Reviews e Análises
O Peso do Talento – Crítica
O Peso do Talento é uma comédia de ação com Deus no papel principal. Nicolas Cage interpreta a si mesmo (ou pelo menos uma versão bizarra) e está, como já aconteceu na vida real, quebrado financeiramente. Hollywood já não funciona muito para ele e os papéis minguaram. Eis que surge seu agente Richard Fink (Neil Patrick Harris) com uma possível solução: um bilionário da Espanha quer Nicolas em sua festa de aniversário. A contrapartida: um milhão de dólares.
A partir do momento em que Nick Fucking Cage topa, começa uma sucessão de situações engraçadíssimas entre o fã, interpretado por Pedro Pascal, e seu ídolo. Até que o ator é convocado pela CIA para espionar o anfitrião que seria um lorde do crime.

O filme é uma ode à Nicolas Cage. Parece o multiverso Cage em ação. São referências a vários dos filmes anteriores dele, bem como novas situações que ficarão guardadas na cabeça do fã. Com uma trama movimentada escrita totalmente nos moldes dos filmes de ação dos anos 90, o filme é uma homenagem a um dos atores que menos se levam à sério na indústria.
Se você é fã de Nicolas Cage, com certeza vai se divertir. Se não é, pode achar estranho no começo mas depois vai entrar na zoeira. Pipoca, refri e risadas. Um dos mais divertidos do ano, com certeza!

Reviews e Análises
Lispectorante – Crítica

Lispectorante de Renata Pinheiro, diferente de outras produções baseadas na obra de Clarice Lispector – A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral e A Paixão Segundo G.H. (2023) de Luiz Fernando Carvalho – não tem foco, especialmente, em nenhum texto da autora, mas consegue captar seu universo e soluciona o fluxo de consciência, característica primeira de sua literatura, através de cenas marcadas pelo fantástico.
Durante o longa acompanhamos Glória Hartman – uma artista plástica em crise, recém-divorciada e sem dinheiro – que retorna para sua terra natal, indo visitar sua tia Eva. Ao encontrar um guia de turismo com um grupo acaba interessando-se pelas informações sobre a casa de Clarice Lispector que, a partir daqui será o lugar do onírico e de profundas e solitárias discussões existenciais, preenchido por ruinas de um mundo apocalíptico.
Lispectorante, palavra inventada tradução do intraduzível, Oxe, pra mim listectorante é uma droga ilegal feita numa manhã de um Carnaval que se aproxima. Pra expectorar mágoas, prazeres, visgos e catarros num rio que vira charco
Entre o fazer artístico – sempre mostrado de forma fantástica, surrealista – e a necessidade de sustento, Glória se apaixona por Guitar, um artista de rua mais jovem com quem inicia um romance.
A escolha de Marcélia Cartaxo para viver Glória nos ajuda a encaixá-la no mundo de Clarice: é como se ela sempre tivesse estado ali, vivendo e sentindo todas aquelas subjetividades, mesmo sendo uma personagem de atitudes muito diferentes de Macabéa, que a atriz viveu em A Hora da Estrela. Glória é livre, mas seu momento de vida – uma mulher madura, recém-divorciada, sem dinheiro e em um “lance” com um homem mais jovem – nos remete as inseguranças de Macabéa – jovem, tímida e descobrindo o mundo. Ambas estão em transição!
Lispectorante é poético e tem um desfecho que não surpreende e nisso ele é excelente: não há outro caminho para o sentir do artista que as suas incertezas.
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Valdir
12 de maio de 2022 at 11:15
Brunão, você foi certeiro ao falar sobre deus. Deus não se leva a sério, isso faz com os hereges não entendam o emitam inverdades, ofensas, maldizeres.
A partir do momento em que você entende que ele está curtindo o trabalho dele, sem compromisso, ou neuras, você passa a curtir também.
Esse é o caminho.
PS: Precisamos falar sobre PIG. O filme do ano de 2021.
bjos