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Lucicreide vai pra Marte – Crítica

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Fabiana Karla protagoniza essa comédia sobre Lucicreide, personagem que a atriz interpreta há anos em programas da TV Globo como Zorra Total. Na história, Lucicreide não consegue suportar mais a sua vida com cinco crianças para criar, abandonada pelo marido e tendo que aturar a sogra caloteira e a vizinha caolha e fofoqueira. Desejando desaparecer da face da Terra, ela acaba sendo acidentalmente selecionada para um programa de treinamento espacial que pretende levar uma pessoa, em viagem só de ida, para a colonização de Marte. Sim, o argumento é ruim assim.

Com um roteiro cheio de inverossimilhanças e situações ridículas, o filme é uma sucessão de cenas que farão rir apenas ao público que busca por uma diversão sem cérebro. A única coisa que realmente se destaca, e que até mesmo salva o filme de não ser uma perda de tempo completa, é a performance e o trabalho de Fabiana Karla. Ela domina tão bem o personagem, que em momentos em que claramente o texto é uma improvisação da atriz, passa como se ela tivesse ensaiado aquilo. Os termos regionais exagerados e encenação característica de Karla são muito interessantes e fazem realmente qualquer um rir. As cenas delas com o macaquinho são muito engraçadas mesmo.

No geral, a direção do estreante Rodrigo César deixa a desejar, assim como a montagem, que tenta usar recursos de zoom e câmeras lentas e aceleradas que demonstram que ainda há muito a se evoluir no cinema nacional. As participações especiais de Falcão, Batoré e do influencer Carlinhos Maia não são significativos, com cenas que não acrescentam em nada ao filme, apenas trazem mais vergonha ao resultado final. Por falar em vergonha, o filme ainda tenta homenagear duas franquias de “filmes de temática espacial” e falha miseravelmente. Realmente fica difícil torcer pelo sucesso do cinema nacional. Uma pena para Fabiana Karla, que é tão talentosa.

Avaliação: 2 de 5.

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Ainda Estou Aqui – Crítica

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ainda estou aqui

Existem alguns filmes que ao assistirmos apenas os primeiros dez minutos já temos a percepção de estarmos diante de um clássico ou de uma obra-prima. É o caso de O Poderoso Chefão, por exemplo. Ou de Cidade de Deus, para trazer mais perto da nossa realidade brasileira. Não é o caso de Ainda Estou Aqui, novo filme de Walter Salles que chega aos cinemas dia 7 de novembro.

Não. Ainda Estou Aqui demora um pouco mais para percebermos que estamos diante de um dos melhores filmes brasileiros já feitos. E isso é fácil de entender, simplesmente porque a história é contada no tempo dela, sem pressa de acontecer. Mas quando você chegar na cena em que a personagem principal se vê presa, você não vai esquecer desse filme nunca mais na sua vida.

Baseado no livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, o filme conta a história da família de Marcelo, que em 1970 passou pela traumatizante experiência de ter o pai, o ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva, simplesmente levado arbitrariamente pela Ditadura Militar e nunca mais retornar.

Ainda Estou Aqui começa te estabelecendo como um observador da família. E como ele leva tempo para te mostrar todo o cotidiano e te apresenta os personagens aos poucos, o espectador vai se tornando parte daquele núcleo familiar. Quando as coisas vão ficando sinistras, você já está envolvido e consegue sentir a mesma angústia e desespero que a família sentiu.

Fernanda Torres está simplesmente deslumbrante como Eunice Paiva. Forte, aguerrida, destemida, o que essa mulher aguentou não foi brincadeira. E Fernanda transmite isso como nenhuma outra atriz seria capaz. Selton Mello interpreta Rubens Paiva com muita simpatia e tenacidade. Simples sem ser simplório. Você literalmente quer ser amigo dele.

O elenco da família, crianças e adolescentes também está simplesmente perfeito. Todos impecáveis, assim como todo o elenco de apoio. Destaque também para a ponta da diva Fernanda Montenegro, como a Eunice idosa que, em no máximo cinco minutos de tela e sem dizer uma palavra, mostra porque é a maior atriz de todos os tempos.

Com um roteiro muito bem escrito e uma direção impecável, aliados a uma fotografia perfeita, é impossível apontar qualquer defeito neste filme. Com uma temática ainda necessária nos dias de hoje, é um dever cívico assistir a Ainda Estou Aqui, o melhor filme de 2024, sem sombra de dúvida.

Nota 5 de 5

Avaliação: 5 de 5.
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Burburinho

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