. Ao encontrar um guia de turismo com um grupo acaba interessando-se pelas informações sobre a casa de Clarice Lispector que, a partir daqui será o lugar do onírico e de profundas e solitárias discussões existenciais, preenchido por ruinas de um mundo apocalíptico.

Lispectorante, palavra inventada tradução do intraduzível, Oxe, pra mim listectorante é uma droga ilegal feita numa manhã de um Carnaval que se aproxima. Pra expectorar mágoas, prazeres, visgos e catarros num rio que vira charco
Entre o fazer artístico – sempre mostrado de forma fantástica, surrealista – e a necessidade de sustento, Glória se apaixona por Guitar, um artista de rua mais jovem com quem inicia um romance.

A escolha de Marcélia Cartaxo para viver Glória nos ajuda a encaixá-la no mundo de Clarice: é como se ela sempre tivesse estado ali, vivendo e sentindo todas aquelas subjetividades, mesmo sendo uma personagem de atitudes muito diferentes de Macabéa, que a atriz viveu em A Hora da Estrela. Glória é livre, mas seu momento de vida – uma mulher madura, recém-divorciada, sem dinheiro e em um “lance” com um homem mais jovem – nos remete as inseguranças de Macabéa – jovem, tímida e descobrindo o mundo. Ambas estão em transição!

Lispectorante é poético e tem um desfecho que não surpreende e nisso ele é excelente: não há outro caminho para o sentir do artista que as suas incertezas.

Avaliação: 3 de 5.
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Burburinho

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