Reviews e Análises
Oppenheimer – Crítica
Oppenheimer, dirigido por Christopher Nolan, conta a história de vida do cientista norte-americano Robert J. Oppenheimer e o seu trabalho no desenvolvimento da bomba atômica no Projeto Manhattan durante a Segunda Grande Guerra Mundial. O filme também aborda o envolvimento de Oppenheimer com membros do partido comunista e a perseguição política que sofreu no pós-guerra.
Vamos primeiro aos elogios. Christopher Nolan, em seu primeiro trabalho para a Universal Pictures, faz um filme tenso e pesado sobre como as nossas decisões e ambições podem nos levar a ter que lidar com as consequências, não só da sociedade mas da nossa própria consciência. E só por isso já é digno de nota.
O filme tem uma jogada muito boa do uso da fotografia para ajudar a contar a história. Na parte colorida, temos o ponto de vista da história do personagem de Oppenheimer, interpretado pelo antipático Cillian Murphy. Já na parte preto e branco, é o ponto de vista do Almirante Strauss (Robert Downey Jr, em performance digna de Oscar). As duas partes vão se intercalando misturando passado e futuro em um balé pretensioso onde tudo parece urgente e protocolar, mesmo não sendo.
O elenco, estelar, está brilhante. Além dos supracitados temos que destacar as performances de Emily Blunt fazendo o papel de Kitty, esposa de Oppenheimer, e Florence Pugh fazendo a amante. Outros que chamam atenção são Matt Damon, Alden Ehrenreich, Jason Clarke, todos muito bem em seus papéis.
Mas nem tudo são flores. O roteiro pesado e imediatista, e a direção firme e reforçada na tensão, parecem fazer com que todos os momentos vivenciados sejam extremamente urgentes. Até uma simples reunião entre os cientistas é carregada de suspense, quando o assunto era apenas decidir algo banal. E aí, depois que a bomba é lançada, esse senso de urgência se perde e a última hora do filme se arrasta em intermináveis, porém bem escritos, diálogos.
Isso acaba tornando o filme longo demais. Acho que uma edição mais criteriosa e menos apegada ao que foi filmado poderia ter trazido mais dinamicidade ao filme. O enredo da perseguição política é extenso e desinteressante. De qualquer forma, Oppenheimer é um filme grandioso e egocêntrico, assim como o Nolan gosta.
Reviews e Análises
Ainda Estou Aqui – Crítica
Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.
Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.
Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.
Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.
Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.
O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.
Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.
Nota 5 de 5
-
Reviews e Análises2 semanas ago
Megalópolis – Crítica
-
Reviews e Análises2 semanas ago
Ainda Estou Aqui – Crítica
-
CO22 semanas ago
CO2 333 – Multa no Vulcão e o Pai Congelado
-
Notícias2 semanas ago
Warner Bros. Pictures anuncia novas datas de lançamento para os filmes Acompanhante Perfeita e Mickey 17