Reviews e Análises
Hypnotic – Ameaça Invisível – Crítica

Gostaria mesmo de boas palavras pra descrever esse filme que não vai muito além de mediano. E olha que nem é perseguição com Ben Afflec, mas realmente ele não ajuda. O filme como um todo também não prende, mas entretém. Acho que aqui foi a coisa de ter uma ideia maravilhosa, mas na execução faltou alguma coisa de mais maduro. Talvez ele não tenha me hipnotizado ou porque sou chato, o que é uma grande verdade.

A direção é de Robert Rodriguez, mesmo de “Pequenos Espiões 4” de 2011 e “Machete mata” de 2013, ou seja, sabemos que a carreira dele é bem meio a meio. Aqui ele apresenta uma boa visão técnica no jogo de câmeras e fotografia, mas a direção de atores ficou aquem na atenção, ficou pobre. Uma coisa que chamou a atenção é que ele propões um cenário bem interessante, mas isso não faz destacar.
O roteiro é dele junto com Max Borenstein, que tem em seu currículo o roteiro dos últimos filmes do Godzilla e Kong, mas aqui me traz uma proposta interessante, mas com pouca construção para dar força ao argumento. A premissa é interessante, mas não tem profundidade, com isso a história acaba por não ter densidade e firmeza. Ficando até um pouco bobo. Ainda jogam dramaticidade no colo do Ben Affleck.. E isso não bem o forte do rapaz.

No elenco temos Alice Braga como Diana Cruz e está mandando muito bem. Ela sustenta muito bem a proposta. Temos também William Fichtner como Lev Dellrayne, que também tem uma atuação padrão dele. E por fim Ben Affleck fazendo um belo manequim, brincadeira, Danny Rourke. Ben está fraco em expressões e não consegue levantar a cena de ação. A atuação de modo geral não tá de milhões e como precisa de uma entrega diferente nesse caso, a coisa fica mediana.
O filme conta a história de de um pai procurando sua filha, e tudo que tem é a pista de uma foto encontrada em um cofre do banco onde aconteceu um baita assalto e o principal suspeito é uma pessoa que atua de forma misteriosa. E graças a uma vidente ele descobre o universo dos Hipnóticos e pessoas que tem o poder de controlar outras apenas com uma ordem. Existe também um supremo hipnótico, mas existem os que são resistentes ao poder deles. A busca e a luta vai indo muito bem até que algo faz a história dar uma guinada 180 graus. Mas eu não vou contar não. Você vai ter que ir assistir e depois contar o que achou. Aguardo você.
O filme estreia dia 26 de Outubro nos cinemas.
A nota pra esse filme é 2 de 5, porque a Alice Braga está realmente muito bem.
Reviews e Análises
Lispectorante – Crítica

Lispectorante de Renata Pinheiro, diferente de outras produções baseadas na obra de Clarice Lispector – A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral e A Paixão Segundo G.H. (2023) de Luiz Fernando Carvalho – não tem foco, especialmente, em nenhum texto da autora, mas consegue captar seu universo e soluciona o fluxo de consciência, característica primeira de sua literatura, através de cenas marcadas pelo fantástico.
Durante o longa acompanhamos Glória Hartman – uma artista plástica em crise, recém-divorciada e sem dinheiro – que retorna para sua terra natal, indo visitar sua tia Eva. Ao encontrar um guia de turismo com um grupo acaba interessando-se pelas informações sobre a casa de Clarice Lispector que, a partir daqui será o lugar do onírico e de profundas e solitárias discussões existenciais, preenchido por ruinas de um mundo apocalíptico.
Lispectorante, palavra inventada tradução do intraduzível, Oxe, pra mim listectorante é uma droga ilegal feita numa manhã de um Carnaval que se aproxima. Pra expectorar mágoas, prazeres, visgos e catarros num rio que vira charco
Entre o fazer artístico – sempre mostrado de forma fantástica, surrealista – e a necessidade de sustento, Glória se apaixona por Guitar, um artista de rua mais jovem com quem inicia um romance.
A escolha de Marcélia Cartaxo para viver Glória nos ajuda a encaixá-la no mundo de Clarice: é como se ela sempre tivesse estado ali, vivendo e sentindo todas aquelas subjetividades, mesmo sendo uma personagem de atitudes muito diferentes de Macabéa, que a atriz viveu em A Hora da Estrela. Glória é livre, mas seu momento de vida – uma mulher madura, recém-divorciada, sem dinheiro e em um “lance” com um homem mais jovem – nos remete as inseguranças de Macabéa – jovem, tímida e descobrindo o mundo. Ambas estão em transição!
Lispectorante é poético e tem um desfecho que não surpreende e nisso ele é excelente: não há outro caminho para o sentir do artista que as suas incertezas.
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