Reviews e Análises
Morte a Pinochet – Crítica
A aliança rebelde não acerta todas, mas importa não desistir. Assistir um filme assim, nos estimula o espirito a lutar pelo que amamos. Mas mais do que isso: não se alienar em um sistema social que vive sem refletir sobre ele. E vale lembrar que o filme é baseado em fatos.
Esse filme é dirigido por Juan Ignácio Sabatini, diretor de “Ojos Rojos” de 2010, aqui traz um filme de ação com muita tensão e um ritmo que realmente funciona muito bem. Uma qualidade cuidadosa de condução. Tecnicamente o filme apresenta muita qualidade.
Além de diretor, ele se junta com Pablo Paredes e Enrique Videla para elaborar o roteiro. É um filme técnico de uma qualidade perceptível. O roteiro traz um vigor de tocar quem assiste a sair do conformismo, chama para uma atitude. Funciona? Sim. Ainda mais que é baseado em fatos, é construído de forma crível e enxuto.
O elenco traz um trabalho muito bem feito e bem conduzido. Inclusive lembra muito algumas produções nacionais. Cenas fortes com uma intensidade de entrega absurda. Realmente chama muita atenção. Temos Rodrigo Aceituno, Vicente Almuna, Sebastián Apiolaza, Ema Carrera, Cristián Carvajal, Daniela Castillo Toro e Maite Colodrón. Um time surpreendente de atrizes e atores.
O filme é sobre um grupo que resiste ao Golpe de Pinochet para assumir o governo chileno. E esse grupo de resistência estão dispostos a dar sua vida para derrubar o ditador e com isso armam um plano para uma emboscada. Em um momento onde pessoas estavam sendo raptadas e “eliminadas” pelo governo, todo passo deveria ser meticulosamente organizado. E estava indo tudo muito bem, só não contavam com um fator. E aí você vai ter que assistir pra saber.
Essa crítica da 4 de 5 para esse filme. Um filme político e bem conceitual.
O filme estreia dia 16 de Fevereiro nos cinemas.
Reviews e Análises
Ainda Estou Aqui – Crítica
Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.
Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.
Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.
Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.
Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.
O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.
Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.
Nota 5 de 5
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