Reviews e Análises
Jogos Mortais X – Crítica

Apesar de parecer que não vai acabar nunca, o querido Jigsaw retorna em muito grande estilo. O filme não está assistível, está bom mesmo. Este é sem dúvida um dos melhores da saga. Apresentando um lado bem dramático e humano de John Kramer e com muitos elementos clássicos da jornada.
O Filme tem a direção de Kevin Greutert, que também dirigiu o “Jogos mortais VI” de 2009 e “Jogos mortais: o final” de 2010, e neste emprega um ritmo dramático que torna toda a trama um verdadeiro papel de pegar mosca. Os efeitos digitais e práticos estão muito bons, a maquiagem muito realista e as opções de câmera mexem bem com as emoções.

O roteiro tem as assinaturas de Josh Stolberg e Pete Goldfinger, que montam uma trama de vilão tão bem construída, que nos botam ao lado do grande sádico e torcemos por cada ação dele. O roteiro traz também uma construção pra além dos seus jogos de tortura, colocando uma parte da vida de John Kramer e um drama pessoal. Roteiro bem feito, e muito bem amarrado.
Em frente às câmeras temos um trabalho que trazem dois momentos e chamam a atenção pela diferença de tons. Como John Kramer temos a impecável atuação de Tobin Bell, sua fiel discípula Amanda Young é interpretada por Shawnee Smith. Os escolhidos e nada inocentes da vez são Synnøve Macody Lund como Cecilia Pederson, Steven Brand como Parker Sears, Renata Vaca como Gabriela, Joshua Okamoto como Diego, Octavio Hinojosa como Mateo e Paullete Hernandes como Valentina. O elenco trabalhou, viu. Porque apresentaram dois ou três momentos completamente diferentes e pediram uma qualidade de atuação alta. E eles entregaram. Estão de parabéns.

O filme conta um momento delicado da história de John Kramer. Ele agora está enfrentando a descoberta de um câncer na cabeça. E como muitos vão atrás de um grupo de apoio e com isso recebe a sugestão de um tratamento alternativo que dizem ter um resultado de alta eficácia. Ele investe seu dinheiro e parte até o México para essa operação. Chegando lá ele vê situações que ativam seu lado mais criativo, e precisa fazer um trabalho de desenvolvimento pessoal (como ele carinhosamente chama). E Sr John Kramer não economizou na criatividade, mas eu vou economizar na resenha pra não soltar spoiler e estragar sua surpresa. Vá, assista e nos conte o que achou.
O filme estreia dia 28 de setembro nos cinemas.
Esta crítica da nota 4 de 5 para esse filme.
Reviews e Análises
Lispectorante – Crítica

Lispectorante de Renata Pinheiro, diferente de outras produções baseadas na obra de Clarice Lispector – A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral e A Paixão Segundo G.H. (2023) de Luiz Fernando Carvalho – não tem foco, especialmente, em nenhum texto da autora, mas consegue captar seu universo e soluciona o fluxo de consciência, característica primeira de sua literatura, através de cenas marcadas pelo fantástico.
Durante o longa acompanhamos Glória Hartman – uma artista plástica em crise, recém-divorciada e sem dinheiro – que retorna para sua terra natal, indo visitar sua tia Eva. Ao encontrar um guia de turismo com um grupo acaba interessando-se pelas informações sobre a casa de Clarice Lispector que, a partir daqui será o lugar do onírico e de profundas e solitárias discussões existenciais, preenchido por ruinas de um mundo apocalíptico.
Lispectorante, palavra inventada tradução do intraduzível, Oxe, pra mim listectorante é uma droga ilegal feita numa manhã de um Carnaval que se aproxima. Pra expectorar mágoas, prazeres, visgos e catarros num rio que vira charco
Entre o fazer artístico – sempre mostrado de forma fantástica, surrealista – e a necessidade de sustento, Glória se apaixona por Guitar, um artista de rua mais jovem com quem inicia um romance.
A escolha de Marcélia Cartaxo para viver Glória nos ajuda a encaixá-la no mundo de Clarice: é como se ela sempre tivesse estado ali, vivendo e sentindo todas aquelas subjetividades, mesmo sendo uma personagem de atitudes muito diferentes de Macabéa, que a atriz viveu em A Hora da Estrela. Glória é livre, mas seu momento de vida – uma mulher madura, recém-divorciada, sem dinheiro e em um “lance” com um homem mais jovem – nos remete as inseguranças de Macabéa – jovem, tímida e descobrindo o mundo. Ambas estão em transição!
Lispectorante é poético e tem um desfecho que não surpreende e nisso ele é excelente: não há outro caminho para o sentir do artista que as suas incertezas.
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