Reviews e Análises
O Urso do Pó Branco – Crítica
Olha… desde “No Pain, No gain” eu não tenho essa sensação tão intensa de “Whatahell??”. O que esperar desse filme? Nada que a inteligência artificial conseguiria compreender. ELE É INSPIRADO EM FATOS! Eu juro. nos primeiros três minutos ele já joga na sua cara uma citação confiábilissima. Daí pra frente o nível de inacreditável e absurdo é um caminhão bitrem, sem freio e na ladeira.
Dirigido por Elizabeth Banks, mesma de “A escolha perfeita 2” de 2015 e “AS Panteras” de 2019, e confesso que não sei dizer o quão hercúleo deva ter sido fazer esse trabalho. Bom, sabemos que houve de fato esse caso do Urso cheiradaaaaaaaaaaço. Agora como transformar isso em um filme que não vire uma vergonha? Assuma a galhofa, abrace o caos e vá pela névoa de pó branco. Tecnicamente o filme não traz nada de espetacular, e tá bem ok. A trilha e os efeitos sonoros somam com o clima terrir do filme.
Já os efeitos… Tem horas que aparece beeem o bonecão. O CGI do urso ta bem bom, mas para o final escorrega na cachoeira. Mas nada que o filme não tivesse deixado claro pra você desde o começo.
Sobre o roteiro, veio das mãos de Jimmy Warden, que só tem “A Babá: Rainha da Morte” de 2020, e aqui teve o trabalho beem poupado. Vou dizer que a história tem uma sequência de fatos, as falas mais ou menos, mas o terror trash e a comicidade estão grandes ali. A premissa eu nem vou dizer o quão maravilhosa ela é. Então nem vou me delongar sobre essa parte.
A atuação… Esta coerente com a proposta do projeto. Esta bem, mas rasa. Agora, não tem como negar que eles entregam a comicidade dos fatos muito bem. Temos Ray Liotta (“Os bons companheiros” de 1990 e “O Grande Golpe” de 2012) como Syd, o grande traficante que deveria receber a droga. Temos Keri Russell (“Planeta dos Macacos: O confronto” de 2014 e “Um estado de Liberdade” de 2016) como Sari, uma mãe que descobre que sua filha adolescente chamada Dee Dee, Interpretada por Brooklynn Prince (“Os órfãos” de 2020), saiu pra floresta pra desenhar uma cachoeira com o abiguinho Henry, Interpretado por Christian Convery (“O pacote” de 2018 e “Brincando com fogo” de 2019). Mas Syd não está só, tem como seus capangas o Eddie, interpretado por Alden Ehrenreich (“Ave, César” de 2016 e “Han Solo: Uma história Star Wars” de 2018), e Daveed, Interpretado por O’Shea Jackson Jr (“Covil de Ladrões” de 2018 e “Godzila II: o rei dos Monstros” de 2019). E segue um grupo excelente de atores, mas que aqui não foram muito exigidos. Mas tá valendo a pena.
E vamos falar sobre o que é o filme. A história é basicamente que narcotraficantes, faziam seus deliverys de atacado, jogando de aviões em um parque nacional. Acontece que nessa entrega o entregador escorregou e caiu do avião, chamando a atenção da polícia. Só que a droga jogada no parque nacional foi encontrada primeiro por um urso preto adulto, que já nem é perigoso. Ele não só encontrou como devorou, cheirou, se esfregou, meteu o loko e ainda levou pros filhotes (que família do bagulho). Completamente cheiradaço esse urso toca o terror no parque ao melhor estilo Jack, o estripador. O filme garante muita risada, apesar de jogar bastante sangue e pedaços de carne na sua cara, só que isso eu vou deixar você assistir, mas não leve as crianças.
Essa Crítica dá 1,5 de 5 pra esse filme apesar de ter rido um monte e ter adorado a trasheira.
O filme estreia dia 30 de março nos cinemas.
Reviews e Análises
Ainda Estou Aqui – Crítica
Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.
Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.
Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.
Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.
Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.
O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.
Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.
Nota 5 de 5
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